Ramón Díaz mostra preocupação com organização tática do Vasco

Técnico do Vasco da Gama, Ramón Díaz celebrou o resultado fora de casa contra o Cruzeiro, mas não ficou satisfeito com o desempenho do time.

Rossi em ação pelo Vasco contra o Cruzeiro
Rossi em ação pelo Vasco contra o Cruzeiro (Foto: Leandro Amorim/Vasco)

O Vasco fez 1 a 0 sobre o Cruzeiro aos 14 minutos do primeiro tempo e deu a impressão de que poderia repetir, na noite desta quarta-feira, o bom desempenho que já mostrou com Ramón Díaz no Campeonato Brasileiro. Não foi o que se viu depois no Mineirão. No fim, o empate em 2 a 2 acabou sendo um resultado justo e interessante para o time carioca, que abriu três pontos do Z-4.

– Os torcedores têm que ficar felizes pelo resultado, porque seguimos lutando. É um dos campeonatos mais difíceis que participei nos últimos anos. Seguimos competindo, temos que melhorar taticamente, mas o público tem que ficar orgulhoso – resumiu Ramón Díaz após o jogo.

Com dez dias de intervalo entre o jogo com o América-MG e o confronto direto contra o Cruzeiro, a expectativa era de um Vasco mais organizado no Mineirão do que foi na última partida, em São Januário. Mas o time frustrou quem assistiu ao duelo. Diante de um adversário que se mostrou inferior, a equipe de Ramón Díaz teve o meio-campo como grande obstáculo para vencer em Minas.

O trio Zé Gabriel-Paulinho-Praxedes, que já viveu auge com Ramón, decepcionou mais uma vez. Não marcou nem construiu. A queda de rendimento no setor é preocupante.

Pose-se dizer que o Vasco fez jogou 15 minutos no primeiro tempo. Mesmo sem grande destaque, teve espaço e buscou o ataque no começo do jogo. O gol de Puma, em belo chute do lateral-direito que foi o melhor do time na partida, foi o grande ato da etapa inicial.

O Vasco não jogou mais depois disso. Em um momento de tranquilidade, à frente do placar, parecia que iria controlar as ações e aproveitar os contra-ataques, mas não. Com espaço para atuar pela direita do ataque, preferiu recuar. Deu demais a bola para o Cruzeiro. A sorte foi que o adversário não soube o que fazer com ela.

O mau do time de Ramón foi ser permissivo demais. O Vasco assistiu ao Cruzeiro jogar. Não pressionou e não conseguiu acelerar o jogo. E deixou a defesa desprotegida demais. A equipe mineira chegou algumas vezes, sem agredir o gol de Léo Jardim, mas quando conseguiu progredir foi eficiente e contou com os vacilos dos cariocas para virar em 12 minutos.

Destaque negativo para Rossi, que caiu na pilha no primeiro tempo. Sem torcida no Mineirão, esse não era um jogo para isso. Uma discussão com Paulo Autuori, técnico do Cruzeiro, rendeu mais um minuto de acréscimo no primeiro tempo. Nesse minuto, o atacante cometeu pênalti infantil ao colocar a mão na bola e oferecer a virada à Raposa. Nos dois chutes a gol, o time da casa fez dois gols.

Substituições mudam o Vasco

Ramón Díaz também não gostou do que viu no primeiro tempo. Tanto que aos 23 minutos da segunda etapa já havia queimado as cinco substituições. O treinador foi fundamental para a melhora do Vasco, que começa por uma mudança tática. Pec, que começou o jogo na esquerda, foi para o lado direito após saída de Rossi. Ali, o atacante cresceu de produção e foi mais participativo.

Outras três mudanças fizeram diferença para o Vasco: as entradas de Jair, Payet e Sebastián. O primeiro dominou o meio-campo, mesmo com Zé Gabriel substituído. Jair ocupou bem os espaços e fez o que Paulinho e Praxedes não conseguiram no primeiro tempo. O time passou a ter transição, e os atacantes apareceram mais. Vegetti incomodou na bola aérea e parou em defesaça de Rafael Cabral aos 14 minutos do segundo tempo.

A mudança de postura favoreceu o Vasco, que viu o Cruzeiro abdicar do jogo. Payet ocupou o lado esquerdo e colocou Piton no jogo. Saiu do camisa 10 a reação vascaína, em cobrança de escanteio aos 31 minutos. Mas o grande mérito foi de Sebastián, que conscientemente cabeceou para o meio e serviu Gabriel Pec para empatar.

Mas o centroavante paraguaio foi punido minutos depois, aos 42. Após bom cruzamento de Piton, com a defesa do Cruzeiro rendida, Sebastián, sozinho, cabeceou para fora. Gol que não se perde, mas ainda a contribuição do camisa para a melhora do time precisa ser reconhecida.

A postura do Vasco no primeiro tempo e as circunstâncias do jogo fazem do empate fora de casa um bom resultado para o time de Ramón Díaz. Poderia ter sido melhor. Mas também poderia ter sido pior, com a chance inacreditável que o Cruzeiro perdeu aos 48, com Wesley.

Ramón em busca de soluções

O Vasco está invicto nos últimos cinco jogos, com três vitórias e dois empates. Os resultados ajudam no objetivo de permanecer na Série A, mas os desempenhos preocupam. Dessas partidas, o time foi bem apenas contra o Botafogo. As duas últimas, diante de América e Cruzeiro, ligam o sinal de alerta, e Ramón precisa encontrar soluções antes de pegar o Athletico-PR.

A começar pelo meio-campo. Praxedes vem de duas atuações ruins e Jair, que pede lugar no time, vai cumprir suspensão. O ataque também virou dor de cabeça: além da atuação ruim no primeiro tempo, Rossi foi expulso na etapa final, quando já estava no banco de reservas. Com Orellano e Erick Marcus lesionado, Ramón terá dois dias para resolver o problema: o Vasco enfrenta o Athletico neste sábado, às 19h30, na Arena da Baixada. O elenco viaja nesta quinta para Curitiba.

Fonte: Globo Esporte

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3 comentários
  • Responder

    O Vasco em campo com Praxedes no meio de campo é como uma cobra que leva uma paulada no meio e , mexe com o rabo e cabeça , mas não sai do lugar .Fica dificil que partida após partida , Ramon Dias insiste com esta formação e , a teimosia de manter o volante Medel como zagueiro ,quando ele deveria formar com Zé Gabriel uma linha de contenção ,deixando Maicon a formar dupla de zagueiros com Léo Pelé , Miranda ou Capasso ,liberando assim , Paulinho ,ou Jair ou Payet e , assim evitar que o time venha a recuar , ele tem que congestionar o meio de campo que vem sendo vulnerável com esta formação Zé Gabriel , Praxedes e Paulinho , principalmente com Praxedes .

  • Responder

    RD! O Payet é Jair não podem ficar de fora! Praxedes caiu muito de produtividade e tem que dar lugar ao Jair. Rossi é para segundo tempo após 30 minutos pois precisamos da criatividade de ligação de Payet abastecendo o ataque! Simples assim! Não inventa mais mudanças nos últimos jogos ou caímos!

  • Responder

    Como é q o técnico reclama da organização tática do time dele. Ele é o treinador, é ele quem organiza, escala e diz como o time deve jogar. Se o jogador não lhe obedece, substitue, tira o jogador e coloca quem faz o q ele manda. É simples.
    Bom ou ruim o resultado, a responsa é do técnico, então não jogue a culpa pros jogadores.

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