Marcelo Sant’Ana diz que Vasco não fará loucuras financeiras por zagueiro

O Vasco da Gama teve os planos frustrados na busca por zagueiro nesta 2ª janela de transferências e Marcelo Sant'Ana é realista sobre o tema.

Marcelo Sant'Ana em entrevista coletiva
Marcelo Sant'Ana em entrevista coletiva (Foto: Matheus Guimarães/Lance!)

O Vasco tentou a contratação de um zagueiro nesta janela de meio de ano, mas não conseguiu. A última tentativa foi pelo argentino Ian Glavinovich, do Newell’s Old Boys. Nesta terça-feira, o diretor Marcelo Sant’Ana explicou que o clube foi ao mercado, mas que não podia fazer loucuras financeiras para preencher a lacuna.

– A janela do meio do ano é de correção. A gente faz os grandes movimentos no início da temporada. A gente buscou qualificar o nosso elenco. Na minha chegada tivemos a lesão do João Victor, que nos deixou com três zagueiros adultos e os dois da base. O retorno do João Victor nos passou tranquilidade. E não encontramos um atleta que casasse responsabilidade financeira e retorno técnico – disse Marcelo Sant’Ana.

O diretor detalhou um pouco mais da busca. Disse que, no início, a procura foi por um zagueiro mais experiente. Mas, no fim, o alvo foi Ian Glavinovich, jovem promissor de apenas 22 anos e com passagens por seleções de base da Argentina.

– Buscamos jogadores entre 28, 30 anos, perfil consolidado. Que chegassem com perspectiva de brigar por posição. No fim negociamos com Ian, um perfil diferente, mas que no primeiro semestre estava na seleção olímpica da Argentina. Peça interessante, mas por contrato não foi possível – disse.

O dirigente, então, pediu que a torcida dê um voto de confiança aos zagueiros que estão no elenco. Deu como exemplo a efetivação do técnico Rafael Paiva, que assumiu o time em péssimo momento no Brasileiro e levou o clube ao 8º lugar na tabela.

– Na minha chegada falei uma frase e sou cobrado: a verdade do futebol é o campo. Principalmente quando não ganhamos do Atlético-MG e Grêmio. Temos de ter equilíbrio. Dentro do Brasileiro temos a 14ª defesa em gols sofridos. Mas o recorte desde o Paiva é a quarta menos vazada. Buscamos qualificar, mas temos de trazer quem se encaixe na realidade. Jogador que bota dificuldade não interessa. Não pode pagar R$ 1 milhão em um zagueiro. Confiamos no nosso grupo.

– Quando Pedrinho me ligou, o Vasco tinha sete pontos e estava no Z-4. Eu falei a pontuação que faríamos e o presidente deu até risada. Quando cheguei oficialmente tínhamos 11 pontos, em 16º. O grupo reage dentro da competição, praticamente os mesmos (jogadores). A confiança no grupo tem valido a pena. Decisão de manter o Rafael Paiva tem se mostrado acertada. As pessoas ao lado muitas vezes precisam de confiança.

Por fim, Marcelo Sant’Ana seguiu batendo na tecla de que o Vasco não pode mais fazer loucuras financeiras e citou que a prioridade precisa ser estruturar o clube.

– Não são em dois meses, três meses, que vamos corrigir todos os problemas. É duro para o torcedor ouvir isso. Tem que ter responsabilidade. Tem de fazer investimento como a reforma de São Januário. Ligar base com profissional. Erro estratégico do clube de ter cinco locais de trabalho. É muito distante do adequado. Esperamos em breve sinalizar como vamos corrigir esse déficit histórico. É difícil para um clube onde nunca se ouviu respeito ao orçamento ouvir isso. Vasco é competitivo pela força da torcida, grandeza, mas não pelas últimas gestões. Se pegar até quando Pedrinho jogava e olhar os últimos 30 anos, eram anos maravilhosos. De 2000 pra cá começou a ficar muito abaixo de sua história e potencial. Esperamos corrigir.

Veja outras respostas de Marcelo Sant’Ana:

Paiva ainda é interino ou foi efetivado?

– Paiva não dá o treino? Não escala o time? Não tem dúvida de quem é o comandante. Nome interino, efetivado, ele é o técnico. Dá resultado que a torcida deseja, a diretoria, vamos aproveitar o momento.

O Vasco é SAF ou Associação?

– SAF ou associação não diz nada. Tudo regime jurídico. O que importa é gestão do dia a dia. Real Madrid é associação. Os clubes ingleses são empresa. Bayern é modelo híbrido. O que faz diferença é modelo de gestão nessa estrutura. No caso do Vasco não houve respeito à pratica de governança administrativa muito sério. Presidente trouxe situações de endividamento. Tínhamos dois riscos de transfer ban da época da Saf. Em janeiro tem mais um risco, nenhuma parcela paga. Esse tipo de dificuldade que temos de enfrentar e trazer respostas. Orçamento não era respeitado. Presidente não aceita que tratemos o Vasco sem responsabilidade.

Coutinho joga contra o Athletico-PR?

– Coutinho se cobra demais para estar em campo. Total confiança nele. O que converso com ele é que esteja em campo quando estiver bem. Se vai demorar o próximo jogo, mais um mês, ele que terá de dizer. Não vamos pressionar. Não pressionamos nenhum jogador. É decisão tomada em conjunto. Coutinho está muito disposto a jogar, competir. Vocês vão entender o tamanho do sacrifício que ele fez para estar aqui. Vamos sorrir muito ainda com ele no Vasco.

Jogo de risco contra o Athletico?

– A única situação fora do tom foi fora do vestiário. Os dois jogos no Rio foram tranquilos. Vasco não dificultou compra de ingresso da torcida do Athletico, empecilho ao staff do Athletico. Preparados para buscar a vaga dentro de campo. Tomamos nossas medidas, mas não perco muito tempo contra o que não controlo.

Contratação de Maxime Dominguez

– Estava jogando em Portugal, o acompanhamos com mais detalhes. Depois vimos os jogos na Polônia e Suíça. Se estivesse lá talvez dificilmente traria, não são mercados monitorados pelo Vasco. Estamos no limite dos estrangeiros que podem ser relacionados. Olhar mais pelos brasileiros na Série A e B.

Fonte: Globo Esporte

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