Mansur exalta futebol do Vasco nos últimos jogos e destaca a ousadia de Diniz

O jornalista Carlos Eduardo Mansur destacou o desempenho dos Vasco da Gama nas últimas sete rodadas e destacou o trabalho de Diniz.

Carlos Eduardo Mansur
Carlos Eduardo Mansur (Fonte: Twitter do Sportv)

Numa disputa imprevisível, em que apenas oito pontos separam o Botafogo, vice-líder, do Náutico, nono colocado, o Vasco tem algo fundamental a seu favor. Se a sexta colocação com 46 pontos, quatro a menos do que o quarto colocado Avaí, não oferece certeza de acesso à primeira divisão de 2022, o cruzmaltino tem exibido rendimento nas últimas sete rodadas, ou seja, desde que Fernando Diniz e Nenê estrearam pelo clube nesta edição da Série B. Neste recorte de competição, o Vasco joga o melhor e mais atraente futebol do torneio.

Mesmo em alguns tropeços neste período, alguns deles amargos como os empates sofridos diante de CRB e Cruzeiro, o time vascaíno jogou melhor, comandou as ações. Nestas últimas sete rodadas, foi quem mais se impôs aos rivais, quem o fez com maior constância. E o crescimento coletivo fez retornar a sensação, construída antes do início desta Série B, de que estava em São Januário o elenco com mais recursos do campeonato. Por um momento, houve razões para duvidar.

Não é possível assegurar que o clube estará na elite na próxima temporada, afinal o futebol não oferece tais garantias e o time corre para descontar um prejuízo construído durante mais de um turno de oscilações. No entanto, se não é possível controlar resultados em futebol, é possível trabalhar para jogar bem. E o nível de jogo apresentado nas últimas sete rodadas indica que o Vasco é fortíssimo candidato a ganhar jogos e brigar pelo acesso. Nos sete jogos com o treinador – e com Nenê -, o aproveitamento é de 67%. Caso tivesse sido mantido durante toda a Série B, o Vasco seria líder. O drama é que faltam apenas oito partidas.

No sábado, enfrentou o mais duro teste possível. E foi absolutamente dominante diante do líder Coritiba no primeiro tempo. O jogo reforçou a impressão de que Fernando Diniz criou alguns padrões. É possível assistir a jogos do Vasco tendo uma boa noção do que se vai encontrar. O primeiro gol, por exemplo, é resultado de uma construção típica do modelo de jogo de Diniz. Ao menos seis jogadores estão concentrados do lado direito do ataque. Gabriel Pec e Morato, em tese os pontas, estão do mesmo lado, movendo-se em função da bola. Em passes curtos, o time evolui até que o lance resulte no gol de Cano. Minutos depois, uma trama quase idêntica terminou em chute de Morato e defesa do goleiro Wilson. Do outro lado do campo, Riquelme oferecia a possibilidade da inversão de bola. O jovem lateral, aliás, voltou a oferecer lances de admirável brilho individual.

Ousadia é outra marca de Diniz e que está presente neste Vasco. A escolha dos titulares tem em Bruno Gomes o único volante de origem. Transformado numa espécie de segundo volante quando o time perde a bola, Marquinhos Gabriel tem chamado atenção pela aplicação e pela capacidade de organização. Foi dele o bonito passe para Gabriel Pec quase marcar.

E mesmo com uma formação mais leve, o Vasco tem competido. Em especial no primeiro tempo dos jogos, graças a uma pressão ofensiva fortíssima. Montado com uma proposta mais cautelosa, com o lateral Matheus Alexandre escalado na ponta direita, o Coritiba não respirou por 45 minutos em São Januário.

O duelo com o líder fez o Vasco passar por outra prova importante: sofreu um gol com 16 segundos na etapa final e, ainda assim, foi capaz de encontrar a vitória, em gol de Nenê, novamente influente no resultado. Mas o segundo tempo mostra que há pontos a ajustar num time que está longe ser um produto acabado.

O Vasco tem dificuldade para manter o ritmo de sua pressão ofensiva na segundo tempo das partidas e, quando obrigado a defender mais perto de sua área, costuma ser menos eficiente. Com Rafinha no lugar de Matheus Alexandre, o Coritiba passou a incomodar mais. Não é justo dizer que foi com sofrimento que os vascaínos mantiveram o resultado. O time ainda incomodou em contragolpes e não cedeu tantas chances claras. Mas é preciso ter menos oscilações dentro das partidas.

Ainda assim, a tarde de sábado deixou a certeza de que, se melhorou seu nível de jogo, o time ainda ganhou o maior dos reforços na reta final: a torcida. São Januário voltou a ser um caldeirão, voltou a pulsar não apenas como forma de incentivo. A sensação é de que o futebol do time transmite confiança.

Fonte: Blog do Mansur

Estamos no Google NotíciasSiga-nos!
Comente

Veja também
Jogadores do Vasco em treino no CT Moacyr Barbosa
Paralisação do Brasileiro pode ser benéfica para o Vasco

Com duas rodadas paralisadas, o técnico Álvaro Pacheco terá tempo para desenvolver seu trabalho no Vasco da Gama.

Reunião do Conselho Deliberativo do Vasco
Oposição cobra transparência ao Vasco após reassumir controle da SAF

Conselheiros de oposição reclamaram da falta de aviso e diálogo interno no Vasco da Gama sobre a investida na Justiça contra a 777 Partners.

Lúcio Barbosa em coletiva após a permanência do Vasco
SAF negociava antecipação de aportes da 777 antes de liminar da Justiça

Com problemas de fluxo de caixa, a SAF negociava a antecipação dos aportes junto a 777 Partners para colocar as contas em dia.

José Roberto Lamacchia e Leilão Pereira são casados há muitos anos
Conheça José Lamacchia, dono da Crefisa, interessado na Vasco SAF

José Roberto Lamacchia, dono da Crefisa, está interessado em comprar a parte da 777 Partners na SAF do Vasco da Gama.

Álvaro Pacheco, técnico português cogitado no Vasco
Álvaro Pacheco pretende estrear pelo Vasco contra o Fortaleza

O técnico Álvaro Pacheco, que chega ao Rio de Janeiro neste domingo, tem a intenção de estrear pelo Vasco da Gama de imediato.