Do êxtase ao desespero: Vasco frustra expectativa da torcida em 1 semana  

Após a goleada sobre o Santos, Vasco da Gama perdeu para Juventude e Corinthians e voltou a orbitar a zona de rebaixamento do Brasileiro.

Vasco x Corinthians em São Januário
Vasco x Corinthians em São Januário (Foto: Thiago Ribeiro/AGIF)

Em uma semana, de domingo a domingo, o Vasco foi capaz de sair da goleada contra o Santos por 6 a 0 fora de casa para fazer duas das piores atuações do campeonato contra Juventude e Corinthians. A derrota por 3 a 2 contra os paulistas foi mais um choque de realidade no Brasileirão.

Se o Vasco, em outras rodadas, mostrou que era o time mais frustrante do campeonato — pela falta de eficiência que impediu a equipe de vencer jogos em que criou muito —, o time de Diniz mostrou que também está entre os mais desequilibrados da competição. Seja pela variação no desempenho num intervalo de sete dias, ou até mesmo pelas opções que o técnico utilizou neste domingo.

A repetição do ataque que goleou o Santos, com David entre os titulares e Vegetti no banco, gerava uma expectativa grande na torcida. O time esboçava um ímpeto e um nível de concentração maior do que na partida contra o Juventude, mas tinha problemas coletivos que duraram desde o início do jogo até o último minuto.

O Vasco atuou em um 4-2-4, com Nuno e Coutinho por dentro como jogadores que se revezavam no comando do ataque, assim como aconteceu com o Santos. O problema, no entanto, é que o Corinthians não estava exposto como o time de Neymar e companhia. Com quatro volantes, a equipe de Dorival Júnior fechou o meio de campo e abusou de inversões da zaga para os laterais, que estavam muito espetados nas pontas.

Foi assim que o Corinthians construiu o primeiro gol. André Ramalho inverteu a jogada em Bidu. Puma Rodríguez não deu o combate, e Rayan estava distante para compensar a marcação. O lateral de Dorival teve toda a liberdade para cruzar na medida para Maycon, livre na entrada da área, sem marcação de Jair ou Tchê Tchê. Uma jogada que o Corinthians brincou de fazer durante toda a partida. Veja a análise de Diniz sobre o lance abaixo.

Mais uma vez, o Vasco saiu atrás no placar em São Januário, jogando toda a pressão, antes favorável, contra o próprio time. O estádio, que antes era o maior aliado da equipe, já viu de perto o time perder para o Bragantino e ficar no empate contra Grêmio e Atlético-MG nos últimos quatro jogos.

O desenho do time mudou — para pior — quando Tchê Tchê se lesionou, e Diniz optou pela entrada de Vegetti no time titular. Nuno Moreira foi recuado para a posição de segundo volante. Se com a bola o time foi mais agressivo, muito mais pela postura do Corinthians de recuar as linhas, o time ficou ainda mais exposto na parte defensiva.

O Vasco chegou ao empate com um pênalti marcado por André Ramalho, que colocou a mão na bola. Vegetti empatou a partida em uma cobrança bem batida. Depois do gol, era óbvio que a postura do Corinthians mudaria na partida. Era o momento da equipe de Diniz se organizar e se colocar mais organizada dentro de campo. O técnico optou por manter a estrutura do time por acreditar que, assim, estaria mais perto da virada. Um erro de avaliação determinante no resultado da partida.

Dez minutos depois, em uma jogada que parecia replay do primeiro gol, o Corinthians marcou pela segunda vez na partida. Bidu recebeu com liberdade, encontrou um passe para Garro, com toda a liberdade do mundo. Quem não acompanhou a marcação? Nuno Moreira, que não tem experiência jogando como um volante. O argentino finalizou para defesa de Jardim, e Matheuzinho cruzou no rebote para Gui Negão colocar os paulistas na frente.

Com exceção a uma finalização de Coutinho em uma cobrança de falta, o Vasco não ameaçou o gol de Hugo Souza. Logo depois, o Corinthians matou o jogo com Gustavo Henrique, em uma jogada de bola aérea, mesmo em um momento em que o time de Diniz era mais forte pelo alto — com GB, Vegetti e outros jogadores mais altos. Deu tempo, no fim, para o Vasco descontar com Rayan, em uma boa jogada de Andrés Gómez, que estreou neste domingo.

O Vasco perdeu o jogo deste fim de semana porque durante toda a partida enfrentou um time mais organizado e equilibrado dentro de campo. Dorival Júnior encaixotou o time de Fernando Diniz, que não soube igualar o poder de disputa do Corinthians no meio de campo, a ponto do time paulista quebrar o recorde de desarmes em uma partida neste Brasileirão.

A falta de equilíbrio é a marca do Vasco em 2025, e tudo foi evidenciado nesta semana. Dentro de campo, o time pode golear o Santos fora e emendar duas derrotas seguidas. Fora de campo, o clube é capaz de entrar na janela de transferências precisando contratar um zagueiro, e perto do fim da janela ainda não ter anunciado um reforço para a posição, além de ter vendido dois dos três melhores zagueiros em apenas uma semana.

Falta equilíbrio em tudo. E falta de equilíbrio é o principal motivo pelo qual acontece uma queda. E não há queda maior do que um rebaixamento. O Vasco só não está no Z-4 por incompetência dos concorrentes. E qualquer resultado ruim na quarta-feira também pode significar uma queda na Copa do Brasil contra o rival Botafogo.

Fonte: Globo Esporte

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