Juninho revela sonho com pedido especial para a torcida do Vasco em São Januário

Juninho relembrou o apoio recebido do Vasco da Gama em caso de racismo em 2020 e revelou sonho com pedido especial para a torcida.

Juninho revela torcida pelo Vasco desde a infância
Juninho revela torcida pelo Vasco desde a infância (Foto: Thiago Ribeiro/AGIF)

Há 98 anos, o Vasco colocava mais um grande marco na história do futebol brasileiro. Com a Resposta Histórica, o clube lutou contra a descriminação racial e social no esporte. O feito é motivo de orgulho para os torcedores, incluindo Juninho, que hoje representa o clube cruzmaltino dentro de campo.

O meio-campista de 21 anos, em carta ao “The Players Tribune”, revelou a torcida pelo Vasco desde a infância, contou sobre a importância da luta racial do clube e relembrou o apoio recebido em caso de racismo em um partida em 2020.

No jogo contra o Oriente Petrolero, pela Copa Sul-Americana de 2020, o jogador foi vítima de racismo por parte de torcedores da equipe boliviana. Juninho afirma, na carta, nunca ter vivenciado a situação anteriormente, classificando-a como ‘revoltante’.

– Mas o Vasco não se calou. Na hora, todos os jogadores me defenderam. Inclusive, o Ricardo Graça, que é branco, foi um dos primeiros a reclamar com a arbitragem. A diretoria me deu apoio, denunciou os atos e fez um manifesto cobrando respeito. Também recebi muitas mensagens de solidariedade dos nossos torcedores. Não tem como ser Vasco e ser racista, impossível.

Fã declarado da música ‘Camisas Negras’, cantada pela torcida antes das partidas do Vasco em homenagem ao time de 1923, detentor do primeiro título Carioca da história do clube, Juninho revelou um sonho com pedido especial para os vascaínos.

– Eu quero fazer um gol pelo Vasco, tirar a camisa, levantar pro alto e comemorar com a torcida em São Januário. E quero que todos os torcedores cantem Camisas Negras. Tá, essa é uma música que nossa torcida só canta antes dos jogos começarem. Me dá vontade de estar na arquibancada de novo, ainda mais agora que aprendi a letra, só para poder cantar com vocês. Humildemente, este é meu único pedido, o meu sonho de menino. Comemorar um gol e ouvir a nossa música. Para guardar pra sempre na memória o orgulho de ser representado, de ser um torcedor dentro de campo.

A Resposta Histórica de 1924 foi uma carta enviada por José Augusto Prestes, presidente do Vasco, à AMEA, organizadora do Carioca, em que abdicava da participação no campeonato por não aceitar excluir doze atletas do clube.

Campeão em 1923, o Vasco perderia seus jogadores com o regulamento do torneio. A Associação Metropolitana de Esportes Athleticos acusava os atletas de terem “profissões duvidosas” em época que o futebol ainda era amador. Com a cisão da liga, o time cruzmaltino foi campeão pelo campeonato da LMDT, e passou a integrar a AMEA em 1925.

Na tarde desta quinta, o Vasco se manifestou sobre o aniversário da Resposta Histórica:

“Os 98 anos da Resposta Histórica

O dia 7 de abril é uma daquelas datas que trazem orgulho a todo e qualquer vascaíno. Em 1924, o Club de Regatas Vasco da Gama escreveu um dos mais nobres capítulos da sua história, ao enviar para a AMEA a Resposta Histórica, na qual o clube se recusa a desfiliar atletas negros, operários e analfabetos de seu plantel, o que foi estabelecido como condição para que pudesse participar das competições de futebol da época, após o título invicto conquistado pelos Camisas Negras em 1923.

“São esses doze jogadores, jovens, quasi todos brasileiros, no começo de sua carreira, e o acto publico que os pode macular, nunca será praticado com a solidariedade dos que dirigem a casa que os acolheu, nem sob o pavilhão que elles com tanta galhardia cobriram de glorias.”

A luta contra o racismo e em favor de uma sociedade mais justa é um dever de associações esportivas, sobretudo aquelas com milhões de torcedores, como os grandes clubes de futebol. O Vasco da Gama se orgulha de ser um pioneiro nesta luta e um ativo defensor de seus ideais, que não esmoreceram com o passar dos anos.

A data de hoje é festiva não apenas para o Vasco, mas para toda a sociedade brasileira, que tem em quem se espelhar para lutar as lutas justas; e para todo o esporte brasileiro, que encontra em si as ferramentas para promover as mudanças que queremos ver no Brasil.

O movimento iniciado pelo clube a quase um século ainda não chegou ao fim. E é por isso que relembrar a data de 7 de abril de 1924 se torna tão fundamental”.

Fonte: Globo Esporte

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