Brusque é uma cidade repleta de vascaínos, que certamente vão encher as arquibancadas do Estádio Augusto Bauer neste sábado, quando Brusque e Vasco se enfrentam pela 28ª rodada da Série B do Brasileirão. Em dias de jogo, o ponto de encontro desses torcedores são dois bares que capricham na decoração e têm até certa rivalidade.
A Vasco Brusque, na Rua Azambuja, e a Capitania União VasBrusque, que fica na João Schaeffer, chamam atenção pelos adereços que vão da maquete do estádio de São Januário à réplica do Cristo Redentor com a camisa vascaína (veja no vídeo abaixo). São refúgios para os torcedores do Vasco na cidade catarinense.
Neste sábado, por exemplo, os dois espaços estarão abertos desde cedo e estimam receber, somados, cerca de 200 vascaínos para acompanhar o confronto contra o Brusque. É só chegar para aproveitar o churrasco, tomar uma cerveja a encorpar o apoio ao time comandado por Emílio Faro, que precisa de um bom resultado para encaminhar um fim de Série B tranquilo – a equipe está em quarto, a quatro pontos do quinto colocado.
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– Nosso bar foi feito apenas para ver jogos do Vasco – explica Anderson Zeredo, um dos idealizadores do Vasco Brusque, que fica fechado no restante da semana.
– É uma cidade que gosta muito do clube, tem muito vascaíno. Tudo aqui é feito no amor, no carinho e na paixão porque a gente ama o Vasco mesmo. É um amor incondicional que temos por esse clube – acrescenta.
O bar foi fundado em 2009, ano da primeira vez em que o Vasco disputou uma Série B. Os amigos vascaínos precisavam de um espaço só para eles depois de tanto tempo reunindo-se no estabelecimento dos outros para assistir à partida. Eles alugaram um espaço e fundaram, então, o Vasco Brusque.
O negócio já funcionou em outros dois endereços antes do atual. “Agora pretendemos ficar muito tempo, aqui é muito bom”, afirma Alessandro Dalcastagner, um dos diretores. O bar tem a cruz de malta espalhada por todos os cantos e um painel com fotos de ídolos do clube, dos antigos aos mais recentes.
– Temos até que tirar essa foto do Cano daí – pragueja Alessandro ao olhar foto do atacante argentino que defendeu o Vasco por dos anos. – Está metendo um gol atrás do outro no Fluminense.
O Vasco Brusque tem sete membros na diretoria: Leandro Viana, Vaulney Chaves, Valmir Raimondi, Charles de Pinho e Rolsaod Schmidt fazem parte ao lado de Anderson e Alessandro. O trabalho é voluntário, sem o objetivo de obter lucro. Eles querem apenas arrecadar o suficiente para cobrir as despesas mensais, em torno de R$ 2 mil, e assistir aos jogos do Vasco.
Bar do Vasco e a rivalidade
A Capitania União VasBrusque, também conhecido apenas com Bar do Vasco, foi inaugurado mais recentemente, em 2019. Logo assim que nasceu, o bar recebeu do Vasco o certificado de 1ª Capitania do clube, que é um projeto lançado na gestão de Alexandre Campello para fortalecer a marca do clube no Brasil e no mundo – já existem outras espalhadas pelo país e há uma até em Portugal.
Fundador do local, Marcolan Batista fez parte da primeira leva da diretoria do outro bar, o Vasco Brusque. E é aí que nasce a desavença. “A rivalidade é maior entre a gente do que com o Flamengo”, brincou um dos torcedores. Eles acham que houve interesse político na escolha do selo de Capitania, mas Marcolan desconsidera.
– A gente aqui fazia muita ação solidária. Era Natal solidário, campanha de alimento, do agasalho… A gente fez um “costelaço” para arrecadar dinheiro para o CT do Vasco – lembra Marcolan.
– Paralelo a isso, o Vasco viu o nosso engajamento, nossas ações sociais e nos ofereceu o posto de Primeira Capitania do Vasco, o que é um motivo de orgulho, mas também temos uma responsabilidade na mão – completa.
O Bar do Vasco é situado num imóvel de dois andares – na parte de cima, está sendo construído um hostel. O espaço amplo é repleto de representações vascaínas, como fotos de ídolos, a taça da Libertadores, o busto do almirante… Foram investidos aproximadamente R$ 250 mil para deixá-lo como está hoje.
De 80 a 100 pessoas assistem aos jogos do Vasco no bar, em média. Mas já houve ocasião com quase 300 torcedores no local. “E a gente é voluntário, acaba largando família, trabalho para poder suprir a demanda”, lembra Marcolan.
O movimento é bom, embora o Bar do Vasco só abra em dia de partida. Além do dinheiro dos eventos, o local também se sustenta com a mensalidade paga por cerca de 100 sócios. E não para de crescer, comemora Marcolan.
– Eu sempre digo que a torcida do Vasco tem que ser estudada, a gente lota até na Série B. Essa semana tive uma reunião com a diretoria e falei: imagina como vai ser com o Vasco na Série A…
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