Opinião: Vasco precisa urgentemente de lateral-direito e ponta para serem titulares

Juntando os cacos após a eliminação no Campeonato Carioca, o Vasco da Gama volta aos treinos nesta quarta-feira (23) para começar de fato a preparação para a disputa da Série B, principal (e agora único) objetivo na temporada.

Apesar da boa campanha contra os times de menor expressão no Estadual, com sete vitórias e um empate, ficou evidente a dificuldade cruzmaltina contra os grandes (ao todo, cinco derrotas), além da eliminação precoce na Copa do Brasil para a Juazeirense-BA.

Na opinião deste que vos escreve, é errado afirmar que o Vasco chega à Série B com ”terra arrasada”. No entanto, o trabalho pode ser melhor, sem dúvidas, e para isso será necessário fortalecer o elenco, até porque o Gigante da Colina terá pela frente na Segundona clubes de expressão como Grêmio, Cruzeiro, Bahia e Sport, por exemplo, e sendo apenas quatro vagas de acesso à Primeira Divisão.

Setor de maior qualidade da equipe neste início de temporada, a defesa está bem servida no gol com Thiago Rodrigues como titular (e com grandes atuações) e Halls na reserva; Quintero e Anderson Conceição formando uma sólida dupla de zaga, com Ulisses e Zé Vitor (um reserva pela esquerda seria interessante) como opções; e Edimar e Riquelme podendo se revezar na lateral-esquerda dependendo de quem seja o adversário e onde seja o jogo.

Porém, na lateral-direita, há uma grande carência no elenco. Isso porque Weverton, que até começou relativamente bem a temporada, caiu vertiginosamente de produção ao longo do Cariocão e Léo Matos, que recuperou a titularidade nas semifinais, além da idade avançada (35 anos), tem temperamento muito explosivo, o que por vezes pode ser prejudicial ao time.

Com isso, é extremamente necessário que a diretoria vá ao mercado contratar um jogador para a posição que chegue para ser titular (compor elenco já basta os outros dois).

No meio de campo, mais precisamente na ”volância defensiva”, enquanto Yuri Lara tenta retomar a boa forma física e técnica após longo tempo de recuperação mas já mostrando ser ótimo nome para a marcação, Zé Gabriel, que teoricamente chegou para ser seu reserva imediato, aproveitou bem as oportunidades e se mostra uma opção igualmente qualificada ou até melhor que o concorrente. A briga é boa pela posição de ”camisa 5”.

Já como segundo volante, saindo para o jogo e auxiliando na construção das jogadas, apesar do erro infantil e crucial contra o Flamengo que custou o gol rubro-negro no último domingo (20), Juninho teve boas atuações ao longo da Taça Guanabara e garantiu a vaga (ao menos até então) com méritos, sempre com dribles, arrancadas e vitalidade para ajudar na marcação.

Além dele, Matheus Barbosa, Matías Galarza e Andrey Santos também são nomes que possuem qualidade técnica e boas atribuições para a função, podendo ser úteis. Vale ressaltar também Luiz Henrique e Vitinho, que podem jogar tanto nessa posição quanto um pouco mais adiantados.

Na armação de jogadas, Nenê, principal liderança vascaína, tem a camisa 10, a braçadeira de capitão e, sem dúvidas, é um jogador bastante importante para o elenco, tanto pela questão técnica quanto pela identificação que tem com o Clube.

No entanto, é inegável que, por conta da idade avançada (40 anos), sua condição física deixa bastante a desejar quando atua mais de 45 minutos, o que acende o sinal de alerta de que é um atleta que não pode ser intocável. Precisa aceitar a condição de ser substituído ou começar no banco em determinadas situações, dependendo das circunstâncias.

Seu reserva imediato, Bruno Nazário, 13 anos mais novo, também é canhoto e, com boa visão de jogo, precisa ser mais utilizado em sua real função, isto é, como meia-central em vez de pelos lados do campo, onde nitidamente não rende.

A partir daí, chega a principal carência cruzmaltina atualmente: o ataque. Embora seja muito esforçado, dedicado taticamente e não se esconda do jogo, Gabriel Pec é, no máximo, uma boa opção para o banco. Para ser titular, o Vasco precisa de um nome mais qualificado tecnicamente, que seja capaz de incomodar mais as defesas adversárias do que o camisa 11. E isso ficou nítido, por exemplo, nos dois jogos contra o Flamengo.

Essa, possivelmente, é a principal carência do elenco, uma vez que os reservas imediatos, Jhon Sánchez e Vinícius, não convencem nem a comissão técnica e tampouco os torcedores. Vale lembrar que o Vasco contratou Lucas Oliveira, destaque do Bangu no Estadual e que atua nessa função. Porém, é uma aposta, que pode ou não dar certo. Não chega para ser titular logo de cara.

Já no comando do ataque, Raniel, ao mesmo tempo em que foi muito bem contra os times pequenos, foi mal demais contra Botafogo, Fluminense e Flamengo. Para a Série B, pelo nível da competição, pode (e deve) ser útil, até mesmo titular, mas não absoluto.

Uma contratação ou a efetivação de Figueiredo atuando como centroavante (e não como ponta) seriam outras opções. Vale ressaltar que o cria da base cruzmaltina é bastante talentoso e precisa ser devidamente lapidado. Já Getúlio, a outra opção para a posição, neste momento seria a ”3ª via”.

Um time base com Thiago Rodrigues; Contratação, Quintero, Anderson Conceição e Edimar/Riquelme; Yuri Lara, Zé Gabriel, Juninho e Nenê; Contratação e Raniel/Figueiredo, por exemplo, seria competitivo na Série B. Discordo de quem diz que o elenco do Vasco em 2022 é inferior ao do ano passado, mas é claro que há necessidade de reforços.