Há 17 anos, Vasco vencia o Grêmio de virada no Sul; herói da vitória relembra jogo

Você lembra qual foi a última vez que o Vasco bateu o Grêmio em Porto Alegre? Muito se falou ao longo da semana sobre a dificuldade deste confronto para o time carioca, que nunca venceu na Arena do Grêmio, inaugurada em 2012. O último triunfo foi ainda no Estádio Olímpico, há 17 anos. Com um herói improvável.

Em maio de 2006, o Vasco vencia o Grêmio pela última vez no Rio Grande do Sul. Semifinalista da Copa do Brasil, o time carioca poupou os titulares e foi com nove reservas a Porto Alegre.

Depois de começar perdendo, com gol de Patrício aos 3 minutos do primeiro tempo, o Vasco empatou com Éder, três minutos depois, em posição irregular. Alberoni, aos 38 da etapa inicial, contou com a sorte para garantir a vitória.

O gol de Alberoni foi chorado. Dentro da área, o volante deu passe para o meio, e o zagueiro Pereira tentou o corte, mas desviou para a própria meta. O árbitro Cleber Wellington Abade ajudou na súmula e assinalou o meia do Vasco como autor do gol. Foi o único gol dele pelo clube naquela temporada, em que disputou sete jogos. Momento que o ex-atleta guarda vivo na memória.

– Com certeza foi um dos dias mais felizes da minha vida. Já havia feito gols pelo clube, mas na base. Nesse dia enfrentávamos uma grande equipe e com o Olímpico lotado. O que nos fez vencer foi a enorme dedicação e confiança que tínhamos no grupo, mesmo com um time bastante modificado. Além disso, éramos treinados por um ídolo do adversário e que nos motivou bastante sobre o quanto seria importante para ele vencer – recordou o ex-jogador ao ge.

O ídolo em questão será novamente personagem do confronto deste domingo, às 18h30, na Arena do Grêmio. Técnico do Tricolor, Renato Gaúcho treinava o Vasco em 2006. Alberoni lembrou o que o comandante fez para motivar os jogadores antes da vitória no Olímpico. Resultado que ele quer ver se repetir agora.

– O Renato, famoso “gol de barriga”, como chamávamos, sempre foi um cara sensacional. Viveu tudo de vestiário e do dia a dia do futebol. Sabia exatamente como motivar o elenco, obviamente com a gigante ajuda do Alexandre Mendes. Lembro que antes da partida ele falou: “Querem chegar no Rio e ir no pagode com aquela garotinha? Se não entrarem ali e ganharem, elas não vão querer! Vão lá e atropelem eles”. Torço muito para que se esqueçam do meu gol após o jogo, pois será uma indicação de que vencemos e acabamos de vez com qualquer chance de rebaixamento.

O Vasco vinha de um 2005 ruim, mas performou bem em 2006, depois de um Campeonato Carioca abaixo do esperado. Chegou à final da Copa do Brasil, quando foi derrotado pelo rival Flamengo, e quase conseguiu vaga na Libertadores de 2007 ao terminar o Brasileirão em sexto lugar, com 59 pontos.

– O nosso grupo era uma mistura de jogadores experientes, galera da base e atletas buscando o seu espaço no cenário nacional. Isso nos fazia mais fortes. Era de Ramon Menezes, ídolo vascaíno, a Alberoni, promessa da base. Eu amo o Vasco, pois foi esse clube que me fez ser a pessoa que sou hoje. Não tinha como não dar a vida pelo time. E até hoje o sentimento é o mesmo. Acho que todo o grupo naquele ano incorporou esse espírito. Era claro o nosso empenho – concluiu Alberoni.

Cria do Vasco, Alberoni foi revelado em 2002, temporada em que mais atuou na carreira, com 13 jogos. Era considerado uma promessa do clube e da geração. Ao lado de Diego, do Santos, era titular da seleção brasileira sub-17. Voltou a São Januário em 2006 depois de rodar por clubes nacionais e internacionais, como Barcelona, Inter de Milão e Independiente, da Argentina.

O volante não ficou no Vasco para o ano seguinte. Deixou o clube ao fim de 2006 e depois passou por Botafogo e clubes de menor expressão até encerrar a carreira no ASA de Arapiraca, em 2011. Hoje, o ex-jogador é sócio da Vision Sporting Group, empresa que atua na gestão de carreira de jovens atletas.

Fonte: Globo Esporte