Maurício Souza aumenta fragilidade do Vasco, não evolui o ataque e chega à 3ª derrota

Maurício Souza procurou uma tentativa de jogo mais propositivo, mas não surtiu efeito e o Vasco acabou derrotado no Serra Dourada.

Maurício Souza orientando o time contra o Vila Nova
Maurício Souza orientando o time contra o Vila Nova (Foto: Heber Gomes/AGIF)

A derrota por 1 a 0 para o Vila Nova, lanterna da Série B, na tarde do último sábado, expôs ainda mais a fragilidade do Vasco de Maurício Souza. O terceiro revés em oito jogos sob o comando do treinador aponta que a tentativa de um jogo mais propositivo não tem surtido o efeito esperado, e a forma como o time tenta jogar está além do que já se mostrou capaz.

Desde que Maurício assumiu o comando, o Vasco passou a ser um time com mais posse de bola, que troca muitos passes, mas que não consegue transformar esse volume em chances de gols. O pior disso tudo é que a equipe parece ter perdido a organização defensiva, que foi seu ponto forte durante boa parte desta Série B. Foram sete gols sofridos em oito jogos, sendo que antes o Vasco havia sido vazado apenas cinco vezes em 12 partidas.

O Vasco teve 62% de posse de bola no Serra Dourada e trocou 511 passes contra 247 do Vila Nova. O problema é que a maior parte desses passes aconteceu na defesa, com toques entre os zagueiros e os laterais. Essa posse quase nunca levou o time à conclusão. Mesmo alcançando o último terço do campo em muitos momentos, o Vasco parecia não saber o que fazer com a bola.

Danilo Boza (93) e Quintero (91) foram os jogadores que mais tocaram na bola, seguidos por Edimar (78), Andrey Santos (41) e Gabriel Dias (39).
A falta de combatividade chamou atenção nos primeiros minutos, com a marcação espaçada do Vasco e a pouca pressão na saída de bola do Vila Nova. No momento em que o time melhorou essa pressão, passou a recuperar bolas no ataque e conseguiu incomodar um pouco.

Exemplo claro é um desarme de Gabriel Dias aos 20 minutos. A bola fica com Andrey e chega a Figueiredo, que cruza da linha de fundo. Nenê se posiciona bem na área, mas finaliza em cima de Tony. Foi a única grande chance da equipe carioca no jogo.

Isso é muito pouco para um time que ficou com a bola mais que a metade do tempo. Foram 11 finalizações, mas apenas três no gol. Dois arremates foram para fora e outros seis bloqueados. O aproveitamento do Vila Nova também foi ruim, com nove chutes, mas apenas dois na meta de Thiago Rodrigues. Um foi defendido e o outro terminou em gol.

– Eu acho que a gente não conseguiu mais uma vez concretizar em gols, transformar também em oportunidades. Até porque tivemos 11 finalizações no jogo, mas não fomos um time efetivo no último terço. Fizemos um primeiro tempo onde controlamos as ações até os 30, 35 minutos. Poderíamos ter aberto o placar. Isso não aconteceu.

– Sabíamos que a bola parada era uma questão forte. Toda vez que foram na área trouxeram problemas. Acabamos tomando o gol. Não conseguimos ser efetivos no último terço. Tivemos muita posse, contra uma defesa consistente. Esperámos vir aqui e fazer os três pontos, infelizmente não aconteceu – avaliou Maurício Souza após a derrota.

No Serra Dourada, o Vasco não sofreu tanto perigo com os contra-ataques cedidos ao Vila Nova, como aconteceu diante do Sampaio Corrêa e do Ituano. O Vila adotou como estratégia buscar oportunidades na bola parada. Quase sempre que o time da casa chegou à frente, descolou um escanteio. Foram 14 escanteios a favor dos goianos contra apenas quatro para os cariocas.

Com um dos piores ataques da Série B, o Vila Nova respeitou o que tem sido seu ponto forte na competição: a bola aérea. A insistência acabou em gol de cabeça de Rafael Donato. No lance, aos 7 minutos do segundo tempo, o zagueiro subiu em cima de Gabriel Dias.

Pesa contra o técnico ainda a mudança no meio-campo do Vasco, com a entrada de Zé Gabriel na vaga de Yuri Lara, que ficou no banco de reservas. Se a tentativa era qualificar a saída de bola e a bola aérea ofensiva/defensiva, não funcionou. Um lance marcou o primeiro tempo do jogador, que aos 37 minutos perdeu a bola no campo de defesa e acabou cometendo falta em seguida. Recebeu o terceiro cartão amarelo e está fora do próximo jogo, contra o CRB.

A conclusão é que os dois times tiveram atuação muito ruim em Goiânia. A diferença é que um era o segundo colocado da Série B (caiu para terceiro com a vitória do Grêmio) e o outro é o lanterna.

O modelo proposto por Maurício é ineficiente justamente porque o treinador não tem jogadores com características para mandar no jogo. É um Vasco com posse de bola, mas que não consegue construir, cede espaço ao adversário nos erros e se torna frágil defensivamente.

E quando sai atrás do placar a situação é ainda mais complicada, como para toda equipe que começa perdendo. O problema é que o Vasco ainda não apresentou recursos suficientes para virar um jogo. O time caminhou para os últimos minutos com praticamente todos os jogadores no campo de ataque, mas sem saber o que fazer com a bola.

Antes, o Vasco se garantia atrás e jogava por uma bola na frente. Com Maurício, já são quatro partidas em que a equipe sofreu o primeiro gol e não conseguiu reagir: perdeu três e empatou uma, em casa, diante do Ituano. As dificuldades do treinador desde que assumiu, com perda de atletas para lesões e suspensões, precisa ser levada em conta. Obviamente toda mudança demanda tempo, mas a gordura que o time criou no início da Série B está indo embora.

O elenco é limitado e as opções no banco de reservas são escassas. Exemplo nítido é Carlos Palacios, principal investimento do clube no ano, mas que após quatro meses ainda não correspondeu. Entrou no segundo tempo e sumiu em campo. Para Maurício conseguir fazer com que o time jogue da sua maneira, vai precisar de reforços qualificados. Após a contratação de Alex Teixeira, o Vasco negocia com outros nomes, e a chegada de novos jogadores pode ser um motivo para a diretoria dar um voto de confiança para o treinador.

Fato é que o Vasco precisa dar um passo atrás e reaprender a jogar a Série B. Antes da primeira derrota na competição, o 2 a 0 para o Novorizontino, Quintero se orgulhava pelo “time ter aprendido a jogar a Série B” e se adequado ao formato da competição. Seis jogos depois daquela declaração, o zagueiro deixou o campo do Serra Dourado muito insatisfeito com a derrota: “Com todo o respeito, a gente não pode perder aqui para o Vila Nova”.

É com esse sentimento de insatisfação que o Vasco precisa entrar em São Januário na próxima quinta-feira, às 19h, para retomar o rumo diante do CRB, pela 21ª rodada da Série B.

Fonte: Globo Esporte

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5 comentários
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    777 a pedido da nação vascaina.trás o Odiar e um ótimo técnico trás pra nois

  • Responder

    777 pede por favor.pro sr salgado parar de fazer bobagem e contratar um técnico pra altura do nosso Vasco

  • Responder

    Só esse incompetente não vê que quem sai com a bola é o Andrey. Ele fragilizou a defesa e mantém a incompetência no ataque. Tirou o maior ladrão de bola do campeonato para por um cara que não joga desde que nasceu.

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    Só o Vasco cm suas magias subversivas pra contratar um lixo desses, aprendiz incompetente de técnico de várzea. Mulambo enrustido fudendo cm a nação vascaina..
    #Fora MauricioLixo

  • Responder

    Manda esse técnico embora pelo amor de Deus já falei com ele o Vasco não sobe

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