De software ao delivery de gelo; relatório de Pássaro mostra problemas do Vasco

Documento vazado de Alexandre Pássaro, ex-diretor-executivo do Vasco da Gama, escancara a falta de infraestrutura do Clube.

Alexandre Pássaro durante entrevista coletiva na Vasco TV
Alexandre Pássaro durante entrevista coletiva na Vasco TV (Foto: Rafael Ribeiro/Vasco)

Alexandre Pássaro deixou o cargo de diretor-executivo do Vasco no início do mês de novembro e, conforme prometeu em entrevista coletiva, apresentou ao clube um relatório com um resumo de suas ações em pouco mais de dez meses de trabalho. O documento, ao qual o ESPN.com.br teve acesso, detalha a falta de estrutura no futebol no início de 2021. O UOL publicou primeiramente o conteúdo.

Segundo o dirigente, o departamento tinha problemas desde os softwares usados para avaliação de desempenho dos atletas, quanto a itens básicos do dia a dia para os treinamentos. Um exemplo é o “Wyscout”, ferramenta usada para monitoramento de jogadores. O Vasco estava com sua licença vencida e usava o programa através de senhas emprestadas por outros clubes.

O “Firstbeat”, por sua vez, é um software que mede dados físicos e cardíacos dos atletas e auxilia a preparação física. O programa havia sido adquirido por Vanderlei Luxemburgo em 2019 e também não era mais para pago ou utilizado.

Nos treinamentos, segundo Pássaro, os problemas iam desde o gramado, que tinha marcações erradas (como o círculo central com o dobro do tamanho), à falta de uma máquina de gelo para qualquer necessidade. A cada dia, o Vasco recebia sacos de gelo através de um motoboy ao custo de R$ 150.

O relatório apresentado pelo ex-diretor-executivo lista essas mudanças no departamento como benefícios “sem valor passível de cálculo”. Isso porque o relatório também traz cálculos de valores economizados aos cofres cruz-maltinos com rescisões e empréstimos de jogadores durante o período de trabalho de Pássaro.

Como “legado” referente à contratação de atletas, o relatório de Pássaro valoriza a “padronização de multas”, que antes eram definidas de acordo com cada negociação; a implementação de “contratos de produtividade e metas-padrão” para os jogadores; e até mesmo a inclusão, em contrato, de “obrigações de comportamento, com orientação de conduta em assuntos de diversidade de gênero e racismo.”

Além do relatório das ações no departamento de futebol, Pássaro também entregou ao clube um “Mapa de Processos”, no qual detalha diversos padrões que foram estabelecidos em diferentes setores. Descreve, por exemplo, uma rotina para os analistas de mercado no CT, o cronograma para as filmagens de treinos, entre outros detalhes. Segundo o cartola, nada disso existia no Vasco até então.

Futebol e marketing

O documento entregue por Pássaro também lista ações que foram desenvolvidas em parceria com o marketing. A lista revela, por exemplo, uma negociação frustrada com a empresa Betano, como possível patrocinadora da equipe. “Germán Cano, inclusive, estava disposto a falar com o Presidente na empresa no telefone”, ressalta o relatório.

Outras ações, por outro lado, foram vetadas pelo departamento de futebol. Houve uma proposta, por exemplo, de patrocínio pontual da empresa Nivea em uma ação conjunta com o Botafogo, para que as equipes trocassem camisas no intervalo. “O valor seria de R$100.000,00 e foi reduzido para R$75.000,00 para fazerem apenas o patrocínio na camisa”, descreve.

Outro veto foi feito à empresa Forte Aliança, que queria pagar R$5.000,00 para cada jogador que fizesse gol e indicasse o logo da empresa, segundo o relatório.

A saída de Pássaro

Alexandre Pássaro deixou o Vasco em 11 de novembro, poucos dias depois de o time ser goleado em São Januário pelo Botafogo, por 4 a 0, e já sem chances de acesso à primeira divisão do Campeonato Brasileiro, grande objetivo do clube na temporada. O profissional deixaria o Cruz-Maltino ao final da temporada, mas teve a saída antecipada ao lado do técnico Fernando Diniz.

Os pontos valorizados por Pássaro em seu relatório entregue ao clube também foram reconhecidos na nota oficial de sua saída. “Nos pouco mais de dez meses em que esteve à frente do Futebol, Pássaro atuou de forma profissional e reestruturou inteiramente o Departamento, estabelecendo processos fundamentais para sua modernização e contribuindo para o aumento da saúde financeira do Clube.”

Fonte: Espn

1 comentário
  • Responder

    Ninguém quer saber de negócio de diversidade de gênero e racismo, tá tirando o foco da tua incompetência pássaro pardal, fala do futebol e do elenco medíocre que essa diretoria de merda fez. A questão de racismo e homofobia existe leis pra isso. Diretoria de merda e marketing lixo que gosta de modismo e lacração.

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