Mudanças e desorganização custam ao Vasco o empate contra o Boavista

Vasco da Gama e Boavista ficaram em 1x1 na noite do último sábado no Estádio de São Januário, em jogo do Campeonato Carioca.

Nenê durante o jogo contra o Boavista
Nenê durante o jogo contra o Boavista (Foto: Thiago Ribeiro/AGIF)

Depois da boa estreia contra o Volta Redonda, o Vasco conheceu o primeiro tropeço na temporada 2022. O empate em 1 a 1 com o Boavista, que marcou gol nos minutos finais em São Januário, teve dois tempos distintos do time de Zé Ricardo. A evolução defensiva e o segundo tempo foram pontos positivos da segunda rodada do Campeonato Carioca.

O técnico resolveu manter o mesmo time que venceu na primeira partida, mas, diferentemente do que se viu em Volta Redonda, o Vasco da noite do último sábado não teve jogo coletivo no primeiro momento. O adversário também marcou melhor e anulou bem o lado direito do ataque, que teve pouca participação de Gabriel Pec, jogador que comandou a vitória da última quarta.

A análise nesse primeiro momento precisa ser feita com ponderações. O Vasco é um time em formação, que teve dificuldades na preparação para o Campeonato Carioca, e que ainda vai ganhar entrosamento e reforços ao longo do Estadual. Mas é possível ver coisas diferentes da temporada passada. Parece uma equipe mais competitiva.

O Vasco de Zé valoriza a posse e, quando perde, tenta recuperar em seguida. Mas no primeiro tempo a bola queimou no pé. Exemplo disso foi a marcação do Boavista em cima dos jogadores mais acionados. Com Pec apagado, explorou-se o lado esquerdo, onde Nenê e Bruno Nazário se colocavam como opções. Mas na maior parte das vezes, os meia-atacantes foram desarmados e não conseguiram dar sequência às jogadas. A aposta foi novamente nos lançamentos, acelerando a bola, uma ideia que também se viu na estreia e que precisa ser aprimorada.

Por outro lado, a postura defensiva foi outra. Ainda faltou proteção no meio-campo, o que facilitou as passagens do Boavista pelo setor. Mas com Anderson Conceição bem na zaga, o Vasco apresentou mais segurança. Ulisses também foi bem nas interceptações, assim como Edimar, que faz bem o básico. Weverton é quem ainda não se firmou atrás, mas é elemento interessante nas chegadas pelas laterais – tem bom chute e cruza bem.

Um exemplo da evolução defensiva está na atuação de Juninho, que mesmo mais livre no meio, foi mais combativo e não sobrecarregou tanto Yuri Lara, que melhorou no segundo tempo e foi quem mais desarmou pelo Vasco. Em um desses desarmes saiu o gol de Raniel, aos 9 minutos da última etapa – o seu segundo no Carioca. Quando não prendeu tanto a bola e conseguiu os passes rápidos, a equipe abriu o placar.

A assistência veio de Nenê, que também tem dois passes para gol na competição. O veterano não fez uma grande partida, mas é o jogador mais consciente, com passes decisivos, que prende a bola e, mesmo tendo que dosar o fôlego, é imprescindível ao time. A missão de Zé é achar alguém que possa render o meia-atacante.

A falta de entrosamento ficou clara com as mudanças de Zé Ricardo no segundo tempo. Matheus Barbosa, Galarza e Getúlio, que não estavam à disposição na primeira rodada, foram testados. Os dois meio-campistas entraram mal, e o paraguaio acabou sendo decisivo para o empate do Boavista ao não impedir o cruzamento de Matheus Alessandro, aos 38 minutos.

O volante cercou, acompanhou, mas não parou o adversário. E essa foi outra dificuldade do time de Zé em São Januário. O Boavista parava o jogo com falta a todo momento que o Vasco ultrapassava o meio-campo e tinha possibilidade para levar perigo. Juninho, Nenê, Pec e Raniel foram quem mais sofreram com as faltas. O time vascaíno, porém, não fez o mesmo com o adversário, que teve mais liberdade para jogar no campo de ataque. Foi assim no lance com Galarza.

Getúlio, por sua vez, entrou com vontade. Deslocado para o lado esquerdo, fora de sua posição, o atacante conseguiu duas finalizações perigosas e se movimentou bem. Dá a Zé a opção de variar as pontas, posição que ainda precisa de reforços, principalmente de velocidade. Dá para dizer que Nazário e Pec não têm vagas garantidas.

Com um segundo tempo de mais volume e chances criadas, em que o Vasco conseguiu explorar os espaços pouco visitados na primeira etapa, faltou matar o jogo. Pec, Nazário, Getúlio e Figueiredo, esse de forma inacreditável no apagar das luzes, perderam chances de dar a vitória ao torcedor vascaíno. A queda de rendimento, normal, e a desorganização com as alterações acabaram resultando no tropeço. Mas o segundo tempo deixa uma impressão bem melhor do que se viu na etapa inicial. Por enquanto, são problemas que dá para relevar em função do pouco tempo de trabalho.

O Vasco volta a campo na próxima quarta-feira, novamente em São Januário, às 21h35, para enfrentar o Nova Iguaçu, pela terceira rodada do Campeonato Carioca.

Fonte: Globo Esporte

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4 comentários
  • Responder

    Mais um ano vergonhoso
    Anote aí….
    Torcer para não cair para série C
    Só se os da base vir e resolver
    Contratos são fracos muito fraco para o Vasco.
    Ano passado time tinha mais nome E o que deu?

    Sofre nação Vascaína

  • Responder

    NA MINHA OPINIÃO, O TECNICO DO VASCO PRECISA LEVAR O CARIOCÃO 2022 MAIS À SÉRIO E NÃO UM CAMPEONATO SEM VALOR QUE FICA FAZENDO VÁRIAS TROCAS DE JOGADORES COMO SE FOSSE UM TIME DE PELADA. TEM QUE COLOCAR OS MELHORES EM CAMPO E BATALHAR COM ELES. QUANDO TIVER UMA “FOLGUINHA” DURANTE A SEMANA ARRUMA UM JOGO TREINO E TESTA OUTROS JOGADORES QUE ESTÃO CHEGANDO E NÃO NUM JOGO QUE VALE PONTOS QUE COM CERTEZA FARÃO FALTA NO FINAL DO CAMPEONATO. QUE JÁ É UM CAMPEONATO MAU FEITO.

  • Responder

    VOLTAMOS A NOSSA REALIDADE. VERGONHA

  • Responder

    O treinador precisar organizar bastante os dois lados do time, tanto o esquerdo como o direito. Se não fizer o treinamento forte visando o sucesso do time tanto no lado esquerdo quanto o direito esse vai ficar o tempo todo desajustado.

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