Roberto Monteiro emite nota sobre a SAF

Na sua conta oficial no Twitter, Roberto Monteiro emitiu uma nota destacando pontos negativos da SAF no Vasco da Gama.

Roberto Monteiro, Presidente do Conselho Deliberativo do Vasco
Roberto Monteiro, Presidente do Conselho Deliberativo do Vasco (Foto: Fred Gomes)

A implantação da SAF no Vasco da Gama diverge opiniões tanto dos torcedores quanto de personalidades políticas cruzmaltinas. Enquanto Jorge Salgado e companhia tentam a aprovação do projeto, opositores tentam mostrar que a venda do Clube não é viável.

Um dos que se manifestaram contra foi o ex-presidente do Conselho Deliberativo, Roberto Monteiro. Em nota, Monteiro disse que a SAF é uma falsa solução para problemas verdadeiros em São Januário.

– SAF é uma falsa solução para estes problemas verdadeiros e atende a diversos interesses, nenhum deles os do sócio ou do torcedor, que com o modelo da SAF só vai poder, como as torcidas do Cruzeiro e do Valencia, ficar pateticamente cobrando “do gordão” ou da filha do dono uma satisfação que nunca virá.

Confira a nota

SAF – Falsa solução para problemas verdadeiros

O futebol tem os seus chavões, em geral tão antigos como o próprio jogo. “Quem não faz leva”, “clássico é clássico”, etc. Mas um deles surgiu na última década e é usado sempre que um grande clube atravessa uma crise: “o clube tem que ser administrado como empresa, por empresários!”.

Com a aprovação da lei que permite aos clubes se transformarem em Sociedades Anônimas de Futebol (SAF) este chavão voltou à moda e os tradicionais Cruzeiro Esporte Clube e Botafogo Futebol e Regatas venderam seus departamentos de futebol a empresários. O modelo de Clube Empresa/SAF escolhido pelos dois clubes (existem vários previstos na lei) foi o da venda de 90% das ações da nova empresa para um particular.

Segundo a nova lei, a partir da constituição da SAF, Cruzeiro EC e Botafogo FR ficam proibidos de montar equipes de futebol profissionais e surge o Cruzeiro SA (ou Cruzeiro SAF) e o Botafogo SA (ou Botafogo SAF), portanto, em termos de futebol, Cruzeiro Esporte Clube e Botafogo Futebol e Regatas deixam de existir, embora as novas empresas possam continuar usando nome, cores e símbolos dos antigos clubes, até que, por algum motivo, os donos resolvam os modificar ou a SAF seja extinta, já que, pela lei, o proprietário pode mudar o nome, as cores e mesmo a sede regional do time ou pedir a falência da SAF.

Mas este modelo tem muitos problemas objetivos e subjetivos. Vamos a eles:

1º – Estudos abalizados provam que a gestão puramente empresarial está longe de representar qualquer garantia de sucesso para o time. O livro “O Mito do Clube Empresa”, do advogado Luciano Motta, que fez um detalhado estudo das experiências de Clube Empresa na Europa, revela que boa parte dos clubes que se transformam em empresas retorna, por diversos motivos, ao formato de clube.

No Brasil temos exemplos similares. Vejam o caso do Figueirense que em 2017 entregou seu departamento de futebol para ser administrado por uma empresa. Em 2019, com salários atrasados e greve de jogadores, o dono da empresa simplesmente notificou a CBF que estava desistindo de disputar a série B.

Enfrentando a revolta da torcida, o Conselho Deliberativo amador do Figueirense rescindiu o contrato com a empresa para que o clube continuasse na competição, reversão impossível de acontecer no tipo de SAF adotado por Cruzeiro e Botafogo, cujos sócios e torcedores agora, caso estejam insatisfeitos, irão reclamar com o Rei e isso nos remete ao segundo problema.

2º – Onde existe a figura do “dono” impera uma monarquia absolutista e hereditária, como prova a declaração de Kim Lim, filha de Peter Lim, proprietário do espanhol Valencia (comprou 70% do clube). Em 2020 Kim Lim declarou, em meio à cobrança dos valencianos sobre o pífio desempenho do time: “o clube é nosso e podemos fazer o que quisermos e ninguém pode dizer nada”, escreveu a herdeira nas redes sociais.

Aliás, uma das cenas mais constrangedoras do esporte nos últimos tempos foi assistir, em janeiro deste ano, uma torcida organizada do Cruzeiro, a mesma que exigiu a venda do futebol do clube ao Ronaldo Fenômeno, revoltada, cobrando explicação sobre a saída do goleiro Fábio: “Ronaldo, gordão, vem dar satisfação!”, gritavam. Estão gritando, e esperando satisfação, até agora.

3º – O modelo Clube Empresa/SAF vem para estratificar posições, consolidando um projeto antigo de espanholização do futebol brasileiro, restringindo o número de clubes realmente competitivos a no máximo 5 ou 6. O próprio caso da Espanha é exemplar.

A maioria dos times espanhóis é de empresários. Agora, adivinhem os dois que não são? Adivinharam? Justamente Barcelona e Real Madri, que juntos ganharam 16 dos últimos 20 títulos nacionais e são propriedades dos sócios, preservando há muitos anos uma hegemonia estável. O torcedor se identifica com a história, as tradições e as cores do clube que, muitas vezes, para ele, torcedor, tem um simbologia mais profunda do que a de um simples time de futebol.

O Clube passa a representar, muitas vezes, seu pai ou seu avô, sua família unida em uma tarde ensolarada de domingo, uma vitória inesquecível que marcou sua infância, e assim o time passa a ser parte integrante do seu universo pessoal e íntimo e ele encara o clube como uma coisa sua, eterna, que pode até sofrer grandes derrotas, mas que será sempre imperecível.

Uma relação deste tipo, tão bonita e delicada, não deveria ser entregue a pessoas que só vejam os clubes como fontes de lucro. Se pessoas deste tipo estivessem no comando do Corinthians Paulista, quando este time passou 23 anos sem ganhar um mísero título, o clube teria resistido? E o Fluminense, que parecia sem perspectivas quando caiu para a terceirona? Com certeza, o frio homem de negócios do Clube Empresa/SAF não suportaria os prejuízos e encerraria o “negócio”.

Por fim, profissionalismo não é inimigo de uma gestão que tenha no comando dirigentes movidos pela paixão, bastando a estes dirigentes agir de forma honesta, colocando sempre em primeiro lugar os interesses da instituição e sabendo discernir o momento em que devem agir como gestores do momento em que devem deixar fluir seus sentimentos de torcedor.

Como prova o caso do meu Vasco, muitos Clubes enfrentam, de fato, problemas que são oriundos de graves erros e vícios de gestão, como corrupção, nepotismo, incompetência, golpes institucionais, falta de democracia, etc., mas a SAF é uma falsa solução para estes problemas verdadeiros e atende a diversos interesses, nenhum deles os do sócio ou do torcedor, que com o modelo da SAF só vai poder, como as torcidas do Cruzeiro e do Valencia, ficar pateticamente cobrando “do gordão” ou da filha do dono uma satisfação que nunca virá.

Roberto Monteiro chegou a ser excluído do quadro social do Vasco, porém determinação judicial decidiu pelo seu retorno. Além de criticar a SAF, em outras ocasiões o ex-presidente do Conselho Deliberativo fez duras críticas à gestão do presidente Jorge Salgado.

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6 comentários
  • Responder

    Só não entendo uma coisa, pq esse tal de Roberto não procurou trabalhar para o clube e esquecer polícia no seu mandato.
    Depois q está fora fica falando bosta. Não tou dizendo que Salgado seja o cara, ou que a saf seja a solução, mas o Vasco precisa de vascaíno de coração no comando, só assim as coisas podem mudar, chega de tanto os vascaínos sofrer por causa de quem estar no comando não fazer a coisa certa, chega…..

  • Responder

    O DONO DO VASCO SEMPRE FOI, E SEMPRE DEVERÁ SER É A SUA TORCIDA.

    O VASCO precisa somente de que a presidência seja transparente, e sincera.

    O presidente deveria chegar e demonstrar toda as dívidas do VASCO que já foram contabilizadas e auditadas, são dívidas que agora não adianta lamentar nem chorar, tem que ser pagas e pronto.

    O VASCO tem condições de em menos de 1 ano pagar todas as dívidas, zerar, e a partir do momento que o CLUBE pagar todas as dívidas, todos os que fizerem mal uso do dinheiro do VASCO deve ser cobrado judicialmente.

    Nós precisamos que o CLUBE faça uma campanha para associar 700 mil pessoas, uns dizem que o VASCO tem 7 milhões, outros 10 milhões outros entre 15 a 20 milhões de torcedores, então são preciso de entre 3,5% a 10% da sua torcida para quitar a dívida, e já no próximo ano ter um dos times mais forte do Brasil.

    Vamos demonstrar, imaginemos 700 mil sócios a R$ 120,00 por mês durante 1 ano, eu prefiro 1 ano e meio para fazer um estádio com 100 mil lugares.

    Mais vamos começar com uma campanha para 1 ano.

    700.000 x 120,00 = R$ 84.000.000,00 milhões no mês.

    84.000.000,00 x12 = R$ 1.008.000.000,00 Mais de um bilhão de reais.

    Pagando as dívidas à vista acho q caem para 600 a 650 milhões, o que sobrar é para reconstruir ou construir um novo estádio para 100 mil lugares.

    Quita todasas dívidas de forma à vista para inclusive ter descontos, é para pagar todas as dívidas mesmo, mesmo as já negociadas e parceladas, será qualquer dívida que exista, mesmo as já negociadas e parceladas ( FEDERAL, ESTADUAL, MUNICIPAL, TRABALHISTA, E TODAS OUTRAS) por que é para daqui pra frente nenhum presidente que venha ocupar o cargo no futuro venha reclamar que existe uma dívida anterior.

    Aí o CLUBE com o saldo é mais uma campanha de uns 6 meses recintruiria ou construiria um novo estádio com a capacidade de 100 mil lugares.

    E por que um estádio de 100 mil lugares?

    É para reservar 50 mil lugares e dar o direito a cada pessoa que participou dessa campanha de ter 10 jogos gratuitos para assistir nem o novo estádio durante a vida toda, em forma de rodízio, assistiu um jogo, vai para o final da fila, hoje em dia com um aplicativo, o assossiado quando sair às tabelas de jogos do VASCO já se cadastra para todos os jogos que quiser assistir, assistiu um jogo vai para o final da fila, se tiver um jogo que ele cadastrou e não teve a ocupação total para quem ainda não assistiu ele pode ter o direito de assistir esse jogo, e fica 50 mil lugares para o clube comercializar como venda esses 50 mil ingressos, se até 24 hrs antes não vender a capacidade máxima dos 59 mil ingressos quem se cadastour e por ordem do cadastramento desse jogo abre a vaga para ele assistir o jogo.

    E com isso fica uma campanha que o torcedor está ajudando o CLUBE e cai ter o retorno lá na frente, não é somente uma coisa dada, é uma troca de benefícios.

    Ete garanto, poderemos ser o maior CLUBE da América do Sul, e um dos maiores clube do mundo.

    Basta serem transparentes, sinceros e honestos, com isso demonstraremos que somos o maior CLUBE do Brasil.

    Daí pra frente vai chover patrocínios e podemos sempre contratar os melhores jogadores.

    E o VASCO continua sendo de sua torcida, não de um único dono.

    Vamos mostrar para o mundo quem é o VASCO e quem é essa torcida, quem somos que não abandona o CLUBE.

  • Responder

    Este site não vale nada. Salgado deixe um vascaino de verdade comandar.

  • Responder

    Vasco e time do Brasil e dos tosedore não pode ser vendido

    • Exatamente amigo, leia minha postagem acima e veja como o VASCO pode pagar todas as dívidas e nunca precisar de ter um dono.

  • Responder

    Uma das soluções seria esse cara sumir da vida do Vasco!

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