PVC acredita que adiamento do julgamento ressuscitou fantasmas do tapetão

O jornalista Paulo Vinicius Coelho afirmou que dentro do próprio STJD o adiamento do julgamento do Sport não é unanimidade.

Paulo Vinícius Coelho, PVC
Paulo Vinícius Coelho, o PVC (Foto: Reprodução/SporTV)

Até dentro do Superior Tribunal de Justiça Desportiva há auditores que pensam ser um erro o adiamento do julgamento de Sport x Vasco para a próxima quinta-feira. Quando os senhores engravatados adentrarem a sala de Justiça, a Série B já estará decidida e qualquer decisão favorável a um derrotado dará a impressão de tapetão. Muito melhor seria julgar antes. Haveria tempo para recurso e a ideia prevaleceria de que a Justiça Desportiva é soberana.

Numa Democracia, decisão judicial não se discute, cumpre-se.

Embora toda pessoa, empresa ou associação tenha o direito de ir às instâncias superiores, levar o caso até o Superior Tribunal de Justiça, nos tribunais comuns, ao ingressar numa disputa como o Campeonato Brasileiro aceitam-se as regras e os tribunais desportivos.

Caso contrário, os casos podem levar muito mais anos do que o desfecho de campeonatos. Um exemplo é o caso Gama, que conseguiu liminar na Justiça Comum em 2000 e impediu a CBF de iniciar o Campeonato Brasileiro daquele ano sem a presença do time de Brasília. Tudo porque o Botafogo havia conquistado três pontos de uma derrota por 6 x 1 para o São Paulo e, com eles, escapou do rebaixamento em 1999.

O caso envolvia o atacante Sadro Hiroshi. A punição ao São Paulo não foi pela idade adulterada do jogador, mas por seu contrato estar registrado irregularmente, depois de uma transferência não efetuada corretamente do Tocantinópolis para o Rio Branco, de Americana. Havia auditores com a visão de que o São Paulo deveria perder cinco pontos e o Botafogo não ganhar nenhum. Outros apontavam para a jurisprudência da época, criada pelo Tribunal de Justiça Desportiva de Rondônia, que retirou pontos de um jogo e entregou ao adversário.

Com os pontos, o Botafogo não caiu. O Botafogo estava certo, porque sentença judicial não se discute, cumpre-se. Mas quem diz que estava certo é este blog. A Justiça Comum nunca julgou o mérito da decisão liminar concedida em favor do Gama. O time do Distrito Federal jogou em 2000, repetiu em 2001, foi rebaixado em 2002 e os tribunais nunca definiram quem tinha razão.

Os fantasmas do tapetão assombram o futebol brasileiro desde 1969, quando o atacante Flávio, do Fluminense, foi expulso contra o Vasco. Não havia cartões amarelo e vermelho, mas existia suspensão automática, aplicada ao atacante tricolor, suspenso do jogo seguinte, contra o América. O advogado do Fluminense, José Carlos Vilela, entrou com ação dizendo ser inconstitucional a condenação de qualquer cidadão sem direito a defesa.

Flávio conseguiu uma liminar, enfrentou o América e marcou o gol da vitória. A expressão “tapetão” popularizou-se neste episódio.

O STJD faz o fantasma voltar com a hipótese de o Vasco não subir em campo e ganhar os pontos no tribunal depois de encerrada a campanha.

Pelo bem do futebol, os tribunais precisam ser mais rápidos e melhorar a sensação de Justiça. Pelo bem dos Campeonatos Brasileiros, que tudo se resolva no campo.

Fonte: Blog do PVC – Globo Esporte

Mais sobre:PVC
Comente

Veja também
Renato Gaúcho em sua época de técnico do Flamengo
Pedrinho se reunirá com empresário de Renato Gaúcho na próxima semana

Renato Gaúcho é um dos alvos do Vasco da Gama para assumir o comando da equipe em 2025 e Clube marca reunião com empresário do técnico.

Projeto Nosso São Januário - reforma do estádio do Vasco
Decreto de venda do potencial construtivo de São Januário é publicado no Diário Oficial

Após reunião entre Pedrinho e Eduardo Paes, decreto de venda do potencial construtivo de São Januário é publicado no Diário Oficial.

Logo Nike e símbolo do Vasco da Gama
Saiba quanto o Vasco deve receber com patrocínio da Nike

O Vasco da Gama encaminha acordo com a Nike e pode ter a maior fornecedora de material esportivo na história; veja valores.

Zé Gabriel em ação pelo Vasco contra o Bangu
Zé Gabriel tem contrato até 2025 e vira dor de cabeça no Vasco

Com contrato até 2025, Zé Gabriel tem luvas milionárias e salário alto e Vasco da Gama tem dificuldade para negociar o volante.

Pedrinho, presidente do Vasco
Pedrinho desmente rumores sobre a venda da SAF do Vasco

Após rumores nos últimos dias sobre negociação entre Evangelos Marinakis e Vasco da Gama, o presidente Pedrinho desmente a informação.