Liedson relembra briga com Ricardo Sá Pinto e opina sobre chegada do técnico ao Vasco

Liedson afirmou que briga com Ricardo Sá Pinto não teve agressão e diz que técnico traz esperança aos jogadores do Vasco.

Ricardo Sá Pinto e Liedson brigaram após jogo do Sporting em 2010
Ricardo Sá Pinto e Liedson brigaram após jogo do Sporting em 2010 (Foto: Reprodução)

Ao ser apresentado à torcida do Vasco por meio de depoimentos de jornalistas portugueses, o treinador Ricardo Sá Pinto teve o temperamento explosivo citado como um dos pontos de atenções. E a maioria dos nossos colegas lusitanos citou um desentendimento entre Sá Pinto e o ex-atacante Liedson em 2010, quando ambos estava no Sporting.

De acordo com o jornal português “A Bola”, Sá Pinto e Liedson, então diretor de futebol e centroavante do Sporting respectivamente, trocaram socos no vestiário após a vitória dos Leões por 4 a 3 sobre o Mafra, partida válida pela Taça de Portugal.

Dez anos depois, Liedson nega que tenham chegado às vias de fatos. O ge conversou com o ex-atleta de 43 anos às vésperas da estreia de Sá Pinto, justamente contra o Corinthians, clube do coração dele.

– Sobre a confusão que eu tive com Sá Pinto, não chegamos às vias de fato não houve agressão. São mais de 10 anos que passou isso, realmente aconteceu o desentendimento já no campo, numa Taça de Portugal. Na Taça de Portugal, lá eles preservam muitos os titulares, praticamente joga o segundo time. Eu estava no banco, e ele era diretor.

Liedson não gostou de ouvir reclamações de Sá Pinto em relação a um atleta que havia falhado. De acordo com a imprensa local, o hoje treinador vascaíno estava na bronca com o goleiro Rui Patrício, que levou um frango no duelo com o Mafra.

– Ele estava reclamando de um colega nosso, não vou citar nomes por ética. Não gostei porque ele estava reclamando muito, falando alto e gesticulando. A gente discutiu ali, mas ficou por isso mesmo. Depois no vestiário, ele era diretor. A gente ganhou, ele pediu para fazer uma reunião. Começou a falar e disse que não poderia falar isso, não falou diretamente para mim logo. Falou que jogador não poderia falar isso para dirigente e não sei o quê. Aí fomos nos aproximando. Quando íamos chegar aos fatos, a turma do deixa disso não deixou que chegássemos a socos e pontapés. Não chegou por pouco (risos), é verdade, mas a galera separou.

Apesar do desentendimento, isso é passado. Liedson garante ser amigo de Sá Pinto, a quem deseja sorte no Vasco.

– Aproveitar para desejar boa sorte a ele, que ele possa fazer um trabalho fenomenal no Vasco. Ele sabe que é meu amigo, embora a gente tenha tido essa discussão. Torço para que ele dê certo, assim como quando vieram Paulo Bento e Jorge Jesus.

– Sou português, tenho dupla nacionalidade, amo muito Portugal. Disputei uma Copa do Mundo pela seleção portuguesa. O Sporting é um clube maravilhoso. Só tenho coisas boas para falar do povo de Portugal e principalmente das pessoas que conheço. E eu conheço o Sá Pinto. Torço para que ele tenha muito sucesso no Vasco.

Confira outros tópicos do papo de Liedson, que era conhecido como Levezinho em Portugal:

Qual o estilo de Sá Pinto como treinador?

– Conheço o Sá mais como jogador do que como treinador. Jogou comigo, jogamos duas temporadas no Sporting. É um cara vitorioso em termos de jogador, ganhou títulos no Sporting. Como treinador, eu não posso dar muitas informações porque não acompanhei muito. A última vez que estive em Portugal, ele estava no Braga e acabou sendo demitido no meio do campeonato. Como treinador, não posso dizer se vai ser ofensivo, mais cauteloso e se vai ser como o Jesus. É uma incógnita porque não o conheço como treinador.

– Uma coisa que posso garantir. Se o estilo dele for como o dos tempos de jogador, vai ser como Jorge Jesus: explosivo e inquieto. Em termos de tática e plano de jogo, não posso dizer. Dos poucos jogos que vi dele como técnico do Braga, é um cara que não para na beira do campo não. Gesticula bastante, vai para lá e para cá, grita, chama e pode soltar alguns palavrões (risos). É um cara que não se acomoda.

Estourado em campo, um gentleman após o jogo

– Ele é um cara estourado. Mas era um cara estourado de vontade, é muito raçudo. A torcida do Sporting até hoje gosta muito dele porque era um cara muito aguerrido, trabalhador e que não desistia nunca. Teve uns problemas de lesão, e isso o deixou com a cabeça um pouco abalada. Quando cheguei lá, ele estava praticamente em final de carreira. Essa lesão o deixou um pouco balançado. Como jogador, ele era realmente explosivo com aquelas loucuras dele.

– Quando acabava o jogo, no vestiário, parecia que fazia uma lavagem cerebral naquele rapaz. Cara tranquilo, pedia desculpas para todo mundo. Tanto é que depois do nosso episódio ele mandou várias mensagens, me ligou, pediu desculpas, pedi desculpas a ele também, e ficou tudo bem.

“Coração bom”

– É um cara bom, tem um coração bom. O que aconteceu é um fato isolado comigo, embora ele tenha tido outros problemas em Portugal. Como jogador, era muito aguerrido. Naquela loucura de “vambora”, ele acabava se excedendo. Minha história foi isso aí, não chegou em vias de fatos, mas foi por pouco (risos).

– Não me sinto incomodado de falar isso, mas foi a primeira vez que me pediram para falar sobre isso depois de muito tempo. Não fiquei desconfortável, foi até bom para a galera não ficar pensando mal de mim e principalmente do Sá Pinto, que está chegando aí.

Fonte: Globo Esporte

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