Cruzeiro e Vasco fazem jogo aberto, desperdiçam chances e mantêm drama contra o Z4
Tanto a Raposa quanto o Vasco da Gama poderiam ter vencido a partida, mas acabaram não conseguindo aproveitar todas as oportunidades criadas.
O empate por 2×2 no Mineirão até gerou entretenimento aos torcedores de outros clubes, mas cruzeirenses e vascaínos certamente não conseguirão relaxar nos próximos dias. Primeiro pelo fato de nenhum dos dois clubes se afastar da zona de rebaixamento. E segundo pela facilidade com que foram dominados e perderam o controle do jogo em diferentes momentos.
A Raposa, enfim, encaixou um jogo ofensivo mais produtivo por ao menos 60 minutos, mas mostrou desequilíbrio ao sofrer demais defensivamente quando o Vasco melhorou. Ramón Díaz fez mexidas que tornaram a equipe mais agressiva. Faltou, porém, controle das ações. Algo que o Gigante da Colina parece ter perdido nas últimas rodadas.
Escalações
Paulo Autuori contou com o retorno de Neris na zaga, mas teve os desfalques de Matheus Jussa, Lucas Silva e Nikão. Machado e Ian Luccas formaram o meio com Mateus Vital. Matheus Pereira partiu do lado direito do ataque. Bruno Rodrigues iniciou como centroavante e Arthur Gomes foi o ponta pela esquerda. Rafael Elias acabou sacado.
Já Ramón Díaz teve as voltas de Rossi e Marlon Gomes. O atacante assumiu a titularidade pelo lado direito do ataque e Gabriel Pec passou ao lado esquerdo. Paulo Henrique foi o desfalque na lateral-direita e Puma Rodríguez recebeu nova oportunidade.
O jogo
Mesmo sem torcida no estádio, o Cruzeiro buscou impor sua condição de mandante desde os primeiros minutos do jogo. Empurrou o Vasco para trás e cresceu em campo a medida que foi entendendo os caminhos para furar a defesa carioca.
Se Luciano Castán hesitou na marcação a Puma Rodriguez no belo gol vascaíno, dos pés dele e de Neris, seu companheiro de zaga, saíram bons passes para o Cruzeiro se aproximar da área rival. E a distribuição variava bastante. Inicialmente os laterais foram mais acionados em inversões. Sempre bem abertos e projetados, Marlon e William levavam o time ao ataque.
Ian Luccas, Matheus Pereira e Vital flutuavam quase sempre nas costas do meio-campo do Vasco. Os visitantes protegeram mal este setor. Pouca pressão aos zagueiros cruzeirenses, e lacunas nas costas de Zé Gabriel. Espaços entre o volante e a dupla Paulinho e Praxedes. A Raposa passou a se aproximar ainda mais da área cruzmaltina aproveitando o cenário.
O Vasco protegia bem a área. Maicon, que iniciou a jogada do gol antes da assistência de Rossi, ganhava basicamente todos os lances. Medel mostrava a segurança de sempre. O problema é que o time não conseguia desarmar para contra-atacar e nem segurava a bola no ataque. O volume dos donos da casa seria premiado em dose dupla.
Arthur Gomes deixou tudo igual ao receber de Mateus Vital novamente nas costas do meio-campo adversário. E ex-meia do Vasco, aproveitando mais uma variação do Cruzeiro, atacou as costas da última linha de defesa carioca para receber de Matheus Pereira, e ver Rossi cometer um pênalti convertido por Bruno Rodrigues.
Os visitantes apresentaram muito pouco com a bola. Encontraram dificuldades para superar a forte e organizada marcação adiantada do Cruzeiro nos primeiros minutos, e não mantiveram algumas boas interações encontradas pelo lado direito antes e abrir o placar. Confiaram demais na manutenção do resultado e viram tudo ruir em menos de 15 minutos.
Ramon Diaz esperou uma mudança de postura da sua equipes no início da 2ª etapa, mas isso não aconteceu e o Cruzeiro seguiu melhor. Agora com um rival mais disposto a atacar, os mineiros aumentaram a fluência ofensiva. O técnico argentino lançou Payet, Jair e Marlon Gomes logo aos 12 minutos. Sacou Paulinho, Rossi e Praxedes.
O time melhorou. Passou a combater mais no campo de ataque, forçar alguns erros do Cruzeiro e ficou mais tempo com a bola em relação ao que fazia. Piton e Puma Rodriguez foram acionados pelos flancos e começaram a buscar cruzamentos para Vegetti. Sebastian Ferreira foi outra cartada de Ramon Diaz para preencher mais a área ofensiva. Zé Gabriel saiu.
Novamente funcionou! Em uma jogada repetida pelo Vasco em escanteios ao longo do jogo, Sebastian Ferreira recebeu livre na segunda trave e ajeitou para Gabriel Pec empatar. Chamou a atenção a passividade da defesa celeste para marcar e entender a estratégia cruzmaltina neste tipo de jogada.
A emoção tomou conta do confronto dos últimos minutos. Com direito a defesas espaçadas e muito apetite ofensivo nos dois lados, os cariocas tiveram mais um gol anulado, e os mineiros viram Wesley perder uma chance incrível dentro da pequena área. O Bahia, primeiro time dentro da zona de rebaixamento, está a três pontos de Cruzeiro e Vasco.
Fonte: Blog do Rodrigo Coutinho – Globo Esporte