Políticos do Vasco opinam sobre reforma do estatuto e eleições diretas

Figuras políticas importantes do Vasco da Gama, falaram como pensam e votam sobre a reforma do estatuto e as eleições diretas.

Luis Fernandes e Leven Siano
Luis Fernandes e Leven Siano (Foto: Divulgação)

O presidente da Assembleia Geral do Vasco da Gama, Faues Mussa, indicou recentemente que a votação dos sócios na Assembleia Geral Extraordinária (AGE), que será realizada no dia 25 de agosto, terá dois pontos separados.

São eles, a aprovação ou não da reforma do estatuto e a aprovação ou não das eleições diretas. A separação dos temas na AGE, inclusive, tem gerado muita polêmica na política vascaína.

O site Lance!, entrevistou personagens políticas do Gigante da Colina, para saber como eles vão agir na AGE. Os entrevistados foram Luis Manuel Fernandes, Augusto Ariston, Jorge Salgado, Leven Siano, Fred Lopes, Nelson Medrado, Julio Brant, Roberto Monteiro, Silvio Godoi e Alexandre Campello.

A reportagem fez as seguintes perguntas

a) Como você entende o comunicado de votação em pontos separados da reforma e das eleições diretas do Vasco?

b) Como indica o voto sobre a reforma do estatuto e por quê?

Respostas de Luis Manuel Fernandes, candidato a presidente do Vasco:

– Pelo Artigo 74 do Estatuto vigente no Vasco, a Assembleia Geral dos sócios só pode reformar ou alterar o Estatuto do clube por proposta do Conselho Deliberativo. O CD não aprovou a adoção das eleições diretas nos marcos do atual Estatuto. Aprovou, por unanimidade, a inclusão das eleições diretas na proposta de novo Estatuto a ser submetido à Assembleia Geral. A proposta de inclusão das eleições diretas como ponto separado da Reforma do Estatuto na AGE não obteve o número de assinaturas exigido pelo Código Civil. Assim, só cabe convocar a Assembleia Geral tendo como ponto único de pauta a proposta de Reforma do Estatuto que inclui a realização de eleições diretas para Presidente já em 2020.

– Recomendo fortemente a aprovação da proposta de novo Estatuto. O Estatuto atual foi elaborado há 41 anos, em pleno período do governo militar. Está obsoleto. A reforma proposta – fruto de uma ampla discussão e de uma ampla convergência de opiniões no clube – contém avanços fundamentais, como a adoção de eleições diretas para Presidente, a introdução de mecanismos de controle e punição de maus dirigentes (o capítulo sobre gestão temerária), a possibilidade de constituir e integrar sociedades acionárias para gerir atividades do clube (como o Clube Empresa), o uso de urnas eletrônicas nos processos eleitorais, a transformação sem ônus de Sócios Gerais em Sócios Proprietários, entre tantos outros. A aprovação da Reforma não congela o Estatuto. Podemos continuar propondo e aprovando novas alterações para melhorá-lo. Mas não há dúvida que o novo Estatuto proposto é muito superior ao atual. Não há como modernizar o clube com base em um Estatuto ultrapassado

Respostas de Augusto Ariston, candidato a presidente do Vasco:

– Entendo que não está sendo feito de boa fé, é casuísmo.

– O Estatuto moderniza a vida do clube. Entre essas mexidas estão a criminalização dos dirigentes, e não querem mexer nisso. Modificar para melhorar, têm o meu apoio. Se for para casuísmo, não. Deveria ter apresentação de currículo para ser candidato a dirigente do clube. As modificações já estão aprovadas no Estatuto, vamos proibir agiotas na diretoria e não pode ser dirigente aquele que processa o clube. Essas modificações deverão acontecer no Estatuto já na nova direção. Porque essa lei que moderniza o clube não pode ser uma brincadeira. Tem que ter um caráter mais permanente.

Respostas de Jorge Salgado, candidato a presidente do Vasco:

– Nós somos inteiramente a favor das diretas. Acreditamos que a votação separada não atrela as diretas à reforma do estatuto e dá condições ao sócio de escolher o que deseja. São itens diferentes, portanto, devem ser votados separadamente.

– Quanto à proposta de reforma do Estatuto, somos contra a aprovação pela maneira como ela foi conduzida. É uma proposta que contém vícios que contrariam o Estatuto. Nós entendemos que o ideal é discutir uma reforma de estatuto no ano que vem, e não no final de um mandato. Abrir uma discussão sobre reforma do estatuto no início de uma gestão dá muito mais legitimidade.

Respostas de Luiz Roberto Leven Siano, candidato a presidente do Vasco:

– Analisando a ata notarial da votação da redação final do Conselho Deliberativo, está evidente que restou decidido que seja levada à AGE a proposta da reforma na sua integralidade e não somente um dos pontos, de acordo com o artigo 74, inciso I. Até porque as diretas integram a reforma do Estatuto e sendo ela, que é ótima para o clube, aprovada na AGE, perde o objeto discussão isolada sobre diretas. Encaminhamento distinto fere a decisão unânime de um poder do clube e a institucionalidade e a harmonia dos poderes, gerando possibilidade de novos litígios e agravando a instabilidade política do clube. O Vasco precisa de reforma estruturante e ampla. Alterar apenas o capítulo da eleição, mantendo-nos com um estatuto obsoleto de uma época em não existiam DVD e pen drive, e que, em toda eleição, permite problemas das mais variadas ordens, não resolverá o problema. Qualquer coisa fora disso dará margem à judicialização, comprometendo com isso o grande interesse da torcida do Vasco nas eleições diretas.

– A reforma do Estatuto avança positivamente em questões essenciais para se permitir uma gestão mais descentralizada, democrática, transparente, ética, ágil e íntegra. Institucionaliza o colégio Vasco da Gama e torna estatutária a luta contra todo tipo de preconceito. Estabelece previsão de constituição e participação em empresas e cria vice-presidências de TI (tecnologia da Informação) e planejamento estratégico, hoje essenciais para uma gestão moderna. Limita os poderes do presidente – inclusive em fechar certos acordos que avancem mais de 1 ano além do seu mandato, despolitiza o Conselho Fiscal e estabelece responsabilidades para os dirigentes do clube, além de exigir que os candidatos tenham ficha limpa na sua vida pessoal e empresarial. Como ser contra essa reforma? É claro que há mais questões a serem estabelecidas, mas, sem dúvida, é um avanço importante e estratégico para o clube poder passar a ser gerido com muito mais eficiência e transparência”.

Resposta de Fred Lopes, candidato a presidente do Vasco:

– O Grupo Avante Gigante é a favor que a eleição direta seja votada de maneira separada da reforma do estatuto. Aproveitamos para reafirmar o apoio as diretas, inclusive reforçando o posicionamento de não participar da eleição caso não seja feita dessa forma. Sobre a reforma do estatuto, a posição se mantém de acordo com as votações nas reuniões do Conselho. Somos favoráveis, mas com ressalvas em alguns pontos.

Resposta de Nelson Medrado Dias, candidato a presidente do Vasco:

– Infelizmente, o nosso Vasco está cheio de pessoas que não pensam no Vasco. O exemplo disso é esse bate-boca entre Monteiro, Campello e o Mussa.
Os dois primeiros são pessoas nefastas ao Vasco é só pensam nos seus interesses, contrários ao Vasco. Eles têm que ser alijados da política do Vasco é só depende dos associados íntegros, que são contrários a essa politicagem baixa. Quanto à reforma do Estatuto, ela foi aprovada por unanimidade pelo Conselho, então essa encalhada não leva a nada. Bom ou ruim, é o que temos. E por isso deve ser levada à Assembleia Geram para aprovação dos sócios votantes. O presidente da AG é o Mussa, e é ele que manda. Vamos respeitar o Vasco e seus sócios. O Sr. Campello e o Sr. Monteiro são farinha do mesmo saco.

Julio Brant, provável candidato da chapa Sempre Vasco, não se manifestou.

Resposta de Roberto Monteiro, presidente do Conselho Deliberativo:

– O encaminhamento, pelo o que foi decidido no Conselho e está na ata notarial da votação da redação final do Estatuto, é que seja levada a proposta da reforma, na sua integralidade e de forma exclusiva, conforme artigo 74, inciso I do Estatuto. Não pode haver interpretação do que foi encaminhado do Conselho Deliberativo para a Assembleia Geral. Do contrário, haverá judicialização, só ajudará a dar instabilidade e, com isso, o grande interesse da torcida do Vasco nas eleições diretas tende a sofrer retrocesso.

Resposta de Silvio Godoi, presidente do Conselho de Beneméritos:

– O comunicado da convocação foi um equívoco, posto que foi divulgado como convocação e marcada data para AGE dia 25.08.20. A AGE só pode ser convocada com dez dias de antecedência, aliado ao fato de que entendo não ser possível a liberação de assembleias pelas autoridades competentes nesse momento. Ademais, a convocação deve conter somente o item ‘Reforma do Estatuto’, que contempla a eleição direta. Com o devido respeito, chamar de NRH (Nova Resposta Histórica) um mero abaixo assinado é desconhecer a história do Vasco. Não bastasse isso, ninguém conhece a lista dos sócios, por não ter sido dado entrada dela na secretaria do clube, além de que não ter sido cumprida a exigência legal de 20% do estabelecido no Código Civil, como também não foi verificada a condição dos sócios no que pertine às obrigações estatutárias, como pagamento da mensalidade, verificação quanto ao tempo de associado, assinatura e outros. Por esta razão, não há que se falar em Resposta Histórica. O Conselho Deliberativo, como órgão representante dos sócios, definiu e aprovou, por ampla maioria, a reforma do Estatuto, contemplando as eleições diretas. A reforma trouxe importantes avanços, como responsabilidade dos gestores e governança entre tantas alterações, adequando-o à legislação vigente. A convocação deve ser feita somente para a reforma do Estatuto.

– Pelas razões acima indico SIM para a reforma do Estatuto.

Resposta de Alexandre Campello, atual presidente do Vasco:

– Discordo de muitos pontos do novo Estatuto. Acredito, inclusive, que o melhor era essa reforma ser discutida com um Conselho Deliberativo menos fragmentado. Mas, se for preciso aprovar o Estatuto para aprovar as eleições diretas, sou a favor.

A próxima Assembleia Geral Extraordinária (AGE), está marcada para acontecer no dia 25 de agosto. O presidente da Assembleia Geral, Mussa, ainda terá que convocar oficialmente, até o próximo sábado (15), os associados do Gigante para a assembleia do final do mês.

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