Show de horrores marca fim de semana de futebol no Brasil

Jogos tiveram duas invasões de campo, partida adiada pelo STJD e outra sem torcida por corte dos cabos do VAR.

Jogadores do Sport correm em direção a Raniel após comemoração do gol
Jogadores do Sport correndo em direção a Raniel após comemoração do gol de empate do Vasco pela Série B 2022 (Foto: Rafael Vieira/AGIF)

Se prevalecer a lógica do futebol brasileiro, a Ilha do Retiro não será interditada e o atacante Raniel não será suspenso pelo STJD. As duas coisas deveriam acontecer simultaneamente, embora os administradores do estádio sejam muito mais culpados do que um jogador que comemora seu gol.

O estádio é a casa do jogo. Esta residência precisa oferecer segurança. Só tem licença para funcionar se cumprir esta determinação básica, não se transformar uma arapuca para quem trabalha dentro dela. A Ilha do Retiro tornou-se uma armadilha na hora da invasão.

Tem de haver punição já. Anunciada preventivamente. O mesmo vale para o Castelão, onde gente poderia ter morrido, como aconteceu na Indonésia, duas semanas atrás.

Os Campeonatos Brasileiros estão perto demais de serem importantes no mundo, para espalharem tantas imagens trágicas, tristes, como se aqui fosse o quintal da desorganização. Ou como se mostrasse o que de fato é.

O maior pecado é a impunidade.

A Vila Belmiro foi palco de uma agressão — foi mais do que uma tentativa — ao goleiro Cássio, em pleno exercício de seu trabalho. Depois do episódio, já recebeu sete partidas. O invasor, Gabriel Andrade dos Santos, tem processo por tráfico de drogas, como publicado, e está solto.

O Santos, dono do estádio, foi multado em R$ 35 mil e terá de jogar duas partidas da próxima Copa do Brasil com portões fechados. A pena é ridícula.

César Saad, da delegacia do Futebol, garante que ele não tem conseguido entrar na Vila. E daí? A sensação de impunidade segue espalhada pelo país.

O final de semana teve invasão de campo na Ilha do Retiro e no Castelão. O presidente do STJD, Otávio Noronha, já tem em sua caixa de e-mails um pedido de interdição dos dois estádios. Vai virar novela das nove e terminar no Pantanal, onde o Cuiabá terá interesses particulares em rebaixar o Ceará.

Este país teve um jogo sem torcida, porque a Ressacada tem descrita a ruptura dos cabos para a utilização do VAR. Outro cancelado a três horas da partida, porque não haveria torcida visitante — mas quantos já houve neste mesmo Brasileirão? Palmeiras x São Paulo jogaram com torcida única.

O Brasileiro da segunda maior média de público em quarenta anos é o da maior balbúrdia em uma década.

Fonte: Globo Esporte

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