Com laterais e volantes construtivos, Vasco de Barbieri vai ganhando forma; veja análise

Treinador do Vasco da Gama gosta de utilizar os dois laterais e também os volantes na construção das jogadas.

Maurício Barbieri
Maurício Barbieri (Foto: Daniel Ramalho/Vasco)

Rascunho, não. Um time em desenvolvimento. É assim que o treinador Maurício Barbieri vê o Vasco após a pré-temporada nos Estados Unidos. Com uma derrota para o River Plate e uma vitória no Inter Miami pelo mesmo placar, por 3 a 0, a equipe já tem uma cara para começar oficialmente a temporada nesta quarta (25), contra a Portuguesa-RJ.

De acordo com os testes, o Vasco deve jogar num 4-2-3-1 com Ivan no gol, Puma Rodríguez, Miranda Léo e Lucas Piton na defesa, Zé Gabriel e Jair como volantes e uma linha de três meias formada por Gabriel Pec, Nenê e Eguinaldo atrás de Pedro Raul.

Um dos pontos observados nos Estados Unidos foi o papel dos laterais na construção do jogo.

A equipe concentrava a saída pelos lados. O lateral buscava a bola na mesma linha dos zagueiros, e enquanto conduzia, o segundo volante – que foi Figueiredo no primeiro amistoso e Jair no outro – se aproximavam para dar apoio ao lateral. Veja um exemplo no primeiro jogo, contra o River Plate.

Saída sustentada do Vasco no jogo contra o River Plate-ARG pela Flórida Tour 2023 (Foto: Reprodução/Direitos Reservados)

Tite chama esse tipo de construção de ”saída sustentada”. É um jogo onde a defesa fica mais sustentada e protegida pelo primeiro volante, e os laterais usam a capacidade de condução e velocidade para levar a bola na frente.

Outro exemplo da saída sustentada: Puma recebe a bola pelo lado e quem se aproxima é Nenê. Perceba como o ponta mantém o posicionamento. A ideia da saída sustentada é atrair a marcação do adversário para um lado de campo e deixar outro setor – onde Pedro Raul e os pontas ficam – um pouco mais livre. Assim o time acelera as jogadas no ataque.

Saída sustentada do Vasco no jogo contra o River Plate-ARG pela Flórida Tour 2023 (Foto: Reprodução/CazéTV)

Outro artíficio muito usado em ambos os amistosos foram as inversões de lado. Com isso, os dois pontas – Pec e Eguinaldo – procuravam ficar próximos dos laterais do oponente, para receber essa virada e já partir para cima.

A inversão foi também usada numa etapa posterior. Quando o Vasco chegava no ataque, havia muitas combinações pelos lados, com os dois pontas circulando pelo campo inteiro. Com isso, o espaço no lado oposto ficava com o lateral, que recebia e chegava de surpresa. Atrair para um lado e atacar por outro já era algo muito comum no RB Bragantino de Barbieri e que deve se repetir no Vasco.

Triangulação e inversão para Lucas Piton no jogo contra o River Plate-ARG pela Flórida Tour 2023 (Foto: Reprodução/CazéTV)

– A gente já tentou ajustar algumas coisas, que foi ser um pouco mais compacto, uma equipe mais coesa, com as coberturas mais próximas. Tentar aproveitar melhor as oportunidades. Foram duas coisas que melhoramos hoje, mas com certeza ainda tem muitos pontos para melhorar e evoluir – Maurício Barbieri, após vitória contra o Inter Miami.

Já na defesa, o Vasco formava duas linhas de quatro bem compactas entre si. Nenê e Pedro Raul tinham como missão dar o primeiro combate na frente, mas também voltavam para marcar e ficavam sempre no mesmo setor onde o adversário estava. Faziam isso para preencher espaço e aumentar a dificuldade de jogar por lá.

Duas linhas de quatro do Vasco, sem a bola, contra o River Plate-ARG pela Flórida Tour 2023 (Foto: Reprodução/CazéTV)

O Vasco jogou melhor contra o River Plate, especialmente no primeiro tempo. Contra o Inter Miami, foi mais regular, mas aproveitou melhor as oportunidades.

Por isso, Barbieri considera esse um time em evolução: com ideias nítidas, mas que precisam de mais tempo e rodagem para darem certo, o que agora finalmente vai acontecer com jogos oficiais.

Fonte: Blog Painel Tático – Globo Esporte

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