Entrevista coletiva de Fernando Diniz após o jogo contra o Botafogo

Fernando Diniz admitiu que o Vasco da Gama não subirá para Série A nesta temporada e reconheceu o direito da torcida ficar irritada.

Fernando Diniz durante o clássico contra o Botafogo
Fernando Diniz durante o clássico contra o Botafogo (Foto: André Durão)

A goleada por 4 a 0 para o Botafogo em São Januário praticamente acabou com as chances do Vasco de subir para a Série A do Campeonato Brasileiro. A quatro rodadas do fim da Série B, o time é o 9º colocado com 47 pontos, oito a menos que o quarto, o Goiás. Apesar de ainda haver possibilidade matemática, mesmo que remota, o técnico Fernando Diniz “jogou a toalha” sobre o acesso, em entrevista coletiva pós-jogo dada ao lado do gerente de futebol Alexandre Pássaro:

– É um dia extremamente triste. Vim com um desejo muito grande. Não vim para a Série B, vim para o Vasco, clube gigante. Desde que cheguei aqui fui muito bem acolhido. As pessoas trabalharam muito para conseguir o acesso. Não faltou coragem, não faltou interesse – podem ter faltado outras coisas. Todos erramos, eu errei.

– Semana passada estávamos aqui ganhando do Coritiba. Tivemos a chance de ganhar contra o Náutico. Teve CSA, Guarani e agora o Botafogo. Até o dia de hoje sempre tivemos a chance muito acesa em trazer o Vasco para a Série A de novo. Infelizmente não conseguimos. Mas o Vasco vai voltar para a Série A. Merece.

Diniz também disse que os vascaínos estão no direito de ficarem tristes e reclamarem pelo momento do clube. Houve muitos protestos na tarde deste domingo em São Januário, com direito a copos e latas jogadas no gramado e empurra-empurra entre torcedores e seguranças nas arquibancadas.

– A torcida está extremamente irritada, infeliz, triste e com todo direito. Temos que saber absorver tudo aquilo que vem de fora e o torcedor vascaíno merece dias melhores. O lugar do Vasco é na Série A, não na Série B.

Confira mais declarações de Fernando Diniz:

Elenco mal montado para a Série B?

– Depois que as coisas acontecem a gente fica conjecturando. Falei dede o início, quando cheguei, que o elenco do Vasco foi muito bem montado. Temos que fazer a análise, quem está fazendo a crítica agora, quando foi montado lá atrás, no começo. Eu não estava aqui, mas a visão de todo mundo do meio do futebol é que o Vasco subiria com o elenco que montou, era o principal favorito. Só que futebol não tem certezas. As coisas, infelizmente, não aconteceram. Cheguei aqui e tínhamos chances de subir.

Opção por Zeca na esquerda na ausência de Riquelme

– O Zeca, embora seja destro, jogou e se destacou, foi campeão olímpico como lateral-esquerdo. Nós tínhamos como laterais Zeca, Riquelme, Tenório e Léo Matos. Eu procurei os melhores jogadores. Como achei que a zaga nesse momento, com a saída do Miranda, tinha que ser montada com dois canhotos – tinha jogador destro para botar. Poderíamos subir um garoto da base. Mas o Zeca veio para jogar de lateral-esquerdo e o reserva dele seria o Riquelme. Achei que os dois tinham que ser titulares nesse momento, então coloquei o pé canhoto, Riquelme, na esquerda, e trouxe o Zeca para a direita. O natural, talvez, os outros treinadores que passaram aqui, fosse colocar o Zeca na esquerda e trazer o Léo Matos como titular. Mas não é porque o elenco foi mal montado. Tínhamos dois laterais-direitos, o Tenório da base e o Léo Matos jogando. Do outro lado, um mais experiente, o Zeca, e um jovem, o Riquelme. E tinham peças no time.

Mais sobre erros na temporada

– Depois que as coisas acontecem, a gente fica querendo achar muito culpado. Tem coisas a corrigir? Tem. Todo mundo errou. Eu cheguei e tenho minha contribuição, errei, junto com todo mundo. E daqui para frente é procurar ver aquilo que teve de acerto e corrigir o que teve de errado.

Está no projeto do Vasco para 2022?

– Ainda não teve nenhuma conversa nesse sentido. Eu estava totalmente focado. As chances matemáticas praticamente não existem, então é um outro cenário. Mas não conversei com ninguém ainda. Eu tenho que trabalhar todos os dias e se for da vontade do Vasco, vamos conversar. Não é o momento agora de conversar isso, mas o Vasco vai ter que começar a pensar, de fato, no ano que vem.

Time tinha melhorado na sua chegada. O que aconteceu?

– Muito difícil explicar o que aconteceu a partir do jogo do Náutico. Naquele jogo, embora tivéssemos aberto 2 a 0, já não estávamos fazendo uma boa partida. O que tínhamos que ter feito? Aproveitado melhor aquele momento. Já contra o Sampaio Correia foi um jogo que não podíamos nos dar ao luxo de perder. Ec contra o Náutico, tínhamos que ter segurado a vitória, independentemente se estávamos jogando bem ou mal. Então foram acumulando algumas coisas, o Nenê foi suspenso no jogo seguinte, contra o CSA estávamos jogando uma partida que não fomos, mas eles estavam fazendo cera, estávamos mais perto de fazer o gol do que de tomar, mas tomamos o segundo e o terceiro. E contra o Guarani foi aquela história, tivemos uma bola para decidir, o pênalti, não fazemos e ainda tomamos o gol de contra-ataque. E hoje começamos os primeiros dez primeiros minutos, como foi contra Coritiba e Goiás, parecia que faríamos o primeiro gol, iríamos emplacar uma grande tarde, o time daria alegria ao torcedor e manteria acesa a chama. Mas em um escanteio nosso tomamos um gol, logo em seguida tomamos o segundo, veio a expulsão e as coisas fugiram completamente do controle e tivemos uma partida muito ruim e um placar desastroso.

Problemas do time

– É muito difícil você apontar um motivo ou por quê. Trabalhamos muito para corrigir os problemas. Tínhamos corrigido a bola parada, praticamente não sofríamos com isso, mas fomos tomar um gol hoje. Trabalhamos incessantemente para corrigir os defeitos que fomos identificando. Mas ainda assim foi insuficiente para subirmos.

Psicológico do Vasco foi abalado durante a competição?

– Sobre o aspecto emocional do Vasco no começo da competição, eu não estava aqui. Depois da minha chegada, tivemos duas oportunidades grandes, a primeira logo quando chegamos, os dois empates em que merecíamos a vitória, contra CRB e Cruzeiro, depois tivemos a sequência de vitórias que poderíamos ter estendido e que culiminaria mais à frente com o acesso à Série A. Depois tivemos o jogo contra o Sampaio Corrêa, retomamos contra Coritiba e Náutico, e tivemos outra chance de poder avançar e ficar muito perto do acesso e não soubemos aproveitar. Nesses dois momentos estivemos fortes e a torcida veio junto. Infelizmente não soubemos aproveitar os momentos favoráveis.

Mais um ano de Vasco na Série B, assim como Cruzeiro

– Os fatores dos clubes grandes terem tido, com uma certa frequência, visitado a Série B são inúmeros. O que acho que vejo no Vasco com o presidente Jorge Salgado é uma chama muito viva de esperança, de fazer bem ao Vasco. Às vezes achamos que, quando o resultado esportivo não acontece imediatamente, queremos demonizar o que foi feito de correto. Mas vejo muitos acertos no presidente. O conheço há muito pouco tempo, mas é um cara muito sério, inteligente e corajoso. E os clubes que fizeram a lição de casa, fizeram pelo mesmo caminho que o sr. Jorge Salgado está fazendo no Vasco. Confio muito nele como pessoa, como gestor, como figura de alta inteligência e tenho muita convicção de que entregará o Vasco muito melhor do que pegou.

Fonte: Globo Esporte

1 comentário
  • Responder

    Não tem direito de falar escalou mal o time colocando esse bosta perna de pau Leo matos o cano jogando mal perdendo pênalti e o Daniel Amorim no banco o Sanches no banco tu és ruim Diniz fora pássaro fora salgado safado corrupto

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