Maratona de jogos vira inimigo do Vasco

Por maior que seja o planejamento para o Campeonato Brasileiro e a Copa Sul-Americana, a grande sequência de jogos do Vasco na temporada – principalmente nesta reta final – vem se evidenciando agora nas baixas que o elenco vem tendo.

No segundo semestre de 2011, o Gigante da Colina foi a equipe que mais partidas disputou e, mesmo com muita precaução, já que na competição continental vem atuando com time misto, o quadro de jogadores lesionados se agravou consideravelmente.

Nos últimos dois meses, nove atletas tiveram lesões que os deixaram fora, pelo menos, de uma partida. Para piorar, o Vasco, até o fim do ano, não terá mais as semana livres para trabalhar ou descansar.

Na quarta-feira, após a viagem a Santos, o Cruz-Maltino enfrentará o Universitario (PER) pela Copa Sul-Americana novamente e terá de vencer por três ou mais gols de diferença para se classificar, algo que exigirá um esforço extra.

– Não é uma situação ideal, é muito desgastante. Saímos com a obrigação de correr em dobro para conseguir inverter a diferença – lamenta o técnico Cristovão Borges.

Dos que já sofreram com a maratona de jogos, a maior vítima foi o volante Eduardo Costa. O jogador sofreu um estiramento na virilha esquerda na partida contra o Bahia e não terá tempo suficiente para se recuperar a ponto de jogar ainda nesta temporada.

Mesmo expostos a estas situações, todos estão dispostos a fazer um sacrifício a mais em busca dos títulos para o clube.

– Desgaste vai ter para todo mundo, principalmente para nós. Pelo que estamos fazendo durante o ano, é normal ficarmos cansados, mas não tem problema – disse o atacante Eder Luis.

Alvo de um programa especial de treinamentos, o volante Juninho, um dos mais experientes do grupo, deixa a escolha de preservar ou não os atletas a cargo da comissão técnica vascaína.

– Isso é a comissão técnica que tem de ver o que é melhor. Alguns jogadores que vinham atuando ficaram no Rio se preparando para o jogo de domingo. O risco existe quando se tem mais jogos, mas até agora o Vasco reagiu bem a isso – ressaltou o Reizinho, que teve um estiramento na panturrilha esquerda recentemente.

Volantes tornam-se um problema

De todas as posições, a que mais vem trazendo transtornos recentemente ao time do Vasco é a de volante. Além de Eduardo Costa, que sofreu um estiramento na virilha esquerda e não joga mais na temporada, agora o Gigante da Colina teve a perda de Jumar, que com um estiramento grau um na coxa direita está fora da partida de domingo, contra o Santos, na Vila Belmiro.

Outro que não poderá atuar diante do Peixe é Rômulo, que recebeu o terceiro cartão amarelo no confronto com o São Paulo e cumprirá suspensão automática.

Com tais perdas, a vaga de titular, muito provavelmente, cairá no colo de Nilton, que recentemente retornou de um longo período de lesão. O jogador será deslocado para o seu setor de origem, já que na partida contra o Universitario, pela Copa Sul-Americana, atuou como zagueiro.

Diego Rosa é outra opção para ser o “cão de guarda” do time, mas por ser ainda muito jovem e ter demonstrado insegurança na partida diante dos peruanos, deve ser preterido. Fellipe Bastos e Allan surgem também como possibilidades para a posição de segundo volante.

Daniel Gonçalves, fisiologista do Vasco, explicou o motivo do aumento de lesões.

– No segundo semestre, acaba acontecendo de perder um ou outro atleta, até porque, por conta dessa rotina de jogos, poucos dias para descanso. O que percebemos fica mais difícil para recarregar as baterias, como se diz na gíria do futebol. Quando se tem uma semana sem jogo no meio, ela é muito comemorada – disse.

Quem mais jogou no segundo semestre

Vasco – 30 jogos

Botafogo – 29 jogos

Flamengo – 29 jogos

São Paulo – 29 jogos

Santos – 27 jogos

Em 2011

Santos – 69 jogos

Ceará – 69 jogos

Coritiba – 66 jogos

Vasco – 65 jogos

Grêmio – 65 jogos

Fonte: lancenet