Maurício Barbieri analisa vitória do Vasco contra o Bangu; veja a entrevista coletiva
O técnico Maurício Barbieri analisou o desempenho do Vasco da Gama diante do Bangu e justificou a decisão de poupar alguns jogadores.
Com a vitória sobre o Bangu nesta quinta-feira, o Vasco garantiu o segundo lugar da Taça Guanabara e jogará a semifinal contra o Flamengo com vantagem de empatar. Para o técnico Maurício Barbieri, o desempenho de sua equipe no Carioca dá mais confiança para sua equipe nas fases decisivas.
Na rodada anterior, inclusive, o Vasco venceu os rubro-negros por 2 a 1. O reencontro será no Maracanã, na próxima segunda-feira.
– Hoje tenho certeza que eles têm muito mais respeito por nós do que no início da temporada. Bacana. A ideia é que seja um grande espetáculo, e da minha parte quero sair vitorioso – disse o técnico.
Apesar da vitória, o Vasco teve uma partida bastante irregular diante do Bangu, e sofreu bastante em São Januário. Ainda assim, Barbieri considera que o saldo do futebol praticado foi positivo. Ele também justificou a decisão de poupar jogadores importantes, como o zagueiro Léo e o lateral Piton, que estavam pendurados.
– A gente produziu para fazer mais gols, claro que tem pontos a melhorar. Assim como o jogo do Boavista, a gente deu oportunidade que normalmente a gente não dá aos adversários. Mas a gente produziu, gerou situações. Precisa definir melhor. As oscilações vão acontecer ainda mais depois do último jogo, intervalo curto – afirmou o técnico.
– A gente tinha Léo e Piton pendurados, não queria correr o risco de perder outros jogadores. Mas pudemos dar oportunidade de outros jogadores, como Paulo Victor e Anderson. A gente está na iminência de jogar jogos importantes, estamos no processo de fortalecimento da equipe, de olhar o jogador e colocar para jogar e crescer com os desafios – completou.
Depois de um início promissor, com gol e Pec e boa atuação coletiva, o Vasco diminuiu muito sua intensidade e viu o Bangu crescer e ser melhor em vários momentos da partida. No segundo tempo, após a expulsão de Kevin, a equipe vascaína se recompôs para garantir a vitória em gol de Pedro Raul.
Veja outras respostas do técnico
Excesso de chutões, com a ausência de Léo
– Acho que tem mais a ver com o momento do jogo do que a ausência do Léo na saída. A gente acabou perdendo uma bola com o Andrey, e como a gente não estava conseguindo segurar a vantagem, a gente acabou ansioso. Outra situação que contribuiu para isso é que eles deixavam os homens de frente no mano a mano e a gente sabe que o Pedro consegue segurar bem a bola. Claro que o Léo vem em alto nível e é normal que a gente oscile na ausência dele, mas o Anderson fez um bom jogo, depois ele mesmo, por falta de ritmo, pediu para sair. O Zé entrou e é um jogador de muito talento, ajuda na construção e é importante que ganhe minutos.
Pênaltis perdidos
– A gente sempre treina. O Pedro e o Alex são dois jogadores que estão na lista. Não tem explicação fácil, se fosse fácil, já teria resolvido. Incomoda a mim e a eles. Eles têm um histórico bom. Talvez seja mérito do goleiro ou ansiedade. Não tem explicação. Tem outros jogadores que sempre treinam. A gente precisa encontrar alguém que possa ser mais assertivo. Bom que não fez falta nessa partida.
Vantagem diante do Flamengo
– Trocaria palavra tranquilidade por vantagem. A gente não vai entrar mais tranquila. A gente entra sabendo que se tiver dois resultados iguais, a gente avança. mas a gente precisa construir dentro dos jogos. A ideia é que a gente faça dois grandes jogos para que não precise disso. Vamos enfrentar uma grande equipe, com conquistas recentes. Elenco competente. Por mais que não esteja no melhor momento, sempre é perigoso. A gente vai com bastante humildade. A gente quer ganhar os dois jogos, mas pensando macro a gente tinha objetivo de disputar decisões.
Torcida única
– Não tenho a pretensão de ter uma resposta definitiva porque é um tema difícil. Não me julgo com a competência para dizer se é certo ou errado. Acho que quando chegamos nesse ponto, todos nós como sociedade deixamos de fazer algo importante. A coisa degringolou para um lado que é prejudicial para todo mundo.
– Eu, por princípio, gostaria que as duas torcidas convivessem juntas, beneficia o espetáculo, engrandece. No último jogo, consegui um ingresso para um amigo flamenguista. Ele foi com um vascaíno, ele me mandou um vídeo emocionado com os dois juntos. Mas o Ministério Público tem que avaliar a questão de segurança.
Vasco é a equipe com mais desarmes
– Não acho que tenha muito a ver com nossa estrutura de jogo, uma vez que mudamos bastante. Tem a ver um pouco com a forma que temos encarado os jogos como uma equipe bastante ofensiva. Mesmo quando o adversário nos joga para trás, a gente é uma equipe que sabe em quais momentos pressionar com mais intensidade. Acho que vai por esse caminho.
Cobranças da torcida
– O torcedor está no papel dele. Ele é emoção, vai no céu, depois desce. O fato deles cobrarem hoje é positivo, afinal de contas hoje a torcida espera um nível mais alto do Vasco. Não vai aceitar menos. Isso é ótimo, nós também nos cobramos, é fruto do que construímos nesse pouco tempo de trabalho.
Rivalidade
– É a rivalidade, natural, o importante é que a rivalidade fique dentro de campo, porque é um jogo de futebol. Nós queremos ganhar demais, do lado deles tenho certeza que eles querem também. Mas temos que nos respeitar.
Uma coisa que não falamos muito é que, quanto melhor o adversário, melhor eu tenho que ser. Vamos enfrentar um grande adversário, queremos vencer. Hoje tenho certeza que eles têm muito mais respeito por nós do que no início da temporada. Bacana. A ideia é que seja um grande espetáculo, e da minha parte quero sair vitorioso
Diferença para o clássico anterior
– Não sei se os jogos serão diferentes. Cada jogo é um jogo. O componente emocional talvez esteja um pouco mais aflorado por se tratar de uma decisão. Quem não conseguir vencer estará fora do campeonato. Isso traz um contexto diferente. Agora dentro do campo serão duas grandes equipes se enfrentando.
Mais sobre o Flamengo
– Acho que falando de equipe e elenco, o adversário está na nossa frente. É uma equipe mais acostumada a decisões do que nós. Como equipe. Temos jogadores acostumados a decidir, mas eles têm uma equipe, nesse sentido, mais madura. É um desafio e uma lacuna que temos que trabalhar mentalmente.
– A vantagem de dois resultados iguais pode ser uma vantagem se a gente conseguir construir, equilibrar os jogos. É mérito do que fizemos na primeira fase. Eles tiveram a oportunidade e não fizeram. Colocamos no nosso bolso.
Fonte: Globo Esporte