Diniz analisa derrota do Vasco contra o Fluminense; veja a entrevista coletiva

Fernando Diniz analisou desempenho do Vasco contra o Fluminense e diz que substituição de Hugo Moura foi erro.

Fernando Diniz em entrevista coletiva
Fernando Diniz em entrevista coletiva (Foto: Bruno Murito)

O Vasco perdeu para o Fluminense de virada por 2 a 1 na noite deste sábado, no Maracanã, pela 10ª rodada do Campeonato Brasileiro. Após a derrota, Fernando Diniz concedeu coletiva de imprensa e citou um fato curioso nas trocas no segundo tempo. De acordo com o treinador, a saída de Hugo Moura não estava planejada, mas a arbitragem entendeu o nome equivocado no momento da troca por Paulinho.

– A primeira troca que eu fiz eu deixei o time parecido com o que vinha jogando. Se a gente precisasse, tinha a opção de recuar o Hugo Moura, mas o jogo estava empatado e eu esperei para ver como o time ia se comportar. Fiz uma troca de um zagueiro por um zagueiro. O Luiz (Gustavo) estava amarelado, estava indo muito à caça. Freitas vinha jogando, jogador que eu gosto também. E tirei o Mateus Cocão, e coloquei o Adson para ficar mais ofensivo. Depois, coloquei o Paulinho, mas a verdade é que era para ter entrado no lugar do Nuno Moreira ali. Ele falou o nome, mas o quarto árbitro entendeu errado – revelou Diniz

“A gente ia fechar mais o meio, ajudar um pouco mais no lado forte do Fluminense. Aí, o Tchê Tchê pediu para sair e coloquei o Sforza porque já tinha saído Hugo Moura que não tinha que ter saído. As trocas foram essas”, afirmou.

Durante a coletiva, Diniz também foi perguntado sobre a provocação feita por Rayan durante o gol marcado pelo Vasco. O atacante fez um “C” com a mão em direção à torcida do Fluminense, em referência ao ano em que a equipe tricolor disputou a Série C, em 1999. O treinador lamentou a ação do jovem e afirmou que irá conversar com o jogador.

— Não sabia e não concordo. Isso é um tipo de gesto que cabe ao torcedor. Eles fazerem isso, tudo bem. Mas nós, que estamos no meio do futebol, não devemos fazer. O Rayan é um jovem, não tem por que esse tipo de coisa. Eu discordo e vou falar com ele que não tem necessidade desse tipo de coisa. Temos de jogar, respeitar o adversário e fazer nosso melhor dentro de campo. Esse tipo de provocação para a torcida é extremamente saudável, mas não é nosso papel.

Essa foi a quinta derrota do Vasco em clássicos cariocas em 2025. Ao todo, foram sete jogos até aqui, com apenas uma vitória. No Maracanã, o time de São Januário chegou a abrir o placar com João Victor na primeira etapa, mas sofreu a virada com gols de Vegetti, contra; e Guga.

O treinador também citou a sequência forte de jogos neste início de trabalho no Vasco. Diniz também lamentou a ausência de Coutinho, que estava suspenso por causa do cartão vermelho sofrido contra o Fortaleza na última rodada.

– A distância é por conta da falta de tempo mesmo. A gente aprende a jogar assim. Poderia ter jogado melhor? Sim. O Fluminense exerceu uma pressão alta interessante. Vocês vão ver que com o tempo de trabalho a gente vai sair mais fácil. A ausência do Coutinho compromete um pouco. Nessa fase inicial, as informações são majoritariamente para os jogadores titulares. O primeiro tempo foi mais equilibrado. Com as mudanças, a gente teve um pouco mais de controle, mas depois precisamos mexer de novo, perdemos organização, e o Fluminense teve mais domínio.

Com o resultado, o time comandado por Fernando Diniz estaciona nos dez pontos na tabela. Na próxima terça-feira, o Vasco terá um confronto decisivo contra o Melgar na briga pelo segundo lugar na última rodada do Grupo G da Copa Sul-Americana, em São Januário. Pelo Brasileirão, a equipe volta a campo no próximo sábado diante do Bragantino, às18h30, também em casa.

Outros pontos da coletiva

Final do ano vai lamentar não ter ido mais longe ou comemorar que não caiu?

— Não tem promessas do que vai acontecer. Mas estou nos 5% (pergunta diz que 95% da torcida não vê o Vasco entre os oito melhores), acredito no time que tenho. Vamos trabalhar e melhorar. Concordo com o Pedrinho. Não é questão de colocar um time se é oitavo ou não. Mas o início foi muito bom no jogo do Fortaleza. A equipe vai aprender a jogar jogo grande. Esses jogadores precisam de confiança, jogar com a torcida. O que teve de bom hoje foi a torcida, não conseguimos corresponder e eles deram um show. Pedimos desculpas a torcida porque o time no campo não conseguiu ser um espelho deles. Nós vamos dar muito para que sejamos e possamos criar uma conexão. Vou trabalhar muito para isso acontecer. Acontecendo, não estaremos lamentando no dia 25 de dezembro.

Gol contra

— O gol foi uma coisa que treinamos muito e o Vasco levou um parecido no Campeonato Carioca. Começou em uma jogada de bola parada, no arremesso lateral. O Fluminense tem o hábito de jogar a bola na área ou colocar no cantinho para isso. No impulso de querer ajudar, ele foi para a área, mas na hora de defender, ele volta para fora da área, que é a posição dele. Como o Arias saiu no meio de três, quatro jogadores, o time ficou meio desguarnecido e ele teve a intenção no instinto positivo de tentar preencher a área para não levarmos o gol. Não podemos culpar o Vegetti, ele estava ali solidariamente para tentar ajudar.

O que falou para Rayan no primeiro tempo?

— O Rayan é um dos jogadores do futebol brasileiro com os maiores potenciais. Não no Vasco, no futebol. Só que ele ainda não sabe colocar para fora, às vezes fica em uma situação fora do jogo. Desde que cheguei aqui o que tenho mais gastado tempo com o Rayan é de colocar ele no jogo. Porque é um jogador extremamente importante e com poder de desequilíbrio importante. Ele praticamente não tinha pego na bola ainda. Pegou na bola, fez uma jogada individual, sofreu a falta e fizemos o gol. Logo depois, fizemos uma jogada ensaiada e ele quase fez um golaço. Teve outra bola que ele arrastou e sofreu a falta. Rayan é um jogador que precisamos ter bastante cuidado e colocar ele no jogo. Em relação à derrota, tomamos dois gols com o time todo lá atrás defendendo. Não podemos deixar um jogador vir lá de trás e chutar de próximo da área sem ter uma abordagem para não fazer a finalização. O gol que sofremos foram extremamente evitáveis. Mas muito mesmo. O Fluminense jogou um pouco melhor que a gente e mereceu a vitória, mas não podemos errar como erramos, principalmente nos dois gols que sofremos.

Ansiedade dos resultados

— Não muda nada para mim, é algo que vem de fora. Acreditar no crescimento humano das pessoas é a maneira mais fácil de se ganhar. Temos de apostar nas pessoas e crescer. Ninguém vai passar a mão na cabeça e achar que perder é algo minimamente normal, ainda mais do jeito que foi hoje. Lidar com ser humano e se preocupar é isso. Saber cobrar, absorver o que aconteceu, crescer e entregar vitórias ao torcedor. Fazendo isso está muito mais perto de ganhar.

Garré

— Estou aqui praticamente há 10 dias. No primeiro momento eu respeitei o que vinha sendo feito. Não é que o Garré não joga comigo, ele não jogava antes. Nos últimos jogos não tinha praticamente entrado. A opção pelo Mateus (Carvalho) é porque estava jogando mais, treinando mais, participando e entrando em todos os jogos. Tchê Tchê já havia jogado nessa posição, é a de origem dele. Achei que o time ia ganhar mais consistência, a gente sem tempo para treinar. Não posso responder ainda pelo Garré, conheço muito pouco dele. Do Garré, Sforza, Jean, Loide. São jogadores que vieram e eu não tenho o histórico do jogador. Desses atletas que estão no Vasco, conheço mais o Jair, que hoje não foi relacionado, Paulinho um pouco mais. O pouco que vi nos treinos não teve ninguém que me saltou os olhos para me dar confiança para botar ainda. Vai acontece com o tempo. Pode ser que o Garré seja o titular a qualquer momento e melhor jogador do time. Preciso de tempo para ver.

Sul-Americana

— Peço para vocês ajudarem nisso. Se formos fazer um momento reflexivo é um tempo de sete dias do jogo do Fortaleza para cá. Não era céu e agora não tem inferno. Foi um jogo que poderia ter terminado empatado, poderia ter ganho, perdido como foi hoje. Estamos em um processo de crescimento. O Vasco vai crescer. Com treinamentos, fazendo partidas como essa. Em jogos como hoje, tem muita coisa para corrigir. Os jogadores vão aprendendo. É um processo inexorável, por isso precisa tempo. Não é um jeito de jogar, é saber fazer quando o adversário pressiona mais, menos, baixa a confiança, quando troca uma ou duas peças. Esse é o processo que leva tempo. Encaixar o jeito de jogar. Na Argentina fomos bem e contra o Fortaleza muito bem. Quando recebe outro tipo de pressão e atmosfera que os times que eu dirijo tem tendência a buscar protagonismo no jogo, isso é algo que vai crescendo ao longo do tempo. Acredito muito no potencial do time, os jogadores tem uma taxa de trabalho bastante alta e a tendência do time é melhorar e melhorar bem.

Como fazer o Vasco ser competitivo fora de São Januário?

— É difícil responder. Tem que trabalhar e o time se impor. Nunca tive muita diferença sobre como o time joga dentro ou fora. É uma coisa que temos de melhorar em todos os aspectos do jogo e a vitória será uma consequência daquilo que melhorarmos. Não consigo dividir, embora esteja acontecendo isso no Vasco. É normal de alguma forma os mandantes terem um aproveitamento melhor, mas para fazer boas campanhas em pontos corridos, não dá para depender de jogar só em São Januário. Então, teremos de melhorar o time e passar a pontuar fora de casa.

O que falta para manter a intensidade 90 minutos?

— Contra o Fortaleza melhoramos do primeiro para o segundo tempo, tivemos mais chances de gol. Contra o Operário, embora tenhamos levado gol no final, tivemos as melhores chances para fazer o segundo do que de tomar. Hoje, da metade do segundo tempo para frente, quando começamos a mexer muito na estrutura do time, de fato o Fluminense começou a jogar mais no nosso campo.

Emocional

— Eu acho que tivemos um pouco de desencaixe tático. O time tem uma ânsia de sair de trás, é uma característica dos times que eu dirijo. Passar de uma marcação média para alta, em um time que tem boa saída como o Fluminense, às vezes não encaixa. E, se você sai de maneira equivocada, acaba ficando no meio do caminho e fica com tendência maior de tomar um gol. O time acabou se acomodando mais jogando em linha baixa e o Fluminense teve domínio. Quando o Adson entrou com o Lucas Freitas, começamos a igualar o jogo e dominar em algum momento. Tivemos de fazer mais trocas e aí acho que nos perdemos um pouco nos encaixes de marcação para subir e gerar espaços. Com o tempo será corrigido para os titulares e quem entrar.

Convivência do trabalho com atletas de perfil temperamental

— Eu não entendi que ele (Loide) fez algo direcionado a mim no último jogo. É um jogador que precisa de ajuda e vamos tentar ajudar. Sou muito tranquilo com jogador temperamental, trabalhei com um monte de jogadores com temperamento forte, diferente e a minha relação com eles tende a ser boa. Talvez o exemplo mais emblemático é o John Kennedy, que vocês conhecem bem. Como outros, que tem um temperamento diferente. Vamos fazer o que for possível para ajudar o Loide a render bem e criar uma conexão com o torcedor.

O que faltou na pressão da saída de bola e adaptação

— Sofremos uma pressão do Fluminense no começo do segundo tempo muito mais pela insistência em sair jogando no curto. Porque era para alongar mais. Fez uma vez, duas vezes e está com dificuldade, sai na bola longa. O Fluminense ficou pressionando a gente ali e virava arremesso lateral, falta e escanteio. Os primeiros 10 minutos praticamente foram isso. Ficamos insistindo em jogar curto ao invés de tirar o time e alongar. Fizemos melhor isso no primeiro tempo, temos o Vegetti que sabe disputar a bola. Em relação ao elenco, na terça-feira acho que faremos um jogo melhor do que hoje. Vamos nos adaptando e tem muitas lições. Sair hoje, aprender e melhorar bem do que aconteceu. Embora tenha pouco tempo, vamos fazer as correções em vídeo e entregar um rendimento e efetividade melhores.

Maracanã e atmosfera contra o Fluminense

— Me senti bem. Atmosfera aqui é ótima. Os jogadores, além de jogar em São Januário, tem de gostar de jogar no Maracanã. É a casa do Vasco também historicamente. Consegue acomodar mais torcida. A torcida foi a melhor parte do Vasco no jogo de hoje. Deu um show. Veio em maior número, entregou mais e temos de entregar mais para a torcida. Temos de melhorar e a torcida do Vasco merece coisas melhores. É um compromisso que temos de ter. São praticamente 15 milhões no mundo inteiro, é uma responsabilidade. Temos de fazer mais, trabalhar mais. Para mim é uma alegria enfrentar o Fluminense. Uma honra estar aqui de novo no Vasco. Hoje estou no Vasco e tenho que falar das coisas do Vasco.

Chutes de fora da área e bola defensável

— O Guga foi muito feliz no chute. Temos um dos maiores goleiros do Brasil. Vou responder desta forma.

Pontos positivos e negativos

— Se fosse responder de maneira rápida, acho que temos de ser um time mais consistente. Não oscilar tanto. Nem de um jogo para o outro e nem dentro da mesma partida. É isso que precisamos melhorar.

Assista à entrevista

Entrevista coletiva de Fernando Diniz (Fonte: Vasco TV)

Fonte: Globo Esporte

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