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Presidente do Trem-AP revela ser fã de Leila Pereira e projeta jogo contra o Vasco

A presidente do Trem-AP, Socorro Marinho, ainda falou sobre a inspiração do clube no Flamengo, rival do Vasco da Gama.

Por França Fernandes em 23 de fevereiro de 2023

Socorro Marinho é presidente do Trem-AP há muitos anos

Nesta quinta-feira (23), a partir das 21h30 (de Brasília), no Estádio Mané Garrincha, o Vasco estreia na primeira fase da Copa do Brasil de 2023 e terá pela frente o Trem, do Amapá. E o time de Macapá quer fazer história na competição, que disputa pela sexta vez na história.

Fundado em 1947 e com 76 anos de história, o Rubro-negro Amapaense tem em suas raízes inspiração no Flamengo, arquirrival do Vasco. As cores, e inclusive o escudo, fazem referência ao time da Gávea.

O Trem também é um dos maiores clubes da Região Amazônica, com sete títulos do Campeonato Amapaense, o mais recente conquistado na última temporada, e que deu a chance do clube disputar pelo segundo ano consecutivo a Copa do Brasil, competição que o time nunca passou da primeira fase. Além disso, são cinco conquistas da extinta Copa Amazônia, sendo o maior campeão da mesma.

E uma das responsáveis pelo sucesso do clube no Estado é a presidente Socorro Marinho, de 60 anos e que há 13 é mandatária do Trem. Em um meio onde são poucas as mulheres que ocupam cargos de destaque dentro de times de futebol, ela busca cada vez mais visibilidade para o Rubro-negro Amapaense.

Em entrevista exclusiva ao ESPN.com.br, Socorro falou sobre a partida contra o Vasco, revelou se espelhar em Leila Pereira, presidente do Palmeiras, e pediu uma maior visibilidade e espaço às mulheres no futebol brasileiro.

Sobre a inspiração do Trem no Flamengo, Socorro lembrou que um dos fundadores do clube, majoritariamente operários, era torcedor do Rubro-Negro do Rio de Janeiro, e por isso a escolha das cores vermelho, preto e branco.

“Um dos fundadores do Trem era flamenguista e por causa disso fez (o clube) nessas cores vermelho, preto e branco. É, muito a ver (o escudo com o do Flamengo). (O clube) existe há 76 anos. Já jogamos contra o Náutico, Paraná (na Copa do Brasil), mas clube mais conhecido com certeza é a primeira vez, que é o Vasco”, começou por dizer.

“Parece um sonho. Sei como é jogar com o Vasco, é uma das maiores torcidas do Brasil, conhecido mundialmente. É algo histórico para nós. Vai se um jogo com muita emoção, se vencermos vai ser algo histórico e, com certeza, Macapá para para receber a gente”, prosseguiu.

‘Ela é maravilhosa’

Há mais tempo na presidência do Trem do que a própria Leila Pereira, que é mandatária do Palmeiras desde dezembro de 2021, Socorro contou que gosta bastante do trabalho da presidente do Alviverde e a elogiou bastante.

A mandatária do clube amapaense também comentou sobre a quantidade pequena de gestoras mulheres no futebol brasileiro, levando em consideração a infinidade de clubes profissionais no país.

“Eu acho ela (Leila Pereira) maravilhosa, gosto da postura dela, é firme, é inteligente. É desse jeito mesmo, tem que agir, tem que lutar e é isso. Ela está no caminho certo a Leila, gosto muito. Não (nunca a encontrei)”, disse.

“Acho que somos quatro ou cinco presidentes mulheres, em um mundo muito grande. São 27 Estados, e quantos clubes existem, mais de 100. Cinco mulheres realmente é muito pouco, deveria ter mais mulheres, eu penso assim.”

“Eu estou há 13 anos (na presidência) e realmente é difícil. Mas claro que agora com todo esse tempo as pessoas já me conhecem, já valorizam, parabenizam, mas logo que eu entrei havia um grande machismo contra uma mulher ser presidente. Hoje não, já me encaram muito bem, onde eu passo todo mundo fala, me cumprimenta pelo bom trabalho que eu venho fazendo. É gratificante porque eu gosto do futebol, quero o Trem muito bem, quero fazer o melhor. Creio que os melhores CT’s do Estado do Amapá são o do Trem e o do Santos-AP, é muito bom isso.”

Entre as suas responsabilidades no Trem, Socorro Marinho também tem interferência direta no time. E tem bastante autonomia. Em conjunto com o diretor de futebol, que é o seu marido, e o treinador do clube, ela ajuda na hora de contratar jogadores para o Trem, ou até mesmo dispensá-los.

“Contratamos jogadores do Amapá, temos a base, e também contratamos muitos do Pará, mas tem também do Rio de Janeiro. Queremos o melhor. Alguma indicação a gente verifica e a gente contrata, se for bom mesmo. Se não for a gente já manda embora (risos). Passa pelo crivo do diretor de futebol, do treinador e eu, claro que a gente vê, eu assisto os jogos, eu sei quem joga e quem não joga”, contou.

“Quem não joga eu já comento com o meu esposo, que é diretor do clube, e aí eu comento ‘fulano de tal não está jogando, o que você acha?’. Aí ele começa a observar. É assim, com o meu olhar a gente faz as demissões. A gente age com democracia, respeito”, finalizou.