Entrevista coletiva de Alexandre Grasseli após o jogo contra o Flamengo

O técnico interino Alexandre Grasseli analisou a atuação do Vasco da Gama contra o Flamengo e exaltou a luta dos jogadores.

Alexandre Grasseli durante entrevista após o clássico
Alexandre Grasseli durante entrevista após o clássico (Foto: Reprodução)

Após a demissão do técnico Ramon, coube a Alexandre Grasseli, treinador do Sub-20 do Vasco, a responsabilidade de comandar o time no clássico contra o Flamengo, neste sábado, em São Januário. E a equipe acabou sendo derrotada de virada por 2 a 1 para o rival na partida válida pela 15ª rodada do Campeonato Brasileiro. Na coletiva pós-jogo, Grasseli destacou o espírito de luta dos jogadores, mas reconheceu que é preciso “algo mais”:

– Claro que o resultado não foi o melhor. Todos nós, jogadores, direção do clube, tínhamos intenção clara de uma vitória. E isso aconteceu desde a nossa chegada, no treino que tivemos, no contato com os atletas e no decorrer até o jogo. Acredito que houve luta. Evidentemente isso é pouco. Temos que buscar os três pontos. Devemos valorizar tudo aquilo que fizemos de positivo, mas certamente temos que buscar mais, principalmente no que se refere a somar três pontos, a ganhar e a vencer.

Grasselli teve apenas um treino para montar o time que levaria a campo neste sábado. Após o pouco tempo para preparar a equipe, o treinador fez um balanço da atuação do Vasco no clássico:

– Percebi desde o primeiro minuto que o Vasco tinha uma intenção clara, baseada em um padrão de jogo que definimos no único treino que fizemos. Foi uma apresentação com altos e baixos. Momentos de muita lucidez, de um jogo até certo ponto seguro. E outros momentos de muita instabilidade, que eu vejo que, de certa forma, é até natural.

O Vasco saiu na frente, levou a virada e chegou a empatar com Cano. Mas o gol foi anulado após análise do VAR, que identificou impedimento de Parede, autor do passe, na jogada, em um lance milimétrico. Grasseli evitou polêmicas com a arbitragem.

– Na nossa posição no campo é difícil de identificar. A informação que eu recebi foi de impedimento. O Parede estava fora de jogo. Mas, enfim, discutir arbitragem é algo complicado. O que temos que analisar é que foi um lance de muita lucidez do Vasco e que chegamos ao gol. Entrou o que está em vigor, que é o VAR, e fez seu trabalho. Mas, acima de tudo, tivemos a possibilidade de criar uma boa situação de gol e isso me deixa muito feliz em relação aos jogadores, a esse momento de inspiração, de jogo ofensivo, que foi o que buscamos desde quando chegamos.

Com o resultado, o Vasco chega a cinco jogos sem vencer no Brasileirão (1 empate e 4 derrotas). Estacionado nos 18 pontos, o time está na 10ª posição, mas, no pior dos cenários, pode perder até quatro posições ao fim da rodada.

Confira mais respostas de Alexandre Grasselli:

Entrega dos jogadores

Percebi uma entrega individual de cada atleta, o querer de cada atleta, no sentido de buscar a vitória. Mas sabemos que os detalhes em jogos tão competitivos, de tão alto nível, como foi o jogo de hoje, podem fazer uma grande diferença.

Ideia de jogo com a bola…

Fizemos um treino e foram publicadas muitas coisas a respeito desse treino. Temos que usar cada momento para criar uma conexão com os atletas, para entender o ambiente. Mas tivemos uma ideia muito clara de trazer o Talles para dentro, encostar um pouco mais no Cano. Percebi nos jogos que vi que o Cano estava muito isolado. Acredito que isso, de alguma forma, funcionou. Deu também ao Talles, que tem um talento muito grande, a possibilidade de um jogo mais versátil, mais solto. Ganhamos com a boa partida do Carlinhos pela direita e do Benítez pela esquerda. Era essa a intenção, de uma linha de quatro ofensiva, quando o Vasco tinha a bola. Com liberdade ao Tenório e ao Henrique também, para fazerem o apoio, e uma segurança por dentro com o Andrey e o Marquinhos.

…e sem a bola

Quando estávamos sem a bola, principalmente no 1º tempo, alertei ao Cano e ao Talles que precisávamos mais de pressão na saída de bola do Flamengo, principalmente nos dois volantes, ora no Arão, ora no Maia. E isso deu um certo conforto. Mas tivemos momentos de instabilidade. A ideia que tínhamos era um modelo de jogo que pudéssemos valorizar o coletivo, o jogo próximo, a manutenção da posse de bola, chegar no campo adversário organizado. Concordo que tivemos um pouco de dificuldade. Andrey em certo momento ficou sobrecarregado em relação à saída de bola. Podíamos ter uma saída de bola mais controlada, um jogo apoiado… Mas do pouco tempo que tivemos, do pouco contato que tivemos, essa ideia de jogo, essa formação, alcançou os objetivos em nível tático.

Sequência de jogos sem vencer

Vencer é sempre bom. Hoje vimos um Vasco lutando, brigando pela vitória. Entendo que o clube tem uma semana para se organizar. Tenho certeza que nesta semana os jogadores entrarão em sintonia com relação ao que vem pela frente. Confio que o equilíbrio voltará. E é ele que dá confiança ao atleta, que dá confiança à equipe. O que o Vasco precisa desse momento é de confiança e equilíbrio, baseados em uma organização e um sentimento de fazer o melhor que percebemos que têm aqui.

Recado aos torcedores

Digo aos torcedores que fiz desse momento, um momento muito especial, o jogo da minha vida. E foi, realmente, o jogo da minha vida, de muita entrega. Recebi muito apoio do Siston, do Húngaro, que são duas pessoas do meu dia a dia. Viemos de coração aberto, com muita vontade de servir ao Vasco da Gama. Digo que esse momento foi realmente um privilégio. Ficará marcado para mim. Pela entrega que tivemos, por tudo que temos feito até agora, no Sub-20, no Vasco em geral, e hoje podendo dar uma ajuda, uma contribuição. Infelizmente os 3 pontos não vieram, vitória que os torcedores tanto cobram e com razão. Têm que cobrar mesmo, têm que estar lado a lado, sendo positivos, para que a reviravolta, a subida desse grupo, que acredito que acontecerá o mais breve possível, possa ocorrer. Meu muito obrigado aos torcedores pelo apoio. Recebi muito apoio. Esse ambiente traz muita felicidade e tranquilidade e um estímulo de continuar ajudando o Vasco.

Fonte: Globo Esporte

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1 comentário
  • Responder

    Fraco não teve ousadia, as mesmas conversas do Ramon, só não levou de goleadas, mas perdeu.

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