Josh explica negociações e revela como a 777 Partners pensa em investir no Vasco

Dirigente da 777 Partners, Josh Wander falou sobre as negociações da empresa com o Vasco da Gama para a compra da SAF.

Josh Wander, sócio da 777 Partners
Josh Wander, sócio da 777 Partners (Foto: Divulgação)

Josh Wander desembarca no Brasil nesta quinta-feira, um dia depois de o Vasco perder para o Flamengo, pela semifinal do Campeonato Carioca.

Chega com a responsabilidade de representar esperança para muitos torcedores vascaínos, que somam uma vitória nos últimos 20 clássicos contra o maior rival.

O investidor, interessado na compra da sociedade anônima que o presidente Jorge Salgado tenta criar e vender, promete investimento antes mesmo da conclusão do processo para aumentar as chances do Vasco voltar para a Série A.

— Faremos o que achamos necessário para o clube conseguir subir de divisão. Nós nos comportamos como o Vasco sendo um clube do qual somos donos e e por isso nós o apoiamos. Queremos o melhor para ele. Faremos de tudo para ajudar.

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Em que estágio estão as conversas com o Vasco?

– Estamos agora no momento de pegar o máximo de informação que pudermos para nos ajudar. Para no momento em que assumirmos o clube, elas possam nos ajudar a implementar a estratégia, as melhorias que queremos. Estarei no Rio pelos próximos dias. A intenção é passar um tempo com a diretoria do Vasco, algo que possa nos ajudar no processo de diligência. Vai também ajudar na imersão no clube, entender a cultura. Quero passar um tempo com o time, com os jogadores. Para poder entender a melhor maneira de ajudá-los.

Já tem uma previsão de quando devem fazer a oferta oficial pela SAF do Vasco?

– Estamos numa posição bem confortável, em relação à diligência. Fizemos um trabalho grande nos últimos meses. E ainda teremos um tempo até a criação da SAF e a sua aprovação pelos sócios do Vasco. Acreditamos realmente na nossa capacidade de transformar o Vasco numa marca global. Queremos colocá-lo de volta na primeira divisão. Amamos a história do clube, a história do futebol no Brasil. Adoramos o fato de o clube ser no Rio. Acreditamos que o Brasil é uma fonte incrível de talentos para o futebol e Isso deve ser cultivado da mesma forma possível.

Hoje, se o Vasco toma uma decisão importante, a 777 deve ser informada? Ou mais que isso, deve ser convidada a participar da decisão?

– Tecnicamente, não somos obrigados a ser informados das decisões da diretoria. Mas, no espírito de parceria que estamos criando, no sentido de fazer as coisas da maneira certa, pelo fato de que queremos ser os responsáveis financeiros por esse clube pelas próximas dédadas, esperamos tomar conhecimento das principais decisões que ocorrerem entre o começo e fim desse processo.

O começo de temporada do Vasco tem sido difícil. Vocês estão dispostos a ajudar o clube, inclusive financeiramente, para a contratação de reforços, pensando no retorno à Série A?

– A resposta é sim, absolutamente sim. Nós já demos uma ajuda ao Vasco e estamos dispostos a ajudar para o Vasco conseguir subir de divisão. É claro que isso não é uma garantia de que o time vai subir. Mas vamos fazer nosso melhor, com todos os recursos que temos.

Mesmo antes desse processo da SAF ser concluído?

– Faremos o que achamos necessário para o clube conseguir subir de divisão. Como você perguntou anteriormente, se participamos das decisões. Nós nos comportamos como o Vasco sendo um clube do qual somos donos e e por isso nós o apoiamos. Queremos o melhor para ele. Faremos de tudo para ajudar.

E quanto à reforma de São Januário? Existe alguma chance de vocês financiarem a obra, especialmente tendo em vista que o Vasco também quer participar da gestão do Maracanã. Isso parece razoável para você?

– Certamente, isso não parece razoável. Mas a pergunta é: a 777 vai bancar a reforma de São Januário? E a resposta é: nada nos deixará mais satisfeitos do que reformar São Januário se nós entendermos que isso é economicamente viável. Como vocês sabem, a abrangência do acordo financeiro que estamos fazendo é muito grande e parte do investimento poderia ser direcionado para a reforma de São Januário.

– Nenhuma decisão sobre isso deve ser tomada apressadamente. Queremos ver o estádio, entender o quanto uma reforma pode se transformar em benefícios para nosso torcedores, para o clube. Isso é algo que estamos fazendo em todos os nossos clubes atualmente. É uma parte importante para nós. O que achamos fundamental é preservar a história do clube. O legado que esses grandes estádios carregam, as experiências, memórias, e ao mesmo tempo trazer benefícios para o clube, mais negócios. E criar sustentabilidade. É sempre difícil conciliar a preservação da história com o progresso e permitir um cenário de sustentabilidade. O importante para nós é preservar a história e ao mesmo tempo criar uma sustentabilidade maior para o clube. Para que o clube nunca mais fique na mesma situação que está agora. Queremos torná-lo economicamente sustentável. Para que ele possa caminhar sozinho pelos próximos anos.

O que tem acompanhado em relação à criação de uma liga de clubes brasileiros?

– Temos informações, não apenas através do Vasco. Estamos bem informados a respeito dessa situação, da Liga. A coisa mais importante é que, sem dúivida, precisa haver uma consolidação entre os times, de uma estrutura montada, para que o Brasil seja uma das cinco maiores ligas do mundo. O melhor exemplo é a Premier League. No momento em que os clubes se uniram e a criaram, se tornou a melhor liga do mundo, com os melhores times do mundo. É muito difícil imaginar que a Liga não prospere no Brasil. Acredito que as SAFs vão ajudar, vão ajudar que dinheiro externo chegue.

Como pensam em investir o dinheiro destinado à SAF do Vasco?

– Temos uma estratégia global, que cabe para todos os clubes que temos. Queremos melhorar o recrutamento de jogadores, o desenvolvmento e a performance do elenco. Diversificar a parte do negócio, melhorar o poder de barganha nas negociações. Nossa prioridade número 1 é fazer do Vasco um negócio sustentável. Porque não conseguimos fazer nenhuma outra coisa se não formos capazes de ser sustentáveis. Quando é assim, você pode trazer jogadores melhores, técnicos melhores, patrocinadores melhores. Tudo depende de você ter um negócio sustentável. Depois que você faz isso, você começa a atacar as outras partes.

– Vamos gastar muito tempo e dinheiro nos centros de treinamento, no desenvolvimento de novos jogadores. Vamos fazer de tudo para trazer a eficiência que temos em outras organizações que temos, outros clubes de futebol. Vamos melhorar nossa capacidade de usar as informações ao nosso favor, para tomarmos as melhores decisões. Vamos priorizar os dados para melhorar a performance, trazer a parte da ciência, os melhores médicos, melhorar a experiência com os fãs, estar conectados a eles de uma maneira mais profunda. Criando conteúdos únicos para os vascaínos.

Existe a esperança em alguns torcedores de que o Vasco voltará a ser forte tão logo vire SAF. Vai ser tão rápido assim?

– Todos querem que as coisas aconteçam do dia para noite, eu quero que seja assim. Mas esse não é um cenário realista. Temos de ser realistas em relação às expectativas. Primeiro, precisamos estabilizar o negócio e voltar à primeira divisão. Essas são as prioridades. Posso prometer que todos os recursos globais da 777 estarão disponíveis para o Vasco voltar aos dias de glória.

O que aprendeu nesse período à frente do Genoa?

– Aprendi que nada é como parece (risos). A principal coisa que aprendemos é que devemos confiar nos nossos instintos. Chegamos ao Genoa com um plano e mudamos um pouco esse plano porque era conveniente, mas provavelmente não deveriamos ter feito isso. Voltamos ao plano original e ele está confirmando o que pensávamos sobre ele. Tudo que fazemos, é medido, é científico. O futebol tem sido incrivelmente intuitivo. Anticientífico. Tem um acerto nas expectativas quando você chega com uma estratégia científica. Nossa esperança é mostrar que nossa proposta é a melhor, e que a longo prazo, isso vai se comprovar. No Genoa, os fãs têm se mostrado muito gratos. Têm nos apoiado muito. Nossa esperança é que esse sucesso, a cultura que estamos criando, continue.

Você espera se encontrar diretamente com políticos do Vasco, se apresentar a eles?

– Isso não vai acontecer nessa viagem, mas acontecerá ao longo de outras vindas ao Brasil. Estaremos de volta ao Rio várias vezes ao longo dos próximos meses. Eu espero convencer os políticos que não nos apoiam e deixar orgulhosos aqueles que estão conosco.

Fonte: O Globo

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