Romário revela que Vasco tentou vetar acerto com rival no retorno ao Brasil

Romário contou que recebeu ligação de Eurico Miranda para tentar convencê-lo de desistir de fechar com o Flamengo.

Romário com uniforme do Vasco em homenagem aos Camisas Negras
Romário com uniforme do Vasco em homenagem aos Camisas Negras

Uma história muito conhecida tem uma versão com tintas de rivalidade do “Clássico dos Milhões” no documentário “1995 – No tempo dos bad boys”, produção do sportv e Globoplay, que estreia nesta noite de domingo (21/12), às 22h no sportv e no Globoplay. Contratado pelo Flamengo há pouco mais de 30 anos, Romário voltou ao futebol brasileiro como superastro internacional e celebridade no país do futebol e provocou agitação nos bastidores do futebol carioca.

Em três episódios – domingo, 22h, segunda, 22h, e terça, 20 -, a série narra a saga em busca de um título no centenário rubro-negro em meio à fogueira das vaidades da Gávea e em um ano repleto de folclore futebolístico, mas também envolto em tragédia. Tudo no ritmo funk, em tempos politicamente incorretos, com relações apimentadas pelos microfones e até em anúncios publicitários em jornais.

Ponto marcante do primeiro episódio, a negociação do Flamengo com Romário não teve apenas a tentativa do Barcelona de manter seu ídolo, insatisfeito em permanecer na Espanha depois do título mundial com a seleção brasileira. Outra barreira foi de… São Januário.

Romário contou que recebeu ligação de Eurico Miranda, amigo de longa data e então vice de futebol do Vasco, para tentar convencê-lo de desistir de fechar com o Flamengo. Tudo em janeiro de 1995, dias depois do jornalista Gilmar Ferreira revelar no “Jornal do Brasil” da investida de Kleber Leite, recém-eleito presidente do Flamengo.

– Eurico foi um dos meus melhores amigos do futebol. E nessa minha vinda para o Flamengo, o Eurico me ligou antes de eu voltar. Falei: “pô, seria uma honra, um prazer voltar para o Vasco”. Só que a minha conversa com o Flamengo está bem adiantada – contou Romário.

Respectivamente presidente e vice-presidente do Vasco na época, Antônio Soares Calçada e Eurico Miranda “fizeram de tudo para obstaculizar a nossa investida”, revelou Kleber Leite. Anos antes, em 1980, Eurico interveio na negociação do Flamengo para contratar Dinamite. O movimento era parecido.

– Fizeram de tudo junto aos dirigentes do Barcelona, ao presidente do Barcelona, com quem o Calçada tinha uma boa relação, e com o Juan Gaspar, que na realidade era o homem forte no Barcelona – lembrou Kleber.

– A mensagem para eles era de que eu era um aventureiro, que eu havia sido eleito presidente do Flamengo, que eu era um picareta, que não tinha dinheiro nenhum e era tudo conversa fiada. Imagine o que deveria estar doendo neles a possibilidade do Romário voltar para o Brasil, o melhor jogador do mundo, no Flamengo? Tentaram de tudo. E o Juan Gaspar me disse isso na primeira reunião que eu tive com ele.

O lenço para a torcida do Vasco

E não teve jeito. Cria do Vasco, Romário chegou e provocou os torcedores do time de São Januário logo na chegada. Com direito a mais uma pimenta rubro-negra na concorrida entrevista coletiva de apresentação do então melhor do mundo.

Vice de comunicação do Flamengo de Kleber Leite, o radialista e humorista Maurício Menezes foi o autor intelectual da pergunta que mexeu com os corações das maiores torcidas do Rio de Janeiro. Uma jornalista pediu recomendação de pergunta e ele, gaiato, indicou que Romário tinha algum recado para a torcida do Vasco.

A resposta – “levem lenço para o Maracanã porque vão chorar muito” – foi uma antecipação do duelo entre Vasco e Flamengo no Carioca – com gol de Romário e vitória por 1 a 0 dos rubro-negros. Na comemoração, o Baixinho fez gesto de silêncio e de choro para os vascaínos. Antes, levou reprimenda de Eurico.

Quando eu falei isso (do lenço), ele me ligou. Mas não era desrespeito à instituição. Até porque eu mais uma vez eu vou falar: sou grato para caralho ao Vasco por tudo que eu fiz pelo Vasco, pelo que o Vasco fez por mim. Eu entrei pelo Vasco pela porta principal, saí pela porta principal e tem a minha estátua lá. Essa coisa nunca vai acabar. Só que eu sempre fui um cara extrovertido, brincalhão e pouco polêmico. Aquilo ali foi mais uma pilha – disse o Baixinho.

A separação e o litígio

Assediado de todas as maneiras no retorno ao Brasil, Romário revelou à série que a separação com Mônica Santoro se deu logo que chegou do aeroporto no dia 14 de janeiro de 1995.

– Foi um ano que marcou para c… a minha vida. Eu lembro bem do dia que eu cheguei no Brasil, eu me separei da minha, da minha mulher, da Mônica. Mãe da Moniquinha. No dia que teve a carreata lá e tal. Cheguei em casa, peguei minhas malas, a gente conversou e meti o pé.

Advogado de Romário na separação, Michel Assef, que era vice-jurídico do Flamengo, lembra do litígio nos tribunais. Romário e Mônica se encontraram em clima tenso no Fórum do Rio de Janeiro às vésperas da final da Taça Guanabara contra o Botafogo – vencida pelo Rubro-Negro por 3 a 2, com três de Romário.

– Foi uma separação traumática. No início, o processo foi muito doloroso. Envolvia os filhos, a discussão do patrimônio… a briga pelo patrimônio não foi brincadeira – lembra Michel, que se recorda de uma das tiradas de Romário na ocasião da separação.

– Ele dispara: “quantos gols você fez, Mônica?” Porque ela achava que tinha direito sobre um contrato de imagem que ele tinha lá.

Fonte: Globo Esporte

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