Ex-Vasco, Jadson tem bonita história de superação e faz sucesso na China

Com uma rápida passagem pelo Vasco da Gama em 2020, o zagueiro Jadson tem feito muito sucesso jogando no futebol chinês.

Jadson defende o Shandong Taishan, da China
Jadson defende o Shandong Taishan, da China (Foto: Divulgação/ Shandong)

Há cerca de dez anos, quando trabalhava como auxiliar de pedreiro, de segunda a sexta, enquanto tentava a vida no futebol de várzea nos fins de semana, o zagueiro Jadson Cristiano, ex-Vasco, chegou a pensar em desistir da carreira.

Hoje, o atleta afirma viver seu auge no Shandong Taishan (antigo Shandong Luneng) e se prepara para iniciar a segunda temporada na China, após conquistar três títulos em seu primeiro ano na Ásia, marcando até gol decisivo em final de campeonato.

– A última temporada foi muito especial para mim. Pude conquistar três títulos em apenas um ano, algo que eu nunca tinha realizado, e também marcar quatro gols em apenas 14 partidas pelo Shandong. Acredito que 2021/22 foi o auge da minha carreira até aqui – disse o jogador.

Após passagem pelo Wuhan Three Towns no início de 2021, onde participou da conquista da segunda divisão chinesa, o zagueiro chegou ao Shandong Taishan, um dos principais clubes da China. Lá, ele foi campeão da Superliga Chinesa e da Copa da China, fazendo gol na decisão do segundo torneio.

Aos 30 anos, Jadson celebra o auge da carreira, mas não esquece das dificuldades que passou há cerca de dez anos, quando se mudou do Rio Grande do Norte para o Rio de Janeiro em busca de oportunidades. Na época, o zagueiro teve que alternar trabalho como ajudante de pedreiro de segunda a sexta com o futebol de várzea nos fins de semana.

– Trabalhei por cerca de dois anos como pedreiro. Foi um período muito complicado, trabalhava o dia inteiro para ganhar uma quantia que era difícil para o meu sustento e de minha esposa, que se mudou ao Rio de Janeiro comigo. Eu conseguia atuar no futebol de várzea apenas aos fins de semana – lembra o zagueiro, que completa.

“Com estas dificuldades, pensei em desistir por diversas vezes, mas agradeço demais à minha esposa, ela foi uma das minhas principais incentivadoras para eu seguir lutando”

Após atuar no futebol de várzea, Jadson Cristiano disputou torneios de futebol de 7 pelo Boavista, do Rio de Janeiro. O zagueiro de destacou numa partida contra o Bahia, que contava com Edilson Capetinha, e foi convidado para atuar no América-RJ, onde deu início a sua carreira profissional aos 23 anos.

Após atuar por América e Bonsucesso no futebol do Rio de Janeiro, Jadson se transferiu para o Portimonense, de Portugal, onde foi campeão da segunda divisão em 2016/17. Antes de ir para a China, o zagueiro teve curta passagem pelo Vasco, momento que leva com muito orgulho.

– Carrego com muito orgulho a oportunidade de ter defendido o Vasco. Dos cinco jogos em que atuei, o clube venceu três e empatou dois. Sinto que fiz boas partidas. Tínhamos um elenco bom, mas naquele ano o clube acabou sendo rebaixado para a Série B do Campeonato Brasileiro – lembrou Jadson.

– Vi que meu sonho começou a se tornar realidade quando comecei a me destacar no Fut7, onde recebi o convite pra ir fazer teste no América, em 2014. Hoje, vemos meninos de 17 anos, com toda a base trabalhada, jogando no profissional. Eu me profissionalizei com a idade avançada, com apenas aquilo que eu sabia, sem ter feito base. Acredito que tive que me dedicar ainda mais para reconquistar este “tempo perdido” – disse.

Há um ano na China, o zagueiro se considera adaptado. No Shandong Taishan, onde atua junto com os brasileiros Moisés, ex-Palmeiras, e Léo Souza, ex-Santos, Jadson se prepara para iniciar a nova temporada.

O início no continente asiático tinha tudo para ter sido conturbado por conta da Covid-19, mas ele agradece ao atacante Ademilson, ex-São Paulo, que ajudou na adaptação.

– Cheguei ao Wuhan no início de 2021, no auge da pandemia. Tive um pouco de receio, por conta de minha saúde e da família onde era o epicentro do Covid-19, mas enxerguei a chance de mudar a minha carreira. Consegui me adaptar muito rápido. O Wuhan contava com o brasileiro Ademilson, que ajudou na minha chegada por lá. Ele foi fundamental para eu performar da melhor maneira possível na equipe.

Brasileiros como Gil, Diego Tardelli, Roger Guedes, Obina e Vágner Love já aturaram pelo Shandong, que é o segundo maior campeão da Superliga Chinesa, com quatro conquistas. A partir do início de abril, a equipe de Jadson Cristiano inicia a disputa da nova temporada.

Fonte: Globo Esporte

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