César Sampaio compara Carlos Alberto à Valdivia

Na semana passada, o vice-presidente Roberto Frizzo divulgou o interesse do Palmeiras em Carlos Alberto contando que seu nome surgiu após uma conversa entre um pastor evangélico da Igreja Bola de Neve, chamado Gilson, e um diretor das categorias de base. O gerente de futebol César Sampaio, porém, garantiu que o religioso só foi útil para passar o contato do meia.

“A ideia surgiu através do Deco e do Luizão. E o Carlos Alberto tem essa ideia de recuperar sua imagem. Como não conseguimos o contato dele, consultamos alguns amigos, entre eles o pastor. Mas não foi indicação dele, já tínhamos a intenção de contratá-lo”, falou Sampaio durante sua participação no programa Mesa Redonda, da “TV Gazeta”, no domingo.

O fato de o ex-volante transferir a indicação ao meia do Fluminense e ao ex-atacante não é a única diferença entre as histórias contadas por Sampaio e Frizzo. O vice-presidente também relatou que Carlos Alberto conheceu a igreja por frequentá-la quando defendia o Corinthians, entre 2005 e 2006, versão não confirmada pelo colega no departamento de futebol do clube.

“Tinha uma reunião da igreja, uma célula no Rio que se reúne no meio da semana. O Carlos Alberto a frequentou por um período em que estava com problemas no Vasco, daí o contato com o pastor”, contou Sampaio.

Origem da indicação à parte, o gerente de futebol já tem que se preocupar em lidar com o temperamento do meia, embora seu acerto ainda dependa de uma análise de sua condição física e o pagamento dos salários – o Palmeiras quer que o Vasco, dono de seus direitos econômicos, arque com parte de seus vencimentos durante o ano de empréstimo.

Se Carlos Alberto vier, o grande desafio é lidar com um elenco que terá ele, apontado como problemático, e Valdivia, frequentemente machucado e visto em saídas noturnas – uma delas até custou sua sequência na seleção chilena em 2011. Sampaio espera responsabilidade de ambos.

“São dois jogadores que, dentro de campo, são inquestionáveis por sua qualidade técnica. Eles precisam se cuidar um pouco mais, pensar mais na carreira. É um ano importante para os dois. O Valdivia teve problema na seleção chilena e o Carlos Alberto tem uma carreira de altos e baixos – neste momento está em baixa. Comprometidos, podem nos ajudar”, opinou.

Evangélico, Sampaio até lembra que Carlos Alberto teve sucesso em campo enquanto visitava a igreja. O dirigente, entretanto, não pode interferir neste caso. Por isso, avisa não só Carlos Alberto, como os atletas, que haverá um termo de compromisso a ser assinado por todos para garantir um ambiente de respeito e maior responsabilidade.

A punição pode ser até a rescisão de contrato, como ocorreu com Obina e Maurício Santos, que brigaram a caminho do vestiário durante jogo contra o Grêmio no Campeonato Brasileiro de 2009, foram expulsos e deixaram o clube com dois a menos durante todo o segundo tempo, em meio à disputa pelo título. Ambos foram dispensados ainda em Porto Alegre.

“O Palmeiras teve problema com o Obina e o Mauricio Nascimento e eles tiveram seus contratos rescindidos por causa de um comportamento fora do acordado. Não é especificamente para o Carlos Alberto. É que ele tem mais histórico na carreira, mas queremos um time todo comprometido”, disse Sampaio.

espn