Diniz lamenta ausência de Coutinho em derrota do Vasco para o Fluminense

Técnico do Vasco da Gama, Fernando Diniz analisou a derrota Cruzmaltina frente ao Fluminense, pelo Brasileiro.

Fernando Diniz em entrevista coletiva
Fernando Diniz em entrevista coletiva (Foto: Bruno Murito)

Fernando Diniz lamentou a ausência de Philippe Coutinho na partida contra o Fluminense pelo Campeonato Brasileiro. Após a virada do rival, o técnico do Vasco disse que o desfalque comprometeu um pouco o clássico.

– A distância é por conta da falta de tempo mesmo. A gente aprende a jogar assim. Poderia ter jogado melhor? Sim. O Fluminense exerceu uma pressão alta interessante. Vocês vão ver que com o tempo de trabalho a gente vai sair mais fácil. A ausência do Coutinho compromete um pouco. Nessa fase inicial, as informações são majoritariamente para os jogadores titulares. O primeiro tempo foi mais equilibrado. Com as mudanças, a gente teve um pouco mais de controle, mas depois precisamos mexer de novo, perdemos organização, e o Fluminense teve mais domínio – pontuou Fernando Diniz.

Diniz também ficou na bronca com Rayan. Após o gol do Vasco, o atacante comemorou fazendo um “C” com as mãos em direção à torcida do Fluminense. O técnico disse que iria conversar com o jogador depois e que não concordava com a atitude.

– Não sabia e não concordo. Isso é um tipo de gesto que cabe ao torcedor. Eles fazerem isso, tudo bem. Mas nós, que estamos no meio do futebol, não devemos fazer. O Rayan é um jovem, não tem por que esse tipo de coisa. Eu discordo e vou falar com ele que não tem necessidade desse tipo de coisa. Temos de jogar, respeitar o adversário e fazer nosso melhor dentro de campo. Esse tipo de provocação para a torcida é extremamente saudável, mas não é nosso papel – afirmou o técnico.

O Vasco volta a campo para enfrentar o Melgar, do Peru, em São Januário. O confronto, válido pela última rodada da fase de grupos da Sul-Americanca, será às 19h de terça-feira (27).

Confira mais respostas de Fernando Diniz, técnico do Vasco:

Substituição errada

– A primeira troca que eu fiz eu deixei o time parecido com o que vinha jogando. Se a gente precisasse, tinha a opção de recuar o Hugo Moura, mas o jogo estava empatado e eu esperei para ver como o time ia se comportar. Fiz uma troca de um zagueiro por um zagueiro. O Luiz (Gustavo) estava amarelado, estava indo muito à caça. Freitas vinha jogando, jogador que eu gosto também. E tirei o Mateus Cocão, e coloquei o Adson para ficar mais ofensivo. Depois, coloquei o Paulinho, mas a verdade é que era para ter entrado no lugar do Nuno Moreira ali. Ele falou o nome, mas o quarto árbitro entendeu errado.

– A gente ia fechar mais o meio, ajudar um pouco mais no lado forte do Fluminense. Aí, o Tchê Tchê pediu para sair e coloquei o Sforza porque já tinha saído Hugo Moura que não tinha que ter saído. As trocas foram essas.

Final do ano vai lamentar de não ter ido mais longe ou celebrar que não caiu?

– Não tem promessas do que vai acontecer. Mas estou nos 5% (pergunta diz que 95% da torcida não vê o Vasco entre os oito melhores), acredito no time que tenho. Vamos trabalhar e melhorar. Concordo com o Pedrinho. Não é questão de colocar um time se é oitavo ou não. Mas o início foi muito bom no jogo do Fortaleza. A equipe vai aprender a jogar jogo grande. Esses jogadores precisam de confiança, jogar com a torcida. O que teve de bom hoje foi a torcida, não conseguimos corresponder e eles deram um show. Pedimos desculpas a torcida porque o time no campo não conseguiu ser um espelho deles. Nós vamos dar muito para que sejamos e possamos criar uma conexão. Vou trabalhar muito para isso acontecer. Acontecendo, não estaremos lamentando no dia 25 de dezembro.

Gol contra

– O gol foi uma coisa que treinamos muito e o Vasco levou um parecido no Campeonato Carioca. Começou em uma jogada de bola parada, no arremesso lateral. O Fluminense tem o hábito de jogar a bola na área ou colocar no cantinho para isso. No impulso de querer ajudar, ele foi para a área, mas na hora de defender, ele volta para fora da área, que é a posição dele. Como o Arias saiu no meio de três, quatro jogadores, o time ficou meio desguarnecido e ele teve a intenção no instinto positivo de tentar preencher a área para não levarmos o gol. Não podemos culpar o Vegetti, ele estava ali solidariamente para tentar ajudar.

Papo com Rayan

– O Rayan é um dos jogadores do futebol brasileiro com os maiores potenciais. Não no Vasco, no futebol. Só que ele ainda não sabe colocar para fora, às vezes fica em uma situação fora do jogo. Desde que cheguei aqui o que tenho mais gastado tempo com o Rayan é de colocar ele no jogo. Porque é um jogador extremamente importante e com poder de desequilíbrio importante. Ele praticamente não tinha pego na bola ainda. Pegou na bola, fez uma jogada individual, sofreu a falta e fizemos o gol. Logo depois, fizemos uma jogada ensaiada e ele quase fez um golaço. Teve outra bola que ele arrastou e sofreu a falta. Rayan é um jogador que precisamos ter bastante cuidado e colocar ele no jogo. Em relação à derrota, tomamos dois gols com o time todo lá atrás defendendo. Não podemos deixar um jogador vir lá de trás e chutar de próximo da área sem ter uma abordagem para não fazer a finalização. O gol que sofremos foram extremamente evitáveis. Mas muito mesmo. O Fluminense jogou um pouco melhor que a gente e mereceu a vitória, mas não podemos errar como erramos, principalmente nos dois gols que sofremos.

Ansiedade por resultados

– Não muda nada para mim, é algo que vem de fora. Acreditar no crescimento humano das pessoas é a maneira mais fácil de se ganhar. Temos de apostar nas pessoas e crescer. Ninguém vai passar a mão na cabeça e achar que perder é algo minimamente normal, ainda mais do jeito que foi hoje. Lidar com ser humano e se preocupar é isso. Saber cobrar, absorver o que aconteceu, crescer e entregar vitórias ao torcedor. Fazendo isso está muito mais perto de ganhar.

Garré

– Estou aqui praticamente há 10 dias. No primeiro momento eu respeitei o que vinha sendo feito. Não é que o Garré não joga comigo, ele não jogava antes. Nos últimos jogos não tinha praticamente entrado. A opção pelo Mateus (Carvalho) é porque estava jogando mais, treinando mais, participando e entrando em todos os jogos. Tchê Tchê já havia jogado nessa posição, é a de origem dele. Achei que o time ia ganhar mais consistência, a gente sem tempo para treinar. Não posso responder ainda pelo Garré, conheço muito pouco dele. Do Garré, Sforza, Jean, Loide. São jogadores que vieram e eu não tenho o histórico do jogador. Desses atletas que estão no Vasco, conheço mais o Jair, que hoje não foi relacionado, Paulinho um pouco mais. O pouco que vi nos treinos não teve ninguém que me saltou os olhos para me dar confiança para botar ainda. Vai acontece com o tempo. Pode ser que o Garré seja o titular a qualquer momento e melhor jogador do time. Preciso de tempo para ver.

Sul-Americana

– Peço para vocês ajudarem nisso. Se formos fazer um momento reflexivo é um tempo de sete dias do jogo do Fortaleza para cá. Não era céu e agora não tem inferno. Foi um jogo que poderia ter terminado empatado, poderia ter ganho, perdido como foi hoje. Estamos em um processo de crescimento. O Vasco vai crescer. Com treinamentos, fazendo partidas como essa. Em jogos como hoje, tem muita coisa para corrigir. Os jogadores vão aprendendo. É um processo inexorável, por isso precisa tempo. Não é um jeito de jogar, é saber fazer quando o adversário pressiona mais, menos, baixa a confiança, quando troca uma ou duas peças. Esse é o processo que leva tempo. Encaixar o jeito de jogar. Na Argentina fomos bem e contra o Fortaleza muito bem. Quando recebe outro tipo de pressão e atmosfera que os times que eu dirijo tem tendência a buscar protagonismo no jogo, isso é algo que vai crescendo ao longo do tempo. Acredito muito no potencial do time, os jogadores tem uma taxa de trabalho bastante alta e a tendência do time é melhorar e melhorar bem.

Como vencer longe de São Januário?

– É difícil responder. Tem que trabalhar e o time se impor. Nunca tive muita diferença sobre como o time joga dentro ou fora. É uma coisa que temos de melhorar em todos os aspectos do jogo e a vitória será uma consequência daquilo que melhorarmos. Não consigo dividir, embora esteja acontecendo isso no Vasco. É normal de alguma forma os mandantes terem um aproveitamento melhor, mas para fazer boas campanhas em pontos corridos, não dá para depender de jogar só em São Januário. Então, teremos de melhorar o time e passar a pontuar fora de casa.

Como manter a intensidade nos 90 minutos?

– Contra o Fortaleza melhoramos do primeiro para o segundo tempo, tivemos mais chances de gol. Contra o Operário, embora tenhamos levado gol no final, tivemos as melhores chances para fazer o segundo do que de tomar. Hoje, da metade do segundo tempo para frente, quando começamos a mexer muito na estrutura do time, de fato o Fluminense começou a jogar mais no nosso campo.

Questão emocional

– Eu acho que tivemos um pouco de desencaixe tático. O time tem uma ânsia de sair de trás, é uma característica dos times que eu dirijo. Passar de uma marcação média para alta, em um time que tem boa saída como o Fluminense, às vezes não encaixa. E, se você sai de maneira equivocada, acaba ficando no meio do caminho e fica com tendência maior de tomar um gol. O time acabou se acomodando mais jogando em linha baixa e o Fluminense teve domínio. Quando o Adson entrou com o Lucas Freitas, começamos a igualar o jogo e dominar em algum momento. Tivemos de fazer mais trocas e aí acho que nos perdemos um pouco nos encaixes de marcação para subir e gerar espaços. Com o tempo será corrigido para os titulares e quem entrar.

Fonte: Lance!

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