Pedrinho reclama de relação fria, mas garante não querer saída da 777 Partners

O presidente do Vasco da Gama, Pedrinho, se mostrou insatisfeito com a distância da SAF e acredita que pode agregar no futebol.

Pedrinho na coletiva dos 60 dias à frente do Vasco
Pedrinho em entrevista coletiva no Vasco

Na tarde desta quarta-feira (27), Pedrinho concedeu entrevista coletiva em São Januário, nos 60 dias de sua gestão no Vasco da Gama. O presidente respondeu sobre a relação com a 777 Partners, que não tem sido da forma como gostaria.

O mandatário vascaíno declarou que, mesmo com a associação sendo dona de 30% da SAF, não tem conseguido manter contado e ajudar nas decisões do futebol. O ídolo trata a situação como “estranha”, levando em conta que foi procurado quando era comentarista.

– Me causa estranheza. Quando eu era um comunicador, fui procurado pela SAF para exercer um cargo importante, remunerado, na parte esportiva. Quando me lancei candidato e eleito, além de sócio, o raciocínio óbvio é que a gente tivesse um relacionamento próximo em relação à parte esportiva. Eu não posso ter esquecido em três meses algum conteúdo direcionado ao futebol – disse o presidente.

Pedrinho garante não estar incomodado pelo simples fato de não estar nos processos, mas por entender que poderia estar agregando com o que sabe da área. O dirigente também afirmou não ter vaidade envolvida, mas que tem interesse em participar de tomadas de decisões.

– Eu não posso, por mais que eu seja sócio minoritário, obrigar alguém a nada. Não estou incomodado que não estou participando do futebol, estou incomodado que poderia estar ajudando. Se eu tenho um sócio, que quis contratar lá atrás, e esportivamente não estou desempenhando, seria natural que eu tivesse uma conversa em relação a isso. Conversa não é mensagem faltando 15 minutos para comunicar. Faz parte de um planejamento. Isso não aconteceu. Respeito, mas não concordo. Não fiz parte de contratações, dispensas e tudo. Não estou fugindo de responsabilidades, se eu saí de onde saí, sabia das responsabilidades. Infelizmente, não participo dos processos. Mas gostaria de ser cobrado pelo o que eu participo. Estou sempre disposto a ajudar o Vasco. Não existe vaidade, nunca tive intenção de ter uma última palavra. Zero vaidade. Esportivamente, acho que poderia colaborar. É uma opção deles. O que as pessoas têm que entender é que o Vasco está acima de todos. Uma SAF, as pessoas esperam um projeto a curto-médio prazo. Quando você fala “médio a longo prazo”, eu acredito que eu conseguiria reestruturar sem uma empresa. Uma empresa com aporto, esperamos umas situações mais aceleradas. Nem sei se poderia estar falando isso, mas “vambora” – reclamou Pedrinho.

Lei do silêncio?

Segundo Pedrinho, não existe permissão para que fale do futebol vascaíno e classificou a relação com a SAF como “fria”. Ele também contou que não está descumprindo a promessa de ser proativo, sendo que deu sua opinião sobre o executivo, e revelou que não concorda do o contrato esportivo realizado.

– Não posso falar (sobre futebol). Posso falar sobre a relação. Existe uma relação fria. Muito mais de registros, do que de interação. Mas Pedrinho, você não disse que seria proativo? Fui proativo. Dei minha opinião sobre o diretor executivo, dei minha opinião. Me pediram a liberação de um projeto que estava preso desde março, foi pedido numa quinta-feira de dezembro, e na sexta-feira, de manhã, já estava liberado R$ 4 milhões do projeto incentivado – três para a base e um para o feminino. Nunca vou colocar minha insatisfação na frente do Vasco. Com relação ao contrato, eu não concordo com o contrato esportivo, que possui cláusulas de confidencialidade – onde o torcedor é o maior patrimônio e não tem acesso. Isso é uma opinião minha – revelou o ídolo, que seguiu:

– Tenho limitações contratuais. Torcedor, quando eu vou falar do que eu posso, do paralímpico, falam que não querem saber disso. Mas eu quero saber. Porque temos 80 funcionários, tenho o basquete de base. Tenho futebol de salão. O Vasco é o clube da inclusão. Como não se importam com o associativo. Quando me comunico sobre esses assuntos, não querem saber. Querem que eu fale de futebol. E do futebol, eu não posso falar. Espero que entendam isso. Querer é uma coisa, poder é outra.

Contratações

O presidente declarou que não teve voz na escolha dos reforços e não quis se aprofundar no tema, até por respeito aos jogadores. Ele também afirmou que procurou os sócios para entender as ideias para o Vasco esportivamente e deixou claro que não procura briga com a SAF.

– Sobre contratações, eu não posso falar. Só se eu sair e virar comentarista de novo (risos). Mas respeito muito todos atletas que estão lá. Como tivemos uma relação mais fria com a SAF, procurei diretamente os sócios para ter um entendimento da sequência do Vasco esportivamente. Não sei (se isso causou um incômodo na SAF), você tem que perguntar para eles. Não era para causar. Não estou aqui para brigar. Meu compromisso é com o torcedor.

Sem medidas extremas com a 777

Pedrinho completou o assunto dizendo não ser contra a SAF, embora outros modelos pudessem ser adotados. O presidente disse que não gosta do jeito que a venda foi feita, os termos do contrato, mas deu a garantia que não tem a intenção de procurar uma forma de tirar a 777 Partners.

– Não tenho interesse de tirar a 777. Eu tenho interesse em dar uma direção e rumo novos ao Vasco. A SAF foi criada para profissionalizar o futebol, então esperamos dentro disso trabalho, transparência, desempenho esportivo. A SAF para mim é normal, alguns clubes têm esse recurso. Poderia ter outra alternativa? Poderia. O modelo de contrato que foi criado, ai sim, não é muito do meu agrado. Mas dito isso, é uma relação em que sou sócio e tenho algumas funções. Entre elas, fiscalizar e cobrar. E isso não pode se um incômodo a ninguém, porque eu sou fiscalizado e cobrado em dois meses de gestão como se eu estivesse há 50 anos gerindo o Vasco. E isso não me incomoda, eu quero mais é ser fiscalizado e cobrado – declarou o dirigente, que concluiu:

– As pessoas tem que entender que você fiscalizar e cobrar é um processo natural de uma sociedade. Eu não sei se o comportamento da gestão anterior criou um hábito diferente , mas esse hábito não é um padrão. Por mais que eu pareça frágil, sou muito mais forte e resistente do que as pessoas imaginam. E o meu comportamento é de mudança do Vasco, seja ela mental, cultural, financeira, esportivo. Eu vim aqui para isso. E vou pagar esse preço. Porque foram 40, 50 anos que não quiseram pagar um preço para isso. Quando eu coloco em risco, não idolatria, porque não estou no nível de Roberto, Edmundo, Romário, Felipe, Juninho, estou muito longe disso. Mas quando coloco em risco o carinho de boa parte do torcedor, porque ninguém é unanimidade, é porque eu sei muito bem o que eu quero. Sei muito bem que vai valer a pena pagar esse preço, e as chicotadas que estou tomando as pessoas não sabem porque estão me dando agora. Mas lá na frente elas vão se arrepender. Porque eu estou disposto a pagar um preço que ninguém quis pagar. Inclusive colocando em risco o carinho que o torcedor tem por mim. Sempre carrego uma frase: Amar o Vasco é plantar uma árvore para que outro sente na sombra. E é isso que vou fazer. Não estou preocupado em quem vai fazer o Vasco feliz, eu quero o Vasco feliz. Eu estou aqui para isso e para isso que saí do meu trabalho, do meu conforto. Fui durante quatro anos companheiro de muitos aqui, eleito o melhor comentarista. Só que sei bem a minha missão, o que o torcedor espera de mim e o que eu tenho que entregar para o torcedor. Eu não vou criar bravatas, narrativas, não vou jogar para galera. Não vou me defender nas redes sociais em relação as injustiças que são cometidas, mas eu sou verdadeiro. E o torcedor vê isso na minha fala e no meu olhar. Não preciso criar narrativas nenhum. E eles podem ter certeza que todos os movimentos que eu faço são para o bem do Vasco. Porque eu não posso, depois de 40 anos de São Januário, cheguei aqui com 6, onde eu nasci e fui criado, não amar mais o Vasco, fazer alo para prejudicá-lo. Isso é um absurdo, mas faz parte de uma política ruim que ainda existe no Vasco. Que nunca vai acabar, mas tenho certeza que vai diminuir.

Não é de agora que Pedrinho tem questionado a falta de diálogo com a SAF e sua intenção é ter uma conversa pessoal com integrantes da 777 Partners, em especial com Josh Wander. No momento, a única brecha são as reuniões do Conselho da SAF, que acontecem de forma trimestral.

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2 comentários
  • Responder

    Podrinho mesmo!

  • Responder

    PEDRINHO, VOCÊ, EDMUNDO E JULIO BRANT APOIARAM ESSA MERD@ !!!!! AGORA QUER DA UMA DE QUE NÃO SABIA DE NADA????? TEM M …AÍ ….. KD A ABERTURA DO CONTRATO???? SE NÃO CONSEGUE, SAÍ FORA E DEIXA OUTRO QUE QUER TRABALHAR E ESTÁ DOIDO PARA ABRIR ESSE CONTRATO!!! O VASCO NAO PODE PARAR!!!! FORA 7771.

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