Retorno de MT teve trabalho psicológico do Vasco para conter ‘ímpeto’ do jogador

Jovem atleta do Vasco da Gama, o meia MT precisou de acompanhamento psicológico no processo de retorno aos gramados.

MT durante jogo contra o CRB
MT durante jogo contra o CRB (Foto: Rafael Ribeiro/Vasco)

Considerado uma peça de suma importância para o esquema do técnico Marcelo Cabo, por conta de sua versatilidade, o meia do Vasco da Gama, MT, voltou a disputar uma partida de futebol após 3 meses parado em função de um lesão na região lombar. O jovem de 20 anos precisou ser submetido a um tratamento interdisciplinar para “frear” a vontade que tinha de jogar novamente e não queimar etapas, a fim de deixá-lo em condições ideais de jogo.

Chefe do departamento médico do Cruzmaltino, Gustavo Caldeira contou em entrevista ao GE, que o Vasco desenvolveu um programa específico para o atleta, com profissionais de diferentes áreas, entre elas, a da psicologia, tudo com o intuito de conscientizar MT de que a pressa poderia comprometer seu retorno aos gramados, ainda mais para um que se sentia em condições de atuar desde abril.

– Com certeza ele amadureceu. No começo da lesão, a ficha dele não caiu. Quando falei de um tempo um pouco mais alongado, ele achou que ia voltar rápido. A partir do momento em que ele não voltava e se sentia bem fisicamente, era difícil. É complicado segurar um atleta jovem.

O profissional de saúde ressaltou como foi importante a intervenção psicológica no caso do jovem jogador.

– Se ele volta um pouquinho antes, pode perder um pouquinho na frente. Acionamos a Maíra (Ruas, psicóloga do Vasco), e ela veio conversando bastante com o MT. Segurar um touro dentro do DM com o cara se sentindo apto é complicado, e a Maíra trabalhou a cabeça dele muito bem.

Caldeira destaca que o resultado desse trabalho com a promessa vascaína foi de dois quilos de massa magra (tinha 38,5kg de massa muscular em 8 de março e 40,6kg em 4 de junho), força, qualidade de movimento e estabilidade. 

Etapas do tratamento

O acompanhamento de MT foi elaborado com base em três módulos: primeiro foi feito o diagnóstico da lesão (edema ósseo na vértebra lombar l5) pelo departamento médico, depois o encaminhamento à fisioterapia para avaliar a qualidade dos movimentos que mais resultam nsse tipo de lesão e por fim as idas à sala de força para ganhar estabilidade suficiente para fazer a rotação, a extensão da coluna lombar e outros movimentos corporais recorrentes na forma como o jogador atua.

– Quando cheguei ao Vasco, o MT tinha subido um pouco antes. Quando começamos, fizemos, em termos leigos, uma vistoria de cada atleta. Ele já vinha com o histórico de lombalgia desde a base. Tratava e jogava. Quando começamos a investigar, vimos que ele tinha a espondilólise e paramos o MT. Na época, eu disse que não seria um diagnóstico muito feliz para a torcida e para o clube porque o tempo de retorno era muito alongado.

Incialmente, MT tinha previsão de retorno de quatro meses, porém, o jogador já já aparecia entre os relacionados de Cabo em 12 de junho, na vitória do Vasco contra o Brasil de Pelotas. A última partida de MT havia sido em 21 de março, no empate por 1 a 1 com o Botafogo. Ou seja, ele estava à disposição de Cabo em dois meses e meio de tratamento.

Mas a volta do jogador teve que ser interrompida para impedir que o edema ósseo observado no lado esquerdo da vértebra lombar l5 do meia evoluísse para uma fratura. MT, inclusive, já tinha uma fratura no lado direito vértebra detecatda, conforme informou o médico Gustavo Caldeira.

– Fomos cautelosos porque ele tinha uma fratura do lado direito da vértebra e um edema do outro. Havia a lesão aguda do lado esquerdo, e a fratura do lado direito já estava estabelecida e não resultava mais em dor. Como ele é muito forte e precisa estar forte em campo, a gente fez esse trabalho muito bem elaborado.

Caldeiras também ressaltou a solidez do programa de recuperação de MT, afirmando que o primordial era que ele estivesse apto a atuar, não importasse o tempo.

A gente não pensou em tempo, só em etapas. Só o evoluímos no processo assim que atingiu cada etapa. O tempo pouco importava. O mais importante era devolvê-lo em condições de jogar. Ele ganhou massa magra e força, e isso é o avião para nós. Era importante que ganhasse massa magra e não muito peso. Fizemos um trabalho a muitos mãos de conscientizá-lo, e ele passou a ir mais na academia.

Força física

No final de abril, a pouco mens de um mês da estreia do Vasco na Série B, o preparador Daniel Félix, em entrevista ao GE, afirmou que MT já chamava atenção pelo ganho de força física.

– Perdeu muito de carga específica de campo porque ele não pôde fazer as ações motoras do jogo e dos treinamentos de campo, mas por outro lado ganhou muita resistência na sala de força. A gente procurou nesse tempo torná-lo um cara mais forte para que ele agora possa progredir no campo nas ações mais específicas – disse Félix.

Se dedicando integralmente aos trabalhos de aprimoramento físico, MT, em contato permanente com a psicóloga Maíra Ruas, conseguiu sair fortalecido de uma situação que poderia deixar qualquer atleta inseguro em relação a continuidade de sua carreira. Graças a um planejamento que foi muito além do corpo do esportista.

Elogiado pelo técnico Marcelo Cabo após a vitória contra o CRB, MT tem boas chances de seguir como titular na partida contra o Cruzeiro, nesta quinta-feira (24), às 21h30min, no Mineirão, pela quinta rodada da Série B.

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