Motivos que levaram o Vasco a chegar à última rodada com risco de queda

O Vasco enfrentou diversos problemas ao longo desta temporada, que foram responsáveis pela situação do time no Brasileiro.

Bastou perceber que o Vasco não conseguiria vencer o Palmeiras para a torcida cruz-maltina em São Januário redirecionar sua ira. Saíram as vaias aos jogadores, entraram os xingamentos a Alexandre Campello, presidente do clube. Uma parte também gritou por Julio Brant, candidato na última eleição.

A situação foi emblemática. O Vasco fez seu último jogo em São Januário em 2018 ainda envolto numa disputa que se iniciou em janeiro e culminou na eleição de Campello. Ao longo do ano, diversos episódios transformaram a política em protagonista no clube.

A turbulência, claro, chegou ao futebol. E explica um pouco o fato de o Vasco estar na última rodada do Campeonato Brasileiro ainda ameaçado pelo rebaixamento. O time decide seu destino contra o Ceará, no domingo, em Fortaleza. Mas o clube construiu este cenário desde o começo do ano.

Abaixo, o GloboEsporte.com lista os motivos:

Crise política

Desde que Campello rachou com o grupo Identidade Vasco, em abril, e repactuou sua diretoria, o futebol se viu afetado. Primeiro, houve invasão de torcedores num treino em São Januário. Depois, Zé Ricardo pediu demissão citando a instabilidade política como fator complicador. Mesmo na parada para a Copa do Mundo, houve problemas, com Campello tendo que retornar às pressas da Rússia para acalmar os ânimos.

No fim do ano, novos episódios: primeiro, as eleições de 2017 foram anuladas na Justiça, e um novo pleito acabou marcado para dezembro. A decisão foi revertida, mas causou instabilidade, a ponto de o técnico Alberto Valentim tomar a palavra numa entrevista coletiva para criticar a oposição.

– Quero fazer apelo para os vascaínos estarem do nosso lado. Vejo a oposição procurando tumultuar. Se somos vascaínos, temos que estar juntos agora. Vamos unir forças: nosso torcedor, diretoria. O presidente está se virando para deixar o Vasco cada dia melhor – disse o técnico, após o empate com o Paraná em Curitiba.

Por fim, houve a questão do empréstimo. A diretoria encaminhou acordo para receber R$ 38 milhões, mas demorou quase um mês para que o pedido fosse aprovado no Conselho Deliberativo. Neste tempo, os salários atrasaram.

Cadê o dinheiro?

A questão do empréstimo exemplifica as dificuldades financeiras do Vasco. O clube ainda sobreviveu um tempo com a venda de Paulinho, mas a própria necessidade de se desfazer de seu maior ativo mostra o quanto as dívidas impactaram o ano.

Para reforçar o elenco, não houve grana. Pelo contrário: excetuando os acertos com Maxi López e Leandro Castan, o clube teve de apostar em jogadores mais baratos e sem tanta rodagem. No fim da janela, por exemplo, trouxe nomes como o zagueiro Lucas Kal e o volante Willian Maranhã, que ainda não convenceram.

As lesões

Com um elenco enfraquecido, o que acontece se você também tem problemas com lesões? Foi exatamente o que aconteceu com o Vasco. na partida contra o Palmeiras, por exemplo, o time perdeu dois jogadores lesionados. O mesmo aconteceu diante do Atlético-PR e em outras ocasiões.

Sem ter o elenco todo à disposição, Valentim demorou para achar um time – é possível argumentar que, até agora, não encontrou. Nomes importantes, como Breno e Ramon, por exemplo, pouco atuaram no ano.

Reforços sem resultado

As dificuldades financeiras e as lesões limitaram o elenco. O problema vem desde o início do ano. Na época, o clube trouxe nomes como Rafael Galhardo, Fabricio, Erazo, Riascos e Paulão, todos muito criticados – os três últimos, aliás, já foram embora.

O pequeno retorno técnico das contratações teve seu impacto ao longo do ano e limitou ainda mais as opções do elenco.

Troca de treinadores

Zé Ricardo era unanimidade no início do ano, mas perdeu um pouco de sua popularidade nos meses seguintes graças à insistência com alguns jogadores. Entretanto, ao deixar o Vasco em junho, criou um vácuo no comando e interrompeu o trabalho desenvolvido.

A partir daí, o Vasco teve três treinadores: Jorginho, Valdir Bigode e Alberto Valentim. Com exceção do ex-atacante, querido pela torcida e com pouco tempo, os outros dois comandantes tiveram grande rejeição.

Jorginho foi demitido após quase dois meses, com direito a intertemporada durante a Copa do Mundo. Valentim chegou em meio a uma maratona de jogos e tem números baixos, embora conte com o respaldo da diretoria.

Globo Esporte

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