Finanças do Vasco estão em alerta ‘amarelo, quase vermelho’, aponta estudo

Relatório mostra o estado atual de saúde financeira de clubes da Série A, além de revelar expectativa para o futuro da gestão dos clubes.

Pedrinho em entrevista coletiva
Pedrinho em entrevista coletiva (Foto: Dikran Sahagian/Vasco)

Um novo relatório sobre a saúde financeira dos clubes de futebol brasileiro lança luz sobre realidades bastante distintas entre as equipes da elite nacional. Enquanto alguns acumulam dívidas preocupantes e operam no limite, outros adotam modelos sustentáveis e colhem os frutos de uma administração equilibrada.

Foi o que revelou o “Convocados 2025”, produzido pela Convocados Gestora de Ativos de Futebol em parceria com a OutField Inc., com patrocínio da Galapagos Capital.

Em entrevista ao CNN Esportes S/A, Joel La Banca, sócio e diretor da Galapagos Capital, e Pedro Oliveira, cofundador da OutField, explicam os dados apresentados no estudo.

“O Corinthians é um dos que mais preocupa. O Inter também é um clube que se alavancou bastante recentemente, sobretudo investindo em elenco com os recursos vindos do investidor”, explicou Pedro.

“Entre os principais clubes do Brasil, além do Corinthians, os faróis amarelos — quase vermelhos — também se acendem para Inter, Santos e Vasco da Gama”.

Segundo o estudo, o impacto significativo nas contas do Santos aconteceu após o impacto da queda para a Série B em 2023. O clube precisou aumentar suas dívidas para retornar rapidamente à elite. “A gente sempre fala que a prioridade é se manter na elite, para evitar uma nova queda brusca de receita”, destacou Oliveira.

Gestões equilibradas ganham destaque

No outro extremo do espectro, além de Palmeiras e Flamengo, o relatório destaca Fortaleza e Bahia como exemplos consistentes de gestão eficiente. O time cearense é frequentemente citado por sua administração qualificada, enquanto o Bahia colhe resultados da parceria com o Grupo City.

“O Fortaleza é um exemplo repetido, com uma gestão bastante qualificada. O Bahia é outro caso positivo, com um investidor estratégico que já fez isso em vários mercados, entrando, investindo, reduzindo endividamento e começando a gastar mais com atletas. Olhando para o São Paulo, vemos um processo desafiador, mas o clube vem conseguindo manter aquilo que almeja em termos de reorganização interna e pagamento de dívidas. Ele começa a trilhar o caminho que Palmeiras e Flamengo já seguiram. Tem também o Red Bull Bragantino. Outros clubes de diferentes regiões do Brasil estão fazendo trabalhos interessantes”, acrescentou.

Sinais positivos

Apesar dos desafios, há sinais positivos no horizonte. A tendência é de crescimento contínuo das receitas, impulsionado por acordos com casas de apostas — formalizados após a regulamentação do setor — e pela expansão das receitas B2C, como bilheteria e programas de sócio-torcedor.

“A tendência é que as receitas continuem aumentando. Até porque já temos um crescimento praticamente contratado com os patrocínios das empresas de apostas. Muitos dos grandes contratos foram assinados no fim do ano passado, após a regulamentação. Então, 2025 já deve registrar os 12 meses completos com efeito das casas de apostas. Além disso, o mercado brasileiro vive um momento interessante de crescimento nas receitas B2C — bilheteria e sócio-torcedor. O Brasil deu um salto significativo de 2022 para 2023, e repetimos esse salto de 2023 para 2024. Isso mostra que estamos conseguindo rentabilizar melhor a relação entre torcedor e clube, o que deriva de um tratamento melhor ao fã no estádio e no consumo de produtos do clube”, explicou o cofundador da OutField.

Venda de atletas

A venda de atletas, por enquanto, segue como uma das principais fontes de renda dos clubes, representando cerca de 25% da receita total.

“A tendência é que isso continue crescendo. E a venda de atletas segue sendo uma parte fundamental. O Brasil é o grande celeiro do mundo em formação de jogadores. Claro que esperamos que essa curva comece a se inverter em algum momento, mas hoje, sem dúvida, ela representa quase 25% da receita dos clubes. É natural que continue assim por um tempo”, explicou Oliveira.

No entanto, o relatório faz um alerta importante: o crescimento de receitas não é suficiente para compensar gestões irresponsáveis. A necessidade de uma reestruturação profunda é urgente.

“Se nada mudar, em quatro ou cinco anos, vamos ter problemas graves. Mas, sendo otimista, com a formação da liga, o fair play financeiro, a entrada de novos investidores e interlocutores, a tendência é de melhora”, finalizou.

Fonte: CNN

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