Reforços, mentalidade e mais: como Ramón Díaz salvou o Vasco da queda no Brasileiro

O técnico Ramón Díaz chegou na reta final do primeiro turno e liderou 36 dos 45 pontos conquistados pelo Vasco da Gama no Brasileirão.

Ramón Díaz com cartaz em São Januário
Ramón Díaz com cartaz em São Januário (Foto: Reprodução Redes Sociais)

Acabou o sofrimento. Com a vitória sobre o Bragantino nesta quarta-feira, pela 38ª e última rodada do Brasileirão, o Vasco chegou aos 45 pontos, terminou em 15º lugar e escapou do rebaixamento. Um cenário que parecia improvável antes da chegada de Ramón Díaz ao clube.

Sob o comando do treinador argentino, o Vasco melhorou visivelmente o seu desempenho dentro de campo, deu a volta por cima no campeonato e conseguiu somar os pontos necessários para ficar na Série A depois do pior início de sua história.

As derrotas recentes (sobretudo para o Corinthians, em São Januário) e o fato de que o Vasco só não voltou para o Z-4 em função de outros resultados podem desviar o foco da reação, mas os números falam por si só. Quando Ramón assumiu, o cenário era de terra arrasada: a equipe vinha de uma sequência de oito derrotas em nove jogos e estava na penúltima colocação, com apenas nove pontos.

Em 25 jogos, o técnico conseguiu 10 vitórias, seis empates e oito derrotas. Conquistou 36 dos 72 pontos possíveis, o que equivale a um aproveitamento de exatos 50%.

Na comparação entre o primeiro e o segundo turno, o Vasco saltou de um aproveitamento de 28,1% para mais de 50%, com campanha de quem disputa vaga na Libertadores. Só o Atlético-MG de Felipão teve uma reação maior nesse mesmo período.

A chegada de reforços

O trabalho de Ramón Díaz certamente foi providencial para que o Vasco conseguisse escapar do rebaixamento, mas as contratações no meio do ano também ajudaram a mudar a rota do clube dentro do campeonato. Na mesma janela chegaram jogadores como Medel, Maicon, Paulinho e Vegetti, que formam uma espécie de espinha dorsal do time titular.

O Vasco contratou nove jogadores, a maior parte do meio para frente. Payet foi a cereja do bolo e, embora não possa ser considerado um titular absoluto, marcou dois gols importantes (nas vitórias sobre Fortaleza e América-MG) e teve seu papel na campanha.

Como havia identificado a falta de maturidade como um dos problemas na primeira parte do campeonato, o clube foi atrás de atletas mais experientes. Medel chegou e, pouco depois, já estava usando a faixa de capitão, por exemplo.

Também houve uma substituição no papel de homem-gol da equipe. Contratado com muita expectativa no início do ano, Pedro Raul chegou ao segundo semestre com a imagem arranhada em função de gols perdidos e pênaltis desperdiçados. Foi vendido ao Toluca, do México. Para o seu lugar, o Vasco trouxe Pablo Vegetti, que imediatamente adaptou-se ao clube e marcou 10 gols em 21 jogos.

Ramón ferveu o caldeirão

A campanha de recuperação tem como palco central o desempenho em casa. No primeiro turno, o clube teve dificuldades de fazer valer o mando de campo. Em nove jogos, foram duas vitórias, um empate e seis derrotas – aproveitamento de 25,9%.

No segundo turno, o desempenho em casa ajudou a salvar o Vasco. Em 10 jogos como mandante, foram sete vitórias, um empate e duas derrotas – aproveitamento de 73,3%. O apoio da torcida foi fundamental, com ingressos esgotados em todas as partidas. E Ramón soube usar isso a seu favor, destacando em todas as entrevista o papel do vascaíno em seu trabalho.

Injeção de confiança

Dizem no clube que uma das qualidades de Ramón Díaz é saber administrar o elenco e injetar confiança nos jogadores. Em julho, o treinador encontrou-se pessoalmente com Praxedes no Rio de Janeiro. O volante estava com pouco espaço no Bragantino e foi convencido por Ramón a jogar no Vasco, onde transformou-se em peça importante.

Mas talvez o maior exemplo dessa característica do treinador seja Zé Gabriel.

O volante estava escanteado no Vasco antes da chegada do técnico argentino – ele chegou a ficar mais de 100 dias sem sequer ser relacionado para uma partida. Ramón e seu filho Emiliano Díaz chegaram, identificaram a necessidade de um primeiro volante e resgataram o futebol de Zé Gabriel, que disputou 27 partidas neste Brasileirão, 25 delas como titular.

Fonte: Globo Esporte

1 comentário
  • Responder

    Apenas começou o sofrimento de 2024, já que MEDEL pelo visto será mantido mesmo não valendo 1 centavo e recebendo 1 milhão!

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