Comentaristas lamentam atos racistas contra jogadores do Vasco
Os comentaristas lamentaram os atos racistas contra os jogadores do Vasco na Bolívia e criticam arbitragem da partida.
Os atos de racismo direcionados a jogadores do Vasco, durante o empate sem gols com o Oriente Petrolero, na Bolívia, foram pauta de alguns programas esportivos, como o Jogo Aberto e o Bom Dia Fox. Citando o caso envolvendo o atacante Marega, do Porto, os comentaristas criticam a postura da arbitragem após reclamções cruz-maltinas.
Revendo as imagens do jogo, que garantiu o Vasco segunda fase na competição, a apresentadora do Jogo Aberto, Renata Fan, falou sobre a sensação impunidade dos agressores.
“Quando a pessoa é preconceituosa, ela não consegue esconder isso. Então, ela vai para o estádio e, publicamente, manifesta esse tipo de coisa, quer ofender, atingir a alma do cara. Então, a gente acabou de ver isso em Portugal, toda hora acontece, e as pessoas se sentem protegidas fazendo isso porque julgam que, no futebol, é tudo liberado, e não é bem assim. Uma pessoa que faz isso no campo, que faz isso com qualquer ser humano, ainda mais com alguém que está disputando uma partida de maneira leal, profissional… Esse cara vai fazer em qualquer lugar, não vai parar por aí”, disse a jornalista.
Já Denílson, presente no programa, cobrou mais sensibilidade à arbitragem:
“O bom é que mostra a cara dele, para passar vergonha mesmo. E outra coisa: a falta de sensibilidade do trio de arbitragem. O cara recebe o cartão amarelo, aí ele vem no quarto árbitro, e ele (quarto árbitro) faz o gesto de ‘não’. Acho que falta uma sensibilidade da arbitragem neste sentido. Lá em Portugal, o cara também tomou cartão amarelo”, completou o comentarista, citando tanto o cartão amarelo dado ao zagueiro Ricardo Graça quanto o episódio envolvendo o atacante do Porto.
Além disso, durante o Bom Dia Fox, o comentarista Mano pediu para os jogadores também ‘comprarem a briga’ contra o racismo.
“O árbitro, quando ouve uma situação como essa, ele não pode fazer vista grossa. Ele tem que comprar a briga. Os jogadores que, de vez em quando, são muito unidos para algumas situações, por que não se unem neste tipo de lance? Por que não se retiram de campo? Faz alguma coisa. Tem que ter corporativismo, independente de time A,B, C ou D. O próprio adversário não pode compactuar com uma ação como essa. Ele tem que criticar a sua torcida. Jogador precisa comprar essa briga também. Já que os caras maiores, dos altos escalões, não fazem nada, o jogador tem que fazer. O jogador é o astro da partida, ele tem esse poder”, opinou.
No segundo tempo do duelo válido pela Sul-Americana, torcedores da equipe da casa se dirigiram aos jogadores reservas do cruz-maltino com palavras e gestos preconceituosos. Por reclamação dos atos racistas, o zagueiro Ricardo Graça recebeu cartão amarelo.
Segundo apuração do UOL Esporte, os gritos teriam sido iniciados contra o volante Juninho, e se intensificaram quando o goleiro Alexander viu, foi reclamar e também virou alvo.
Através de suas redes sociais, o Vasco divulgou uma nota de repúdio e ofereceu solidariedade ao goleiro Alexander. Além disso, de acordo com o diretor executivo de futebol André Mazzuco, a diretoria cruz-maltina tomou as medidas necessárias sobre o caso e solicitou que o cartão amarelo dado a Ricardo Graça seja revisado pela Conmebol.
Uol