Derrota para o Bahia mostra fragilidades do Vasco

O Vasco da Gama teve uma péssima atuação na derrota por 1x0 para o Bahia, em São Januário, pela terceira rodada do Campeonato Brasileiro.

Jogadores do Vasco em jogo contra o Bahia
Jogadores do Vasco em jogo contra o Bahia (Foto: Daniel Ramalho/Vasco)

Um problema antigo do Vasco em 2023 deu as caras na derrota para o Bahia, na noite de segunda-feira, em São Januário. Na prática, a flagrante falta de criação no meio de campo tirou a chance de a equipe ter um resultado melhor. O técnico Maurício Barbieri ponderou sobre esse fator, tentou elogiar o desempenho baseado na intensidade, mas não conseguiu escapar da necessidade de encontrar uma solução urgente. E ela talvez não passe, hoje, pelos jogadores que não têm banco de reservas, de acordo com esta análise do Jogada10 .

Alguns números mostram que a bola aguardava rolou pelo setor ofensivo do Vasco. Afinal, foram 34 lançamentos longos e 37 cruzamentos na área durante a partida. Números muitíssimo elevados para o estilo de jogo cruz-maltino até aqui. Ou seja, mesmo nos primeiros 25 minutos, quando criou oportunidades de gol, quase sempre a origem não foi a partir da troca de passes.

Puma e Léo foram os responsáveis ​​por distribuir os lançamentos longos, que acharam Alex Teixeira e Gabriel Pec. Quando isso parou de ocorrer, o tempo também parou de criar. A escalação de Marlon Gomes no meio tinha o objetivo de suprir essa deficiência, mas o jogador de 19 anos foi bem marcado. Além disso, sentiu falta do apoio de Jair, bastante discreto, e de Andrey, que cumpre função mais defensiva.

‘Não tenho esse jogador perfeito’, diz Barbieri

“A ideia é justamente, por estar jogando em casa, ser uma equipe mais propositiva. Criar mais. Toda vez que você opta por um jogador de mais criação, você faz uma escolha. Você não tem as duas. Ainda não tenho esse jogador perfeito que marca para caramba, que morde tudo e cria também (…). Durante os treinamentos, o resultado foi bom. O Andrey se entende muito bem com o Marlon. Até o gol a gente estava muito bem”, avaliou Barbieri, sobre a troca do então titular Rodrigo por Marlon.

Defensivamente, o Vasco ficou exposto com frequência. Assim, não evitou o gol do Bahia na terceira chance clara do rival, aos 43. Aliás, a falha de Robson Bambu combate a Thaciano precisa ser registrada, em acréscimo ao vacilo coletivo. À essa altura, o time carioca já não tinha mais a mesma intensidade, sem a marcação alta eficaz, e foi para o intervalo sem qualquer controle da partida.

Péssimo segundo tempo do Vasco com as substituições

Os aplausos de Barberi às ações da primeira metade da etapa final desapareceram. Sem inspiração, o Vasco ficou mais ansioso, como também pontuoso o treinador, e viu o Bahia neutralizar o esquema cruz-maltino. Com isso, a torcida começou a perder a paciência e trocou as barulhentas canções de incentivo por tímidos “ei, Vasco, vamos jogar”, em São Januário. O estádio não era palco da elite nacional há dois anos e meio. Desde então, porém, aumentou sua fama de caldeirão com receita esgotada em praticamente todos os jogos do calvário da Série B.

Aos 14 minutos, Barbieri agiu e fez três substituições simultâneas. E a situação piorou ainda mais. Afinal, apenas Orellano produziu algum perigo, com jogadas individuais pela ponta direita. Por outro lado, os estreantes Carabajal e Rwan Cruz, ambos ex-reservas do Santos, erraram tudo o que tentaram. Tudo mesmo. Enquanto o argentino desperdiçou passes de três metros e não ofereceu a criação necessária no meio, o grandalhão recuou demais para buscar a bola e atrapalhou mais do que ajudou.

Problema causado em 2023 ou fato isolado?

Para o comandante do Vasco, a noite negativa do meio de campo pode ter sido um fato isolado, porque, contra o Palmeiras, pela rodada anterior, no Maracanã, sua equipe foi mais efetiva na troca de passes. A verdade, no entanto, é que no âmbito da temporada o Cruz-Maltino teve problemas para propor o jogo contra alguns adversários.

“Sobre a análise da questão da criação, eu concordo em partes. Acho que, sim, que precisamos melhorar nesse quesito. Mas vou lembrar vocês o segundo gol nosso contra o Palmeiras, a bola começa na mão do Léo Jardim e a gente faz a jogada até o final, terminando dentro da área e o Pec faz o gol no rebote. Foi uma jogada que a gente criou desde o começo, desde trás. Eu volto a dizer, é um ponto que a gente tende a evoluir e é um ponto mais sensível, mais delicado, demora mais tempo. Depende de outras questões do que só organização. Depende de criatividade, outras coisas. Mas volto a dizer, mesmo assim, hoje a gente criou um bom número de oportunidades pelo menos para que o placar fosse outro”, defendeu Barbieri, apoiado por 17 finalizações a gol (quase todas no primeiro tempo).

Na base do coração, Erick Marcus, outro atacante que entrou, e Orellano insistiram até o fim. Porém, não era o dia do Vasco. Na prática, nenhuma bola chegou a Pedro Raul em todo o segundo tempo. Mas o camisa 9 também tem sua parcela de culpa por ter sido engolido pelos zagueiros. Aliás, ele foi alvo de algumas vaias na saída do gramado, sugerindo que a relação com a torcida ainda não é estável.

O próximo compromisso do Vasco, não colocado, é contra o Fluminense, sábado, às 21h, no Maracanã.

Fonte: Jogada 10

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