Rafael Paiva analisa vitória do Vasco contra o São Paulo; veja a entrevista coletiva

O técnico Rafael Paiva analisou o desempenho do Vasco da Gama e comemorou a goleada contra o São Paulo, em São Januário.

Rafael Paiva, técnico do Vasco
Rafael Paiva, técnico do Vasco (Foto: André Durão)

O Vasco deu um importante passo na noite deste sábado para sair da crise. Em um São Januário vazio, o time voltou a vencer depois de cinco jogos, goleou o São Paulo por 4 a 1, deixou a zona de rebaixamento e se encheu de ânimo para a sequência do Campeonato Brasileiro. Em entrevista coletiva após a partida, o interino Rafael Paiva comemorou o resultado com o DNA vascaíno:

– O Vasco tem esse DNA da base, sabia que a gente precisava oxigenar um pouco o grupo para dar, com os meninos, um pouquinho de energia. Não que não tivesse, mas a energia dos meninos da base, essa vontade que eles estavam de demonstrar o potencial. Com a chegada do Pedrinho e do Felipe isso fica mais aflorado, por tudo que já fizeram pelo Vasco. Acho que era o momento de colocá-los. Sabia do risco, era difícil, mas é nesses momentos que tem que mostrar o potencial. Estava tranquilo porque os conheço bem, sempre demostraram muito potencial e tinha certeza que iam dar o melhor. Feliz demais por ter conseguido jogar bem, terem saído os gols, por competir bem.

Por ser o técnico do sub-20, Paiva já conhecia os jovens do elenco e disse que não tinha dúvidas de colocá-los, apesar de reconhecer que a pressão aumenta o risco de errarem. Mas sua preparação foi no sentido de passar coragem e confiança para a garotada:

– O grupo é talentoso, a gente sempre falou isso, sempre trabalhou muito. Os resultados não vieram, mas nunca deixamos de acreditar. Hoje conseguimos colocar para fora o nosso jogo, colocar a bola no chão, pressionar, fazer tudo o que acredita. Hoje deu certo, agora é tentar manter. A pressão faz ter receio de errar mais. Foi muito em cima disso (a preparação), de encorajá-los a fazer. Ninguém podia tirar da onde a gente estava senão os atletas. Então era mais em cima de encorajar, ter confiança para poder fazer, arriscar e trabalhar para dar certo.

Veja outras respostas da coletiva

Joias vascaínas

– A categoria de base serve para isso, para eles entrarem no profissional e conseguir ajudar. Estrella é um jogador muito talentoso, sempre fez muita coisa pela base, desde as categorias menores. Um sub-17 muito bom, um sub-20, teve uma lesão que atrapalhou o desenvolvimento dele ano passado, mas voltou e tem maturidade para jogar. É um jogador vertical, que tem gol, e hoje ele tava confiante para jogar. Esse é o Estrella. O Leandrinho já subiu para o profissional, fez gol no Carioca, teve uma transição difícil, perdeu um pouco de espaço.

– Estava treinando no sub-20, ia para o jogo ontem contra o Boavista, mas eu trouxe ele junto porque o Victor Luis estava suspenso. O Leandrinho já tinha mostrado ser forte mentalmente para voltar ao sub-20 e voltar ao profissional. Tem muito potencial. O JP está há mais tempo aqui, estava jogando, é um jogador madura, vai evoluir muito ainda. A gente tem vários outros ali. Luis é um zagueiro canhoto de muita força, muita técnica, daqui a pouco vai entrar e dar conta do recado. O Vasco tem muitos jogadores talentosos e eles vão começar a aparecer no profissional.

Preparação para virar

– A gente teve um dia só para trabalhar (risos). Foi em cima de acreditar, de ter coragem para fazer. A gente sabia que seria muito criticado no início, a torcida está dolorida com os resultados que vieram. Sabíamos que era a gente que tinha que fazer a torcida estar do nosso lado. Encarar de tentar jogar, de correr riscos. A gente errou na saída de bola, poderia tomar o gol e ser criticado. Mas é essa mentalidade que faz a diferença, que faz o Vasco subir alguns lugares na tabela. Temos que estar sempre no limite do erro. E se erasse, teria que tentar de novo. Se quer ganhar jogo, tem que ter mais bola, finalizar mais em gol, estar mais próximo. Temos que manter essa mentalidade. O resultado a gente não controla. Mas o que deixamos dentro de campo a gente controla e vamos cobrar isso deles.

Vegetti de capitão

– Eu acredito que a gente tem algumas lideranças no elenco. Leo foi o capitão por muito tempo, temos o Maicon, o Jardim, o Vegetti. São jogadores que o tempo todo chamam a responsabilidade. Vegetti é um batalhador e é o que a gente precisava para esse jogo. Batalhar. Fica incomodado com a derrota. Ele foi premiado e conseguiu desenvolver bem o que faz naturalmente. A gente teve várias lideranças positivas. O Leo não atuou, mas esteve presente ali o tempo todo. São essas lideranças que vão fazer a gente evoluir.

Boicote da torcida

– Os jogadores estavam, sim, pressionados. A torcida tem o direito de protestar quando ele é pacífica. Os jogadores sentem a pressão. Ela tem o direito de fazer. A casa cheia aqui é muito diferente, é um caldeirão. Quando a torcida apoia, é diferente. SABIAMOS QUE íamos aquecer sobre vaia, jogar sobre vaia. Mas tivemos coragem para fazer as coisas acontecerem. O Vasco ser protagonista dentro de casa, é isso que vai mudar. Demos uma resposta e temos que fazer mais jogos neste nível. Vai fazer muita diferença para nós. Sentimos falta da torcida, mas é um dia de cada vez. Hoje demos uma resposta e vamos trabalhar contra o Bahia.

Ser técnico de fato?

– Não sei. Sou muito grato ao que o Vasco me fez. Os quatro jogos foram emocionantes. Acrescentaram demais para a minha carreira. É muito difícil a transição da base para o profissional. Somos taxados como treinadores de base. Para mim futebol é futebol. Subi do sub-20 para o profissional com todo mundo questionando se eu dava conta. Para mim futebol é isso independentemente da categoria ou da idade. Vou fazer isso no sub-20, no profissional, sub-17. A decisão não sou eu que tomo, mas quando o Vasco pedir vou sempre ajudar.

João Victor de titular

– O João é um zagueiro muito talentoso, muito rápido, muito veloz. Também sente muito o jogo, no sentido de querer ganhar, de competir. Eu gosto muito disso. Hoje precisávamos muito disso. O João correspondeu. Ele entregou tudo que sabemos que pode entregar. Quando estava 1 a 0 para o São Paulo, ele tirou uma bola que poderia ser o 2 a 0. Ele tem muita qualidade, tem muito potencial, precisa de confiança e de um jogo desse nível para ele dar sequência. A ideia foi muito disso, de ter um cara veloz, de marcar alto, manter a linha mais alta, se tomar uma bola em profundidade conseguir chegar. Ele fez tudo isso hoje, fez um grande jogo.

Papo no vestiário

– Foi muita conversa. O ponto positivo é que conheço eles. Sempre falei que foi um grupo talentoso, de qualidade. Que poderia fazer um jogo amis propositivo. Tinha que dar menos contra-ataque para o adversário. Ser mais agressivo na hora de defender. O São Paulo é uma equipe muito qualificada. Sabíamos que eles iriam quebrar a nossa pressão. Estudamos muito o adversário, passamos isso para eles e tentamos encorajar. As vezes não conseguimos agredir a meta. Eles tiveram atitude, fizemos o gol de empate, viramos, vai contagiando uma o outro. Agora a gente tem que continuar dando a resposta.

Oportunidade a técnicos da base

– Tem muito treinador com potencial na base. Muitos, muitos. Treinador brasileiro evoluiu muito. A gente sempre foi muito questionado por que não estudava. Só boleirava, e os estrangeiros eram mais estudiosos, mais organizados. O brasileiro tem uma capacidade absurda, tem o nível melhor que no profissional, muito por dedo dos treinadores da base. Mas é uma transição agressiva. Isso está mudando um pouco, mas tem um olhar diferente do jogador, da torcida, da diretoria. Tem uma pressão. A gente tem que ir na marra ganhando respeito. Tem muito treinador bom no Brasil, o sub-20 tem uma visibilidade de profissional, qualquer torcedor conhece todos os jogadores do sub-20, jogos televisionados, temos que brigar muito. Feliz de ver amigos com o Fabio Mathias, Jardine foi bicampeão no México, Felipe Leal que era da seleção brasileira sub-17, e vários outros grandes treinadores, que tiveram que sair do Brasil para conquistar um respeito. Mario Jorge foi para a seleção da Arábia Saudita Sub-17. Estamos batalhando. Fico muito feliz quando vejo os companheiros conseguindo o espaço. E vou brigar muito para que outros consigam.

Carinho dos torcedores

– Fico muito feliz, é realmente muito satisfatório. A torcida é muito o termômetro do que está acontecendo dentro de campo. Então, fico feliz porque se ela está valorizando, é porque demonstramos dentro de campo. É um jogo que acredito, de marcar, de jogar no limite do erro. Fico feliz porque foi tudo que aconteceu no jogo hoje. Potencializamos os atletas da base. Toda as categorias de base do Vasco estão chegando nas fases finais. Rodrigo Dias fazendo um grande trabalho. Isso é um reflexo. A torcida elogiar é reflexo do que estamos fazendo.

Assista à entrevista

Entrevista coletiva de Rafael Paiva (Fonte: Vasco TV)

Fonte: Globo Esporte

1 comentário
  • Responder

    Não precisa contratar um técnico, já temos ele. Aprendam de uma vez por todas. Ramón Díaz nunca mais.

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