Confira detalhes do balanço financeiro da SAF do Vasco divulgado pela 777 Partners

Empresa norte-americana, que comprou 70% do futebol do Vasco da Gama, divulgou o primeiro balanço financeiro desde que a SAF foi instituída.

Josh Wander, sócio da 777 Partners
Josh Wander, sócio da 777 Partners (Foto: Divulgação)

Dias depois do Vasco associativo divulgar o balanço financeiro de 2022, foi a vez da SAF comandada pela 777 Partners, que gere o futebol cruz-maltino, publicar suas demonstrações financeiras: só até dezembro do ano passado, período compreendido pelo documento, o clube registrou prejuízo de R$ 88 milhões. Mas a empresa demonstra otimismo em seguir com as operações.

”Em 31 de dezembro de 2022, o Vasco SAF possuía capital circulante líquido negativo de R$ 185. 016 milhões, patrimônio líquido negativo de R$ 594.573 milhões e, prejuízo do período de R$ 88.085 milhões. Esses resultados refletem o momento inicial de constituição da SAF com a assunção de dívida limitada ao teto de R$ 700 milhões, com impacto parcial diretamente ao patrimônio líquido da Companhia”, diz trecho do balanço.

Segundo demonstração, de agosto de 2022 a dezembro do mesmo ano, o clube teve receita operacional líquida de R$ 47,418 milhões mais R$ 903 mil adicionais. Mas as despesas superaram e muito esses valores, com custos de atividades (operacionais) de R$ 54,358 milhões e despesas administrativas de R$ 34,065 milhões, além de um resultado financeiro que chegou ao R$ 47,983 milhões negativos, totalizando o prejuízo de R$ 88,095 milhões.

”A Administração afirma que não existe incerteza sobre a continuidade operacional da Companhia pois, dentro do seu plano de negócios, planeja realizar investimentos suficientes para liquidar suas obrigações de curto prazo. Além disso, a Administração pretende injetar capital próprio para cumprir as cláusulas do acordo de acionistas que preveem aportes financeiros, a partir de 2023 para quitação integral da dívida”, garante a SAF em outro trecho.

O documento ainda não compreende, por exemplo, os investimentos financeiros em reforços para a temporada 2023, feitos a partir de janeiro – com exceções, como Pedro Raul, que teve negociação fechada em dezembro. Nem a venda de Andrey ao Chelsea, que recai na mesma situação.

Dívidas

Além do prejuízo operacional do fim do ano passado, o balanço registra ainda uma assunção de dívida, até o fechamento do documento, em R$ 592,624 milhões. Como a associação já tinha retratado em seu balanço, o trabalho de pagamento e renegociação tem sido feito com base em acordos com a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN) para as tributárias e com a Justiça nas esferas cível e trabalhista, por meio do Regime Centralizado de Execuções (RCE).

Segundo a SAF, foram feitos depósitos de R$ 22,978 milhões relacionados a esses acordos entre setembro e dezembro de 2022. A empresa ainda tenta outros acordos e renegociações com credores.

O balanço revela ainda que os dois primeiros investimentos da 777 Partners no clube foram voltados, em maioria, para questões de dívidas e operacionais. O empréstimo de R$ 70 milhões, antes do futebol ser transferido à SAF, foi destinado justamente para dívidas e custos operacionais. O primeiro aporte oficial, de R$ 120 milhões, teve mais de R$ 60 milhões destinados a dívidas e outros 32% (cerca de R$ 38,4 milhões) foram para a operação.

Futuro

Segundo parecer do conselho fiscal do clube – que votou pela aprovação das contas -, ainda há R$ 510 milhões em aportes previstos para os próximos anos. A SAF explicita que os aportes seguirão acontecendo entre 2023 e 2024. Outros ponto ressaltados como importantes para a continuidade do negócio no documento são as renegociações de dívidas, o acompanhamento orçamentário e a estabilização do time na Série A do Campeonato Brasileiro.

”O acordo de acionistas prevê aportes financeiros que irão garantir a continuidade operacional, bem como a restruturação do departamento de futebol, possibilitando que o Vasco da Gama retorne às grandes competições com maior capacidade de geração de melhores resultados”, diz trecho do documento.

Liga

O clube, parte da Libra, um dos grupos que discute a formação de uma liga no futebol brasileiro, ressaltou que seguirá ativo nas discussões e pediu foco em mérito e ”critérios objetivos”. ”A Administração do Vasco SAF acredita que necessidades de curto prazo não podem nortear decisões que impactem no longo prazo”.

São Januário e Maracanã

Ponto de discussão nas últimas semanas, e até de manifestação do executivo Josh Wander, a relação com Maracanã e São Januário foi abordada na introdução do documento. O Vasco ressaltou os 17 (de 19 em casa) jogos com lotação esgotada em 2022 como um dos motivos para disputar a futura licitação do Maracanã, ao lado de parceiros (citados anteriormente como a Legends e a WTorre). ”O Vasco SAF está pronto e apto a administrar o Maracanã, mantendo o compromisso que fará a melhor administração possível para o ecossistema do futebol carioca (e, talvez, brasileiro)”.

Já sobre São Januário, a SAF ressalta que é responsável contratualmente pela manutenção e operação enquanto aluga o estádio do Vasco associativo, a quem cabem as reformas e o que chama de ”obras de melhorias”. A empresa fala ainda em unir esforços com a associação, com quem planeja etapas de médio prazo para reformas.

Objetivos

Em nove itens, o documento estipula as ações do clube para cumprir sues ”objetivos sociais”. Leia, na íntegra, a lista:

  • i). (a) prática do futebol; (b) o fomento e o desenvolvimento de atividades relacionadas com a prática do futebol; e (c) acriação e manutenção de equipes de profissionais e não profissionais de futebol, sempre nas suas modalidades feminino e masculino, em competição profissional e não profissional, observado o disposto da Lei Federal nº 14.193/21;
  • (ii). a formação de atleta profissional de futebol, na modalidade masculina, e a obtenção de receitas decorrentes da transação dos seus direitos desportivos;
  • (iii). a exploração, sob qualquer forma, dos direitos de propriedade intelectual (a) de sua titularidade ou dos quais seja cessionária ou detenha direitos, e/ou (b) de terceiros, relacionados ao futebol;
  • (iv). a exploração econômica de ativos, inclusive imobiliários, sobre os quais detenha direitos, incluindo, mas não se limitando a, gestão de instalações imobiliárias esportivas próprias, alugadas ou de outra forma utilizadas pelo Vasco SAF;
  • (v). quaisquer outras atividades conexas ao futebol e ao patrimônio do Vasco SAF, incluída a organização, planejamento, produção, realização, gerenciamento, promoção e contratação de eventos, espetáculos e atividades esportivas e futebolísticas, sociais ou culturais, com ou sem patrocínio;
  • (vi). transação, negociação e/ou cessão de direitos referentes a atletas profissionais de futebol;
  • (vii). exploração e comercialização de direitos de imagem e transmissão de eventos esportivos relacionados ao futebol, em quaisquer mídias ou plataformas;
  • (viii). criação e exploração de conteúdos digitais ligados à atividades de futebol, administração de programa de sócio torcedor ou de fidelidade; e
  • (iv). a participação em outras sociedades, como sócio ou acionista, cujo objeto seja uma ou mais das atividades mencionadas, com exceto do inciso (ii) acima.

Fonte: O Globo

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