Roberto Monteiro defende novo estatuto do Vasco: ‘É um texto moderno’
Presidente do Conselho Deliberativo do Vasco, Roberto Monteiro, defende a reforma do estatuto do Clube, que será votado hoje.
O Vasco terá uma das reuniões mais importantes de sua história nesta quarta-feira. O Conselho Deliberativo do clube votará na Sede Náutica da Lagoa a reforma no estatuto, que entre tantas mudanças prevê a implementação do voto direto para a presidência.
Caberá a Roberto Monteiro tocar a reunião que pode transformar o modo de se fazer política em São Januário. Atualmente, o clube tem a eleição indireta para o comando da diretoria administrativa – chapas disputam a eleição na Assembleia Geral e depois indicam um membro da mesma para disputar a presidência no Conselho Deliberativo, formado por 150 beneméritos e 150 conselheiros eleitos.
O presidente do Conselho Deliberativo defende a reforma. Internamente, enfrenta a resistência de diversos grupos políticos do clube quanto às mudanças no texto, ainda que a eleição direta para presidente pareça ser um ponto de unanimidade entre as correntes. Nos tópicos abaixo, destrinchou os pontos que considera fundamentais no documento:
Gestão temerária
“O estatuto avança bem sobre isso, institui um negócio interessante: o gestor, nos últimos seis meses, não pode mais assinar confissão de dívida. Acaba assim com aquela história, “ah, me deixaram um monte de pepino…”. Não pode mais assinar confissão de dívida faltando seis meses para o fim do mandato. Proibimos e responsabilizamos solidariamente o dirigente que assinar confissões seis meses antes, ou seja: ele já sabe que não será eleito e assina uma dívida. Assinando, ele se responsabiliza com a dívida. Além disso, a gestão que assume e passa por cima dessa confissão, passa a ser solidário a ela e responsabilizado ao lado da gestão anterior. Se o gestor anterior cometeu o ato de gestão temerária, o atual ou aponta ou assume, também sendo responsabilizado pelo fato”.
Ficha limpa
“Estabelecemos mecanismos de elegibilidade. Vamos no CNPJ do candidato a gestor. Ele vai ter de explicar para a junta eleitoral. Se tem duas empresas que estão negativizadas, inadimplentes junto à Justiça de Trabalho, junto à Receita Federal, por exemplo, ele vai ter de explicar isso à junta. O nosso entendimento é: se ele quer gerir o Vasco, como vai gerir bem o Vasco se na vida profissional não é um bom gestor? O pessoal tem chamado isso de ficha limpa”.
Código de Ética
“Vai ser editado em 180 dias um Código de Ética. Ele aprofunda os mecanismos contra o gestor, cria punições. Ele já preve atos de gestão temerária, ou indicativos, de encaminhamento para possível apuração. O estatuto tira o pé do acelerador do gestor em outro ponto. No estatuto atual o presidente pode punir um sócio de qualquer forma. No novo isso será diferente”.
Tempo na política para ser candidato
“Todos os atores queriam dez anos como sócio e ao menos um mandato de conselheiro. O que avançamos no estatuto, já que vai ter a eleição direta, é que cinco anos é um tempo pequeno. Vamos defender o direito garantido de quem já tem condição de ser candidato e de votar para 2020. Cinco anos para ser candidato e sócio há um ano para votar. O que será implementado, para 2023, é o candidato ter oito anos no quadro social e ao menos um mandato de conselheiro. Ou seja, o sócio que quiser ser candidato em 2023 terá de ter oito anos no clube e ter sido eleito numa chapa agora, em 2020”.
Tempo para votar
“Estamos fazendo uma regra de três anos, que estão sendo exigidos do votante. Isso é um avanço porque todas as últimas cinco eleições do Vasco foram parar na Justiça pelo mesmo motivo, o do quadro social um ano antes da eleição. Quando criamos o minimo de três anos para votar, estamos contemplando o sócio que entra no quadro social pelo bem do clube, ão quem entra apenas para votar em um determinado candidato um ano depois. Quem entrar agora vai votar em 2023”.
Transparência
“É um estatuto moderno, com regras de compliance, o que o outro não tinha. Qualquer grande investidor quer saber as regras do lugar onde ele vai investir. O novo estatuto está preparado e adequado para receber esse aporte de parceria”.
Novos sócios votantes
“Você não vai mais precisar de um proponente para entrar como sócio, o que vai acabar com essa ideia de que o promonente está fazendo mensalão. O novo sócio vai fazer uma autodeclaração. O proponente é como se fosse um fiador e você não precisa mais dele. O proponente era o fiador do sócio. Estamos fazendo isso para receber as fichas de adesão do Brasil todo, o que hoje não acontece porque você precisa do proponente. Agora cabe à diretoria criar mecanismos para isso”.
Extra Online