Segurança do Vasco é punido e jogador do Athletico-PR pega 5 jogos de suspensão

Betinho, segurança do Vasco, foi punido com 30 dias de suspensão pelo STJD, enquanto o lateral Fernando ficará fora por 5 jogos.

Confusão entre segurança do Vasco e jogadores do Athletico
Confusão entre segurança do Vasco e jogadores do Athletico (Foto: Reprodução)

A 3ª Comissão Disciplinar do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) julgou nesta sexta-feira a confusão ocorrida no jogo entre Vasco o Athletico-PR, pelo Brasileirão, no último dia 26 de agosto, em São Januário. Betinho, segurança do clube carioca, Fernando, jogador do time paranaense, foram suspensos pelo tribunal.

Betinho foi punido com 30 dias de suspensão, enquanto o lateral-esquerdo Fernando ficará fora por cinco jogos. Os dois se envolveram numa briga após a vitória vascaína por 2 a 1 e foram ouvidos pelo pleno do STJD nesta sexta – o segurança chorou durante seu pronunciamento.

Fernando: “Foi um jogo difícil, clima tenso e no finalzinho teve uma discussão normal do jogo, e o segurança já chega de uma forma que não deveria, na minha visão. Chega empurrando, de uma forma mais agressiva, ele agride o Nikão, Nikão ficou com dor no peito, e os jogadores do Vasco que tiram ele. Se fosse por ele, ele estava ali até agora tentando brigar com a gente. Por um momento cessou a confusão, a gente foi caminhando para o túnel, olho e vejo uma confusão com ele envolvido de novo, chamando o pessoal para a briga. Eu tentei defender meus companheiros, o movimento que eu fiz não pegou, ele resvalou. A todo momento ele estava fazendo gestos, armando base pra gente e inflamando a torcida do Vasco”.

Betinho: “O jogo estava muito tenso dentro de campo, e muitas das vezes quando ocorre isso eu corro para a descida do vestiário para não deixar os atletas brigarem para não prejudicar as equipes. Eu desci pela cabine e eu vi o lance na beira do gramado, em que o adversário dá um soco na cara do Piton. Quando o juiz termina a partida, eu entro e vejo os outros atletas correndo atrás do Piton. O que eu fiz, posso até ter me excedido um pouco de força no movimento para separar o Piton, e os jogadores vieram para cima de mim. O zagueiro deles me dá um soco no braço, eu estou de mão aberta. O Nikão tenta me chutar no primeiro episódio e ficam me ameaçando a todo momento. Eu saio, vou até a descida do vestiário e fico distante quando vejo que eles estão saindo primeiro. Fiquei ali vendo os atletas do Vasco para separar. São fatos que acontecem em outro estádio também. Quando me distanciam, eles param no túnel e começam a me ameaçar, vejo que eles tão vindo na minha direção e eu vou até eles: “por que querem brigar?”. Se eu quisesse brigar eu teria dado a volta, o vestiário deles é do lado do nosso. Os atletas querem mostrar pra torcida que estão perdendo, mas estão brigando. O Fernando me dá um soco, não pegou em cheio porque eu esquivei”.

Vasco e Athletico-PR também foram punidos por maioria dos votos. O clube carioca terá que pagar multa no valor de R$ 10 mil, enquanto o Furacão arcará com R$ 7,5 mil.

O que aconteceu?

Pouco depois do apito final, uma confusão tomou conta do gramado e seguiu até a descida para o vestiário. Um segurança do Vasco, identificado como Beto, chegou a trocar socos com jogadores do Furacão. Na ocasião, o clube carioca pediu desculpas e prometeu tomar medidas administrativas.

O desentendimento começou assim que o árbitro apitou o fim do jogo, que já estava quente em campo nos minutos finais depois do gol de Vegetti, o segundo do Vasco, aos 40 minutos do segundo tempo. Reservas do Athletico-PR trocaram empurrões e socos com esse segurança do Vasco . Logo, outros jogadores e funcionários dos dois times trocaram empurrões.

Tudo parecia normalizado até que nova confusão ocorreu. O atacante Di Yorio, do Athletico, ao se dirigir para o vestiário, gesticulou para o segurança Beto. Novos empurrões. Depois de tudo, o árbitro Jonathan Benkenstein Pinheiro ainda foi ao vídeo para analisar as imagens do fim do jogo. Ele expulsou o lateral-esquerdo Fernando, que tentou dar um soco no segurança do Vasco.

Julgamento

O Subprocurador-geral do STJD, Yan Meirelles, reiterou a denúncia:

A denúncia é inegável no momento que ele entra no gramado dá um empurrão e desvia a função de segurança. Ele desfere alguns socos sendo contido pelos atletas do Vasco da Gama. Num segundo momento, os atletas do Athletico saindo ele se dirige na direção ao vestiário e entra em vias de fato com o outro atleta denunciado. Fernando não estava no conflito e desfere um soco que atinge o segurança.

Athletico e Vasco é inegável a questão de conflito e tumulto por não ser possível identificar todos presentes na briga generalizada. Já o Vasco ainda há a imputação do artigo 191 na medida que o clube mandante deveria zelar pela segurança”.

Defensor do Athletico-PR, o advogado Richard Tomal Filho defendeu o clube e o lateral Fernando:

“O segurança chega de uma forma truculenta e violenta e foi isso que desencadeou toda a confusão. Não deveria se portar dessa maneira mostrada na prova de vídeo. Vemos também Thiago Heleno e Nikão em defesa dos seus companheiros e recebem também uma ação desproporcional. Os próprios atletas do Vasco tiveram que tirar o segurança Roberto dali por estar se comportando de maneira irracional. No segundo momento, quando tudo parecia controlado, esse segurança retorna de maneira de combate.

A atuação dos atletas foi para a defesa dos seus companheiros. O artigo 257, parágrafo 2ºfala que não se configura infração a postura tomada para se proteger outros. Nesse sentido, a defesa requer a absolvição do Athletico no artigo 257, parágrafo 3º. Em relação ao atleta Fernando ele compareceu para dizer que foi para defender seus companheiros. Se entenderem pelo artigo 254-A, que não seja aplicado na forma consumada e se aplique a pena pela metade”.

O Vasco foi representado pelo advogado Pedro Moreira:

“O juiz decide terminar o jogo e entende que uma batalha campal poderia acontecer. O time do Vasco começa a se dirigir ao meio de campo para saudar sua torcida e o atleta Cuelo deu um soco no Piton, parte pra cima dele tenta empurrá-lo por trás. O segurança estava na beira do campo e interfere na situação e afasta o atleta do Athletico/PR. Ele não empurra de forma violenta. Ele empurra como o momento pedia. No momento que ele impede a agressão ao atleta do Vasco, a equipe do Athletico enfurecida volta-se para ele. É impossível assistir o vídeo e achar que a confusão começou pelo segurança.

O Vasco da Gama alerta que o jogo com o Athletico/PR no Rio tem o grau máximo de risco de segurança e nada aconteceu no estádio. Como dizer que o clube não forneceu a segurança necessária?

Evidente que se for considera a agressão ela tem que ser na forma tentada e não há ali outro ato para que seja punido duas vezes. Ele é credenciado e tem acesso. O pedido é pela desclassificação para hostilidade”.

Fonte: Globo Esporte

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