Maracanã será interditado e Fluminense culpa o Vasco pelo estado do gramado
O estádio do Maracanã será interditado a partir do dia 26 para que o gramado passe por um processo de recuperação.
Após a administração do Maracanã informar que o estádio será interditado para “recuperação plena” do gramado a partir do dia 26 de agosto, o Fluminense publicou um nota com duras críticas à decisão judicial que autorizou a partida entre Vasco e Atlético, no último domingo (20), no local. Em certo trecho, a diretoria afirma que “o lamaçal que se formou, principalmente na área situada no lado Norte do estádio, foi o legado da decisão monocrática proferida pelo Desembargador Nagib Slaibi Filho”.
O Maracanã foi ponto central de imbróglio judicial envolvendo Vasco, que desejava atuar no estádio, e Flamengo e Fluminense, que administram o local por meio de um Termo de Permissão de Uso (TPU). O mesmo já ocorreu outras vezes nos últimos anos e, em todas, o Cruz-Maltino obteve o direito de mandar a partida no histórico palco do Rio de Janeiro após decisão da Justiça como ocorreu de novo.
A situação peculiar neste caso foi que o intervalo entre o jogo entre Vasco e Atlético, no domingo (20), e Fluminense e América, no sábado (19), foi de apenas 15 horas, o que serviu de argumentação para a dupla Fla-Flu e a administração do estádio em suas argumentações, as quais não foram aceitas pela Justiça.
Tanto a nota do Fluminense quanto o comunicado do Maracanã, no qual anunciou a interdição do estádio após os dois próximos jogos já previstos para o estádio, creditam a condição ruim do gramado. A administradora, no entanto, reforça que o campo não teria condições de aguentar o alto número de jogos (55 em 2023), de toda forma.
Confira, na íntegra, o posicionamento do Fluminense
“Como informado hoje mais cedo pelo Complexo Maracanã, será necessário realizar uma parada técnica a partir do dia 26/08 para a recuperação do gramado, com data ainda indefinida para a retomada das partidas no estádio.
Essa paralisação não estava prevista, decorrendo exclusivamente dos severos danos infligidos ao gramado em razão da realização do jogo entre Vasco e Atlético-MG, o que não surpreende a quem observa os fatos com realismo e respeita o conhecimento dos especialistas. As imagens exibidas durante a transmissão da partida não deixam dúvidas de que a opinião da empresa responsável pela manutenção do gramado estava fundamentada em razões estritamente técnicas e que se mostraram inquestionáveis. Não custa repetir: apesar dos altos investimentos feitos no estádio pela dupla Fla-Flu, existe uma dificuldade de manutenção do gramado em condições perfeitas devido a múltiplos fatores, inclusive climáticos, mas com preponderância absoluta da quantidade de partidas disputadas no estádio.
Em algumas oportunidades pretéritas, os próprios administradores do estádio já haviam deixado de disputar no Maracanã partidas das quais eram mandantes, suportando relevantes prejuízos financeiros, técnicos e desportivos, o que acontecerá uma vez mais em razão da nova parada.
A administração do estádio, baseada em laudos técnicos, vem advertindo reiteradamente que a realização de jogos em dias consecutivos compromete a qualidade do gramado e somente deve ocorrer em situações excepcionalíssimas. Absolutamente nada justifica a realização de um jogo a menos de 15 horas do encerramento do anterior, com previsão de chuva e todas as dificuldades operacionais de higiene e manutenção do equipamento público.
O lamaçal que se formou, principalmente na área situada no lado Norte do estádio, foi o legado da decisão monocrática proferida pelo Desembargador Nagib Slaibi Filho. O episódio já seria suficientemente grave não fosse por um detalhe ainda mais surpreendente: a decisão foi proferida sem qualquer fundamento jurídico, seja de mérito ou processual. Não era cabível a ação, não houve violação a qualquer garantia constitucional e o magistrado sequer se dignou a receber os advogados do Fluminense.
Demonstrados os imensos prejuízos causados pelo episódio, amplamente documentados na mídia especializada, o Fluminense confia que a Justiça recolocará a discussão no caminho do respeito à ciência, às opiniões técnicas abalizadas, e, no caso concreto, ao Código de Processo Civil e à jurisprudência do Tribunal.”
Fonte: Itatiaia