Saiba como era o mundo na última vitória do Vasco sobre o Corinthians

O Vasco da Gama venceu o Corinthians, adversário deste sábado, pela última vez no Campeonato Brasileiro de 2010, há 13 anos.

O mundo na última vitória do Vasco sobre o Corinthians
O mundo na última vitória do Vasco sobre o Corinthians (Foto: Divulgação/ Vasco)

Corinthians e Vasco se enfrentam neste sábado (29), às 18h30 (de Brasília), pela 17ª rodada do Campeonato Brasileiro. Para o Timão, além da chance de se distanciar da zona do rebaixamento e ampliar para sete o número de jogos sem derrotas, também é a oportunidade de manter um retrospecto positivo, que já dura mais de uma década, sem perder para a equipe carioca.

O último triunfo cruz-maltino sobre a equipe alvinegra aconteceu no dia 13 de outubro de 2010. Portanto, já fazem 12 anos e nove meses que o Time da Colina não bate o Alvinegro do Parque São Jorge.

É bem verdade que neste período os clubes não se enfrentaram em quatro temporadas: 2014, 2016, 2020 e 2021, já que em todas elas os vascaínos estavam disputando a Série B do Brasileirão. Porém, no espaço de tempo foram 19 jogos, com 11 vitórias corintianas e oito empates.

Desses jogos, 17 foram pelo Campeonato Brasileiro e dois pela Libertadores, quando o Corinthians passou pelo Vasco da Gama nas quartas de final em 2012, ano em que conquistou o título inédito.

Inclusive, o período de jejum vascaíno iniciou justamente em uma época de forte rivalidade com o Timão. Em 2011, por exemplo, as equipes brigaram ponto a ponto pelo título nacional. No fim, os paulistas foram campeões na última rodada, com dois pontos de vantagem (71 a 69). Mesmo assim, naquele ano não houve vitória do Cruzmaltino, que perdeu para o Alvinegro no primeiro turno por 2 a 1, no Pacaembu, e empatou em 2 a 2 no segundo turno, em São Januário. No jogo realizado no Rio de Janeiro, inclusive, um dos gols dos cariocas foi marcado pelo lateral Fagner, que hoje é ídolo corintiano.

Última vitória do Vasco 2013

No dia 13 de outubro de 2010, o Vasco foi a campo escalado pelo técnico PC Gusmão com nomes como Fernando Prass, no gol, Dedé, Jumar, Felipe (maestro) Zé Roberto e Éder Luís, os dois últimos foram os autores dos gols vascaínos, ambos marcados ainda no primeiro tempo, aos 10 e 21 minutos.

No lado corintiano, a equipe foi dirigida interinamente por Fábio Carille, que na época era auxiliar técnico e ‘tapava o buraco’ após a demissão de Adílson Baptista do comando corintiano três dias antes – Tite seria contratado na semana seguinte. Em campo, o time tinha nomes como Alessandro e Danilo, que atualmente são gerente de futebol e técnico do sub-20 do Timão, respectivamente. O lendário lateral-esquerdo Roberto Carlos também foi titular, enquanto Ronaldo Fenômeno fazia parte do plantel, mas estava em fase final de recuperação de uma lesão na panturrilha direita. O craque voltou no jogo seguinte, contra o Guarani.

A partida, que teve o Vasco dominante desde o primeiro minuto de jogo, também foi marcada pelos gestos obscenos feitos pelo centroavante corintiano Souza, apelidado como Caveirão, ao deixar o campo no fim do primeiro tempo. Ele nem voltou a campo na segunda etapa.

Como era o ano em 2010?!

Em outubro de 2010, o Brasil vivia um período eleitoral, que terminaria com a eleição de Dilma Rousseff como presidente da República. A primeira, e até hoje, a única mulher a ocupar o cargo. O primeiro turno havia acontecido 10 dias antes da partida. Já o segundo ocorreu 18 dias depois.

Naquele ano, moicanos e calças coloridas eram modas, por conta da ascensão do atacante Neymar e da banda Restart. A Espanha conquistou a primeira Copa do Mundo disputada no continente africano. “Passione” era a novela na faixa das nove horas da noite. E “Baby”, cantada pelo canadense Justin Bieber, era a música do momento.

No esporte

Ainda que tivesse os, já citados, craques Roberto Carlos e Ronaldo, o Corinthians não foi o time brasileiro mais badalado daquela temporada. Mas, sim, o Santos. Com o retorno de Robinho, com direito à chegada à Vila Belmiro de helicóptero, a presença do Eterno Rei Pelé e show da banda Charlie Brown Júnior, o atacante formou o trio com Neymar e Paulo Henrique Ganso que renderam os títulos paulistas e da Copa do Brasil.

Porém, mais do que isso, as dancinhas daquele time repleto de garotos e o estilo, principalmente com os cortes de cabelo moicano, se tornaram tendência pelos adolescentes da época.

Além dos títulos, os golaços e, principalmente, as goleadas, como o 10 a 0 sobre o Naviraiense, pela Copa do Brasil, e o 9 a 1 sobre o Ituano, pelo Paulistão, por exemplo, marcaram o início da chamada ‘geração Neymar’, pelo Peixe.

Mas, além do Santos, o ano de 2010 marcou o fim da fila do Fluminense no Campeonato Brasileiro. Liderado pelo argentino Dario Conca, o Tricolor Carioca voltou a conquistar a competição após 28 anos.

O campeão da Libertadores daquele ano também foi brasileiro: o Internacional. O Colorado, inclusive, teve como destaque o então garoto Giuliano, que foi decisivo naquela conquista marcando gols nas quartas de final, semifinal e nas duas finais contra o Chivas, do México. No fim daquela temporada, no entanto, o clube gaúcho se tornaria o primeiro clube sul-americano a ficar fora da final do Mundial de Clubes da Fifa, ao ser derrotado por 2 a 0 pelo Mazembe, da República Democrática do Congo, na semifinal. Essa derrota ficou marcada pelas dancinhas do goleiro africano Kidiaba.

No universo das seleções, 2010 foi ano de Copa do Mundo. A primeira disputada no continente africano, na África do Sul.

A Seleção Brasileira, dirigida por Dunga, não vinha com grande expectativa, principalmente se comparada ao Mundial anterior em 2006, na Alemanha. Porém, após uma Eliminatória e um início de Copa consistentes, a empolgação do povo brasileiro aumentou, até a queda da Canarinho para a Holanda nas quartas de final. O jogo ficou marcado pelos dois gols de Wesley Sneijder e a expulsão de Felipe Melo após um pisão em Arjen Robben.

No final, em uma decisão entre duas seleções que nunca haviam sido campeãs do Mundo, a Espanha venceu a Holanda na prorrogação, com gol de Andrés Iniesta.

Em outubro, porém, quando o Vasco venceu o Corinthians pela última vez, o técnico da Seleção Brasileira era Mano Menezes, que havia assumido o Brasil após o Mundial. O treinador havia deixado justamente o Timão para ser contratado pela CBF.

Na música

O hit do verão em 2010 era o ‘Rebolation’, da banda Parangolé, que tinha como seu vocalista à época Léo Santana. A música ficou muito popular, até mesmo por conta de algumas comemorações dos meninos do Santos durante o Campeonato Paulista.

Outras canções que fizeram sucesso naquele ano foram: ‘Só os Loucos Sabem’, do Charlie Brown Junior; ‘Fugidinha’, de Michel Teló; ‘Tá Vendo Aquela Lua’, do Grupo Exaltassamba.

O ano de 2010 também teve o grande sucesso do ‘emocore’ no Brasil, com bandas como Restart, Cine e Hevo84 fazendo muito sucesso. Em relação às duas primeiras, houve a tendência das calças coloridas. Esse movimento deixou o então vlogueiro Felipe Neto, que fazia vídeos criticando tudo e todos, bastante irritado à época. Porém, anos mais tarde, o próprio Felipe, já com a alcunha de influencer digital, passou a fazer vídeos pintando o cabelo de diversas cores.

Na televisão

O principal reality show do Brasil, o Big Brother, teve, pela primeira vez na história, o retorno de participantes que já haviam disputado o programa em edições anteriores, incluindo campeões como Kléber Bambam e Dhomini. Marcelo Dourado, que também retornava ao BBB após ter participado da quarta edição, foi o campeão. Naquele ano, o programa também teve nomes que se consagraram, como Dicésar, Serginho, Anamara, Eliéser, entre outros.

Na novela da faixa das 21h, Passione, a trama era protagonizada por nomes fortes da dramaturgia brasileira, como Tony Ramos e Fernanda Montenegro. E teve em seu enredo o misterioso ‘segredo de Gerson’, personagem interpretado por Marcello Antony. A obra, escrita por Sílvio de Abreu, teve a inclusão de assuntos esportivos, já que o personagem Gerson (Marcello Antony) era piloto de Stock Car, enquanto Danilo (Cauã Reymond) e Sinval (Kayky Brito) eram ciclistas profissionais.

No cinema

Em 2010, o grande lançamento no cinema nacional foi o filme ‘Tropa de Elite 2, o Inimigo Agora é Outro’. Após o grande sucesso do primeiro filme escrito pelo cineasta José Padilha, o segundo faz uma crítica ao Estado e às milícias no Rio de Janeiro. Ele foi novamente protagonizado pelo ator Wagner Moura, que interpretou o personagem do Coronel Nascimento, que na obra em questão deixava o cargo no Batalhão de Operações Especiais (Bope) e integrava a Secretaria de Inteligência do Estado do Rio de Janeiro. O filme foi a maior bilheteria no Brasil naquele ano.

No cinema internacional, animações como ‘Toy Story 3’ e ‘Shrek Para Sempre’ foram lançadas naquela temporada, bem como o filme ‘Eclipse’, o terceiro da ‘Saga Crepúsculo’.

Fonte: Lance!

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