Sócios do Vasco adquiriram mais de 90% dos ingressos contra o Operário

Com 22 mil ingressos vendidos, espera-se que São Januário receba um público recorde no jogo contra o Operário-PR.

Torcida do Vasco durante o jogo contra o Bahia
Torcida do Vasco durante o jogo contra o Bahia (Foto: Daniel Ramalho/CRVG)

São Januário ficou pequeno para a torcida do Vasco. A empolgação dos cruz-maltinos com a campanha na Série B tem lotado o estádio jogo após jogo e, para a partida de hoje (24), às 19h, contra o Operário, pela 14ª rodada, os ingressos estão esgotados com expectativa de recorde de público na casa vascaína.

Porém, o que deveria ser motivo apenas de comemoração já tem gerado certa preocupação. Ciente da grande demanda dos torcedores, a diretoria do Vasco já havia recorrido ao Maracanã na vitória sobre o Cruzeiro por 1 a 0 – quando mais de 65 mil pessoas estiveram presentes – e quis repetir a dose para o duelo contra o Sport, em 3 de julho, mas teve o pedido vetado pelo consórcio, que apresentou justificativas refutadas pela diretoria, algo que gerou muitos protestos não só do clube como também dos torcedores.

O imbróglio com a administração do “Maior do Mundo” – gerido temporariamente pela dupla Fla-Flu – tem deixado os dirigentes cruz-maltinos de mãos atadas, ao mesmo tempo em que, cada vez mais, e numa velocidade rápida, tem sobrado menos entradas para o chamado “povão”. Para se ter uma ideia, para o duelo de hoje contra o Operário, por exemplo, mais de 90%, do total de 22 mil bilhetes, foram adquiridos por sócios.

O senso comum entre torcedores e dirigentes é o de que, muito em breve, em jogos de grande apelo em São Januário, todos os ingressos serão esgotados somente entre os sócios. O sinal de alerta tem feito, por exemplo, muitos associados em melhor condição financeira realizar um upgrade em seu plano, para que tenham preferência na hora da venda.

Tal situação gera ainda mais a necessidade de que o Vasco transfira as partidas de grande demanda de público para o Maracanã, mas os obstáculos oferecidos pelo consórcio têm sido um entrave.

Até mesmo no duelo com o Cruzeiro, quando conseguiu realizá-lo no estádio, o clube enfrentou problemas. O aluguel subiu dos R$ 90 mil a que estava acostumado para R$ 250 mil, além da taxa de R$ 130 mil referente às despesas. Fora isso, o Cruz-Maltino foi vetado de participação no lucro dos bares e impedido de estender as faixas “Desde 1898 o legítimo clube do povo” e “Igualdade, respeito e inclusão”.

As justificativas apresentadas pelo consórcio para o veto ao jogo contra o Sport foram o estado do gramado — já que um dia antes o Fluminense recebe o Corinthians no local, pela Série A — a quantidade de partidas estabelecidas para julho e o tempo de solicitação do aluguel. Todos os argumentos, porém, foram refutados pela diretoria vascaína, que pediu uma reconsideração.

Paralelamente, os próprios torcedores têm se manifestado. Além de diversas notas de repúdio emitidas por organizadas, um advogado vascaíno protocolou uma reclamação no Ministério Público (MP-RJ). Já a Secretaria de Estado da Casa Civil notificou o consócio sobre os preços cobrados ao Vasco na partida contra o Cruzeiro.

Vasco e 777 Partners desejam gerir Maracanã

Ainda neste ano, o governo do Estado do Rio pretende lançar licitação para nova administração do Maracanã no período de 20 anos, e o Vasco – em pelo menos cinco encontros com representantes estaduais, incluindo o governador Cláudio Castro – deixou claro o seu desejo de participar da gestão.

Inicialmente, o Cruz-Maltino vinha buscando um diálogo amigável com a dupla Fla-Flu para a administração conjunta, com o Vasco tendo menos jogos por ano em função de possuir São Januário. Os rivais, no entanto, não têm se mostrado receptíveis à ideia. A diretoria vascaína, por sua vez, guarda um trunfo na manga: a 777 Partners.

A empresa norte-americana que, muito provavelmente, assumirá a SAF do clube, concordou e também deseja ter o Maracanã como opção para jogos e demais ações em seus planejamentos de negócios. Com o poderio financeiro, ela pretende chegar forte na briga pela gestão, e os próximos capítulos prometem ser agitados.

Manter invencibilidade e cola no líder

O Vasco chega embalado para o duelo contra o Operário. Único clube invicto entre as quatro séries do Campeonato Brasileiro e na segunda colocação da Segundona, o Cruz-Maltino busca sua quarta vitória consecutiva e quer se manter na cola do líder Cruzeiro, hoje quatro pontos à frente. A distância para o quinto colocado Sport é de sete pontos, o que dá ao time certa tranquilidade na zona de classificação para a Série A.

O técnico Maurício Souza fará sua estreia em São Januário e não poderá contar com o lateral direito Gabriel Dias, que se lesionou na vitória sobre o Londrina por 1 a 0, na última rodada. Seu provável substituto é Weverton.

Já o Operário terá o desfalque do goleiro Vanderlei por questões contratuais, já que ele está emprestado pelo Cruz-Maltino.

Fonte: Uol

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