Jorginho analisa vitória do Vasco contra o Criciúma; veja a entrevista coletiva

O técnico Jorginho exaltou a virada do Vasco da Gama contra o Londrina, mas lembrou que ainda precisa confirmar o retorno à Série A.

Jorginho durante entrevista em São Januário
Jorginho durante entrevista em São Januário (Foto: Raphael Zarko)

O técnico do Vasco, Jorginho, vibrou muito com a virada sobre o Criciúma em São Januário – 2 a 1, gols de Hygor para os visitantes e Nenê e Fabio Gomes para os vascaínos. O resultado deixou o Vasco muito próximo da classificação para a Série A de 2023.

Diante de cerca de 20 mil pessoas em São Januário, a vitória tirou o Vasco da quarta para a segunda colocação, com 59 pontos, um à frente do terceiro colocado, Bahia, e do quarto lugar, Grêmio (que ainda joga neste domingo) e cinco à frente do Ituano, quinto colocado.

Na coletiva de imprensa, Jorginho revelou conversa “difícil” com Nenê sobre deixá-lo no banco, mas ressaltou o profissionalismo do jogador de 41 anos. A quem considera o melhor atleta com quem já trabalhou na sua carreira como treinador.

– Se todos jogadores tivessem a paixão que o Nenê tem, seria impressionante. O cara com 41 anos de idade, você não consegue tirar do treino. É normal que a intensidade dele baixe, a qualidade dele é fantástica. O passe, como foi para o Pec, as bolas paradas… ele é muito inteligente, mas a gente entende que em primeiro lugar está o objetivo do Vasco da Gama. E eu conversei com ele, falei Nenê: “neste momento, para esse jogo, o Alex Teixeira está num momento melhor. Ele tem entrado muito bem”. Então foi esse papo. Ele não recebe, realmente ele tem dificuldade de receber isso como algo que é importante para todo mundo. Porque é um cara que sempre foi titular. E entendo ele, por essa gana, essa entrega que ele tem, ele não quer ficar de fora, nem do treino. Ele chega no final do treino, ele bate uma bola, duas. Eu falo que se fosse eu já estava sentindo adutor, não é possível. Ele continua treinando o tempo todo – comentou Jorginho.

O técnico contou em detalhes como tratou com Nenê sobre deixá-lo no banco.

– A primeira conversa com ele foi difícil de entender o momento, mas eu disse: “Você precisa que é fundamental isso, para esse momento”. Ele demonstrou logo em seguida muita alegria, muita descontração, botou o treino para cima, feliz da vida. Falei: “assim que eu quero”. E ele demonstrou que ele sente no momento da notícia para ele, aos 41 anos de idade, sentar no banco e ver outro companheiro, mas é um jogador nove anos mais novo que ele. E ele entendeu isso e foi exatamente nesse momento do jogo que a gente se abraçou, a gente confidenciou algumas coisas específicas. Que fica só entre nós mesmo. Mas o respeito que temos. É o melhor atleta que tive oportunidade de treinar. Claro que trabalhei com Ronaldinho, mas eu não o treinador, era auxiliar. Como treinador, Nenê é disparado o atleta mais compromissado, mais apaixondo, mais qualificado que tive oportunidade de trabalhar. Tenho respeito muito grande e carinho por ele, mas falei para ele, em primeiro lugar está o objetivo do clube – disse o treinador do Vasco.

Faltando duas rodadas para o fim da sua participação na Série B 2022, o Vasco carimba o retorno à primeira divisão se vencer o Sampaio Corrêa, na próxima quinta, às 20h, em São Januário, novamente. Os vascaínos encerram a competição diante do Ituano, mas desta vez fora de casa, em São Paulo.

– Ainda não conquistamos o acesso, falta bem pouquinho. A gente vai ter semana de muito trabalho, somente amanhã eles têm folga, para descansar e curtir esse momento. Mas na segunda estaremos completamente compenetrados para confirmar o que estamos fazendo. Desde que cheguei acreditava muito. Temos grupo completamente comprometido, muito unido. Falta muito pouco para alcançar objetivo – repetiu Jorginho.

O treinador do Vasco elogiou todo o grupo e fez questão de citar o zagueiro colombiano Quintero. Titular no início da Série B, o jogador tem dividido com a comissão técnica percepção sobre as partidas. Jorginho agradeceu a contribuição.

– Todos são protagonistas, aqueles que entraram, os que iniciaram, os do banco. Muitas vezes em algumas oportunidades os jogadores não entram, mas vibram, organizam a equipe. É o caso do Quintero, ele é um líder nato. Tem visão tática interessantíssima, está sempre conversando com Joelton, com Emílio (Faro). Quero parabenizar todos os atletas por acreditar que o Vasco é o time da virada, o time do amor. Precisava ser dessa forma. Mas não alcançamos ainda nosso objetivo. Falta pouco para que isso realmente aconteça – afirmou o técnico.

Elogios aos reservas

“A gente foi bem ousado nas mudanças”. Dessa maneira Jorginho definiu as substituições para o segundo tempo. O treinador explicou uma a uma as mudanças na coletiva de imprensa. Primeiro, tratou da dificuldade do Vasco contra o esquema tático do Criciúma.

– Primeiro procuramos organizar a equipe de forma que a gente pudesse superar o 4-3-3 deles na marcação. Eles estavam muito aplicados, é um time muito bem treinado pelo (Claudio) Tencadi. Estava fazendo com que nossos laterais recebessem o primeiro passe, mas eles tinham dificuldade no domínio orientado, como a gente diz, o domínio para frente, para facilitar. Acabamos tomando o gol num lance que a gente observou o Criciúma trabalhar essa bola, num cruzamento na área, a gente precisava ser mais efetivo na marcação, principalmente nas jogadas laterais do Criciúma. A gente melhorou nisso no segundo tempo – avaliou Jorginho.

O treinador revelou que saiu para o intervalo já engatilhando uma das mudanças, a saída de Yuri Lara para a entrada do chileno Palacios, que foi muito elogiado por Jorginho.

– Conversamos com os atletas em relação aquilo que eles têm feito, aquilo que eles não têm desistido. Lembrei do jogo contra o Operário, quando tivemos virada fantástica. E esse seria uma grande oportunidade dentro da nossa casa, que a gente precisava ter equilíbrio emocional muito grande. Falei isso antes do jogo. Falei no intervalo. E a gente fica realmente muito feliz por ter acontecido. Os jogadores que entraram, a gente já foi bem ousado nas mudanças. Coloquei Figueiredo na lateral direita, coloquei um meia como um volante, o Palacios, que deu tom diferente ao jogo. É realmente um jogador muito qualificado, totalmente diferente do Yuri. A gente sabe que o Yuri é um guerreiro, ele tem jogado de certa maneira no sacrifício. Ele tem sentido algumas dores no púbis, ele tem sido muito corajoso e macho mesmo para jogar. A gente agradece a ele por isso. Já descendo no vestiário, na saída do primeiro tempo, falei para ele: “a gente precisa mudar”. Ele falou: “Você está certíssimo, professor”. O que foi muito bom. Então, o Palacios deu esse toque diferente e a mudança e a entrada do Tubarão, jogador que vai por dentro, que é muito bom no um contra um, deu essa possibilidade do nosso time. Conseguimos construir mais.

Sobre Fabio Gomes, Jorginho fez questão de citar notícia publicada durante a semana.

– É bom relatar a questão do Fabio. Fiquei sabendo, embora eu não veja quase nada, não leio, procuro focar no meu trabalho, mas fiquei sabendo que saiu uma lista de jogadores que não estavam nos planos para o próximo ano. Assim, se o Fabio foi contratado para esse momento, ele fez por onde o que ele recebe e o contrato que ele recebeu. Ele fez com que o Vasco desse grande passo para o nosso acesso. Artilheiro é feito disso, é feito de gol, de presença na área. Jogador grande, a gente sabia disso. A gente tomou decisão importante de levá-lo, mesmo em alguns momentos ele não indo tão bem. Ele havia tido duas oportunidades comigo, essa foi a terceira oportunidade e ele fez o que o atacante precisa fazer. Cara importante, cara de área.

Também explicou detalhadamente a substituição de Gabriel Pec, que entrou no lugar de Eguinaldo:

– A entrada do Pec foi no momento exato. Tentamos Eguinaldo por dentro, Eguinaldo por fora, mas o Pec é um jogador importante, ele dá muita profundidade, jogador extremamente veloz e a gente precisava mudar um pouco. Com a entrada do Fabio a gente precisava de bola na área. Ele entrou pelo lado esquerdo, ele naturalmente entendeu que era para procurar o Fabio na área. E foi exatamente o que aconteceu, na perna boa dele cruzou para o gol do Fabio. A gente se alegra com isso, mas não conquistamos ainda o acesso. Falta um pontinho para a gente não depender de ninguém. A gente fica feliz, hoje estamos em segundo lugar. A gente sabe que o Grêmio ainda vai jogar e pode ultrapassar a gente, mas ficamos felizes do que está acontecendo até agora – lembrou o técnico do Vasco.

Mais da coletiva de Jorginho

Duelo tático

– A gente havia tomado o gol e a gente não estava se encontrando no jogo. E fica muito difícil você mudar a postura tática ou a nossa pressão naquele momento pós-gol deles. A gente baixou a nossa linha de marcação, porque estava Eguinaldo entre os dois zagueiros. Mas a minha maior preocupação, sinceramente, era não levar o segundo gol. Porque sabia que poderia a nossa postura com conversa no vestiário. Foi o que a gente fez. Basicamente com marcação homem a homem, eles não saíram mais jogando. Foi essa a vantagem deles desde o início, porque a gente estava em inferioridade numérica, sempre 2 para 1. A gente estava marcando no 4-2-3-1 e a gente não estava conseguindo nesses três homens por trás do Eguinaldo encaixar a marcação. Eles foram inteligentes, empurraram os dois laterais e dificultou muito para os nossos pontas, Marlon e Figueiredo. No momento em que decidimos a marcação homem a homem, e para isso tem que ser corajoso, costumo fazer isso em outras equipes, mas às vezes não faço aqui por uma característica nossa, como tem o Nenê, o Alex Teixeira, que não são jogadores extremamente velozes para fazer essa marcação homem a homem. Mas a gente precisava arriscar e fizemos isso. A coisa deu muito certo. A gente começou a ter controle maior do jogo, mesmo que eles tenham tido algumas oportunidades. Por isso preciso ressaltar a importância do Thiago Rodrigues. Pela presença dele tirando totalmente o ângulo do atleta. Fomos eficazes, conscientes, corajosos, muito mais organizados no segundo tempo e isso se dá porque os jogadores entenderam a nossa formação no segundo tempo. O time era realmente um time mais construtor do que o primeiro tempo, por característica normal, que a gente sabe. O Palacios deu toque diferente, toque de início de jogo, na qualidade da construção de jogo, realmente facilitou muito nosso segundo tempo.

“Não vou deixar eles relaxarem de jeito nenhum”

– Manter o foco e frear a euforia. A gente não pode contar com dois pontos do julgamento contra o Sport. Temos 59 e a gente está muito próximo, mas ainda não alcançamos. A gente só vai confirmar isso no momento que a gente cravar a pontuação. A gente vai jogar antes do Ituano, não sei o que a CBF vai fazer, se vai colocar tudo no mesmo horário. Mas, independentemente de qualquer situação, o que eu quero é foco total. Não vou deixar eles relaxarem de jeito nenhum. É proibido aqui no Vasco relaxar. A gente tem que sacramentar isso no próximo jogo.

Psicológico para próximo jogo

– Essa é a vantagem de não termos apenas jogadores jovens e até certo ponto ainda imaturos em relação a isso. Temos jogadores que já passaram por situação semelhante, então trazer para os jogadores sempre responsabilidade deles. Eu cobro, mas digo que tem coisas que não preciso cobrar. Jogador chega atrasado? Ele tem que se cobrar. Anderson Conceição tem que cobrar, Edimar tem que cobrar, Léo Mattos tem que cobrar, Quintero tem que cobrar. E gosto de falar do Quintero porque ele é um jogador sensacional. Jogou primeiro jogo comigo, segundo jogo ficou no banco e não tem entrado mais. Ele está presente. Jogador muito inteligente. Esses que vão me ajudar no dia a dia, nesses três dias para o jogo de quinta-feira. Eles têm esse compromisso, esse comprometimento com esse objetivo de chegar ao acesso.

Valorizar grupo de trabalho

– Já trabalhei com alguns grupos sensacionais também. Muito comprometidos, agora mesmo, passei um tempo no Atlético-GO, grupo completamente comprometido com o objetivo. Mas o ambiente aqui no Vasco é algo assim sensacional. Grupo de trabalho, de profissionais dedicados, ao nosso redor, além de Joelton e Bebeto, que vieram comigo. Quando a gente senta para conversar sobre a parte técnica, tática e comportamental, eu sento ali com o Húngaro, com Emilio, Celsinho e o próprio Daniel, da parte física, com o Brazil, com o Paulo Bracks, a gente está tão junto e nem parece que temos quase dois meses de trabalho só. A gente dá tanta risada todos os dias após o treinamento, a gente fica resenhando, batendo papo, fazendo um feedback do que a gente viu no treinamento, então isso é exatamente igual com os jogadores. O ambiente é muito bom. Não é porque ganhamos de virada, mas é verdade. O ambiente é muito bom. Tudo isso contribui para que a gente chegue ao nosso objetivo.

Fonte: Globo Esporte

1 comentário
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    estão falando que que o esport clube pode ganhar os três pontos contra o Vasco isso que aconteceu sempre com o Vasco eles sempre faz o errado vira certo contraVasco.

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