Jorginho compara virada sobre o Operário com título da Mercosul contra o Palmeiras

Com um gol aos 43′ e outro já aos 49′ do segundo tempo, o Vasco conseguiu uma grande virada por 3 a 2 sobre o Operário na noite de hoje. O triunfo na 33ª rodada da Série B do Brasileiro encerrou uma série de oito derrotas seguidas da equipe longe de casa e fez com que o técnico Jorginho se lembrasse de uma grande conquista do Cruz-maltino, a Copa Mercosul em 2000.

Naquele ano, também fora de casa, o Gigante da Colina foi perdendo para o intervalo. Contudo, diferentemente do 1 a 0 em Ponta Grossa, o placar apontava 3 a 0 a favor do Palmeiras no Palestra Itália. Com um gol de Juninho Paulista e três de Romário, o último também já nos acréscimos, o time carioca virou o duelo e conquistou a taça com o placar de 4 a 3.

”Todos sabem que o Vasco é o time da virada, só que já fazia mais de um ano que o Vasco não tinha uma como essa. Me lembrei daquele jogo contra o Palmeiras na Mercosul, que hoje é a Sul-Americana, foi uma vitória fantástica em 2000. Realmente, eu fico muito feliz porque esse grupo merece, a gente demonstrou que esse é o comportamento do Vasco, jamais desistir”, comentou.

O triunfo deixou a equipe com 52 pontos, em quarto lugar, e com a garantia da permanência no G4 por ao menos mais uma rodada. A proximidade do acesso garante um alento ao clube, que já pensa em 2023. Com a adoção da SAF, o Vasco aguarda por mais investimentos da 777 Partners para voltar a ser competitivo na próxima temporada.

”A gente é muito grato de estar nesse momento com a 777. A gente sabe que os caras são profissionais, mas muitos deles não têm a vida que eu tenho, eu sou ex-atleta, já fiz a minha vida financeiramente. Então a gente sabe que os garotos não poderiam ficar com salários atrasados, então isso aqui é fundamental. Além disso, toca a estrutura”, destacou.

”A gente recebe um material excepcional da análise de desempenho, e a análise de mercado já está vendo como será o ano que vem, pensando em contratações, temos quatro profissionais trabalhando nisso e a gente recebe tudo mastigado, tudo dentro das possibilidades que a gente sabia que iria acontecer contra o Operário, tudo foi passado para agente. A gente ainda está dentro de um espaço um pouco acanhado, ainda tem contêiner, ainda tem uma série de coisas, mas é um processo que com certeza ano que vem será melhor. Então, é muito importante que a gente tenha essa estrutura, e eu quero fazer parte desse momento, alcançar o acesso e permanecer aqui, sei muito bem o que é verdadeiramente o Vasco. Passei por muitos momentos como esse, onde ninguém acreditava, como aquela vitória de 4 a 3 sobre o Palmeiras em 2000”, emendou.

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Desempenho ruim no primeiro tempo

Nós tivemos um primeiro tempo muito ruim, equipe muito espaçada, a gente não ficou bem posicionado, principalmente no forte deles, que são os contra-ataques, erramos no gol deles, a gente sabe que não fez um bom primeiro tempo, com pouca mobilidade, muito espaçado e sem conseguir jogar. Mas as mudanças foram fundamentais, em primeiro lugar mais posse para poder jogar mais junto, nosso meio campo realmente construiu mais do lado esquerdo. Conseguimos ser ousados, tiramos o Léo e deixamos o Figueiredo ali [no lado direito], já havia feito em outra partida. Coloquei o Tubarão e o Alex que, para a alegria nossa, fizeram os gols. Mas, é um grupo que realmente tem dado tudo, além da organização, mesmo com a derrota no primeiro tempo, foi nítido que depois conseguimos ter uma superioridade sobre Operário. Nós sofremos um gol que não poderíamos, daquela forma, foi uma ducha de água fria, mas e os jogadores não se importaram com isso, continuamos com força, indo forte. Colocamos o Pec e o Erick, que é um jogador diferente do Raniel, pois infiltra muito bem em velocidade e foi o que aconteceu. A gente fica muito feliz. Parabéns a todos pela entrega e nos deixar em uma situação que, com certeza, vamos conquistar o nosso objetivo.

Alex volta a marcar

O Alex é um ponta, joga mais pelo lado esquerdo, mas eu tenho gostado muito das entradas dele por dentro, ele consegue fazer com que a gente jogue no 4-4-2, pois faz o segundo atacante muito bem, consegue flutuar. Ele tem um domínio muito bom, um passe curto muito bem, o drible curto, ele faz muito bem, quando eu senti que a equipe não estava jogando bem no primeiro tempo. Tivemos uma decisão que não é fácil, de tirar o Nenê, porque a presença do Nenê em campo, além de todo o o potencial dele, da qualidade, é um jogador que o adversário respeita a presença. E eu vi que não estava acontecendo, e precisava mudar dentro do jogo, precisamos ser corajosos, e o Nenê entendeu super bem. E conseguimos o mais importante, que era a virada. Claro que a gente teve que extravasar com a virada, porque o Vasco que é o time da virada não pode ficar um ano sem conseguir este tipo de resultado. As trocas foram importantes para dar mais organização e uma atitude melhor no segundo tempo.

O que esperar para o jogo contra o Novorizontino

A gente tem, naturalmente, a volta do Yuri, que cumpriu suspensão, não definimos nada. O Alex tomou cartão. É claro que estamos felizes, mas o Novorizontino não vai ser fácil, os caras estão com a corda no pescoço, precisando principalmente vencer, então é um momento que a gente tem que analisar o jogo, as mudanças, para que a gente tome uma decisão. Mas, uma coisa é certa: o time vai ser forte ofensivamente, precisa ser uma equipe que possa propor o jogo, que tenha realmente coragem de jogar, isso é fundamental para que o torcedor acredite que vamos alcançar o nosso objetivo. A Série B é difícil, pois é um jogo muito físico e você não pode ter um descuido, como tivemos em alguns momentos.

Importância da torcida

Falo com todo o coração para o torcedor vascaíno, a gente precisa demais de vocês, eu que tenho uma história dentro do Vasco sei que vocês são excepcionais quando estão juntos. Nem todo jogador é o Romário, que não liga para o que está ouvindo do lado de fora. Preciso que vocês entendam o quanto vocês são importantes para o Vasco da Gama, e ajudam principalmente os mais jovens.

Fonte: Uol