Carlos Fonseca questiona Jorge Salgado sobre declarações de Alexandre Pássaro
Carlos Fonseca faz questionamentos ao presidente do Vasco da Gama, Jorge Salgado, sobre declarações do ex-dirigente Alexandre Pássaro.
As declarações do ex-diretor de futebol do Vasco, Alexandre Pássaro, seguem repercutindo dentro do clube. Na última sexta-feira, o presidente do Conselho Deliberativo, Carlos Fonseca, protocolou um ofício na secretaria cobrando providências do presidente Jorge Salgado, alegando que “tal entrevista gerou grande repercussão na mídia, gerando impacto não mensurável na imagem do Clube e de seus Conselheiros”.
No documento, Carlos Fonseca faz oito questionamentos ao presidente Jorge Salgado:
1 – O Sr. Alexandre Pássaro foi consultado para se obter ais detalhes sobre a denúncia?
2 – A agência de viagem objeto da denúncia foi identificada?
3 – Foi realizado algum pagamento a título de serviço que não esteja vinculado aos gastos com logística? (deslocamento, acomodações e alimentação)?
4 – Se sim, havia contrato firmado para tal?
5 – Se sim, qual era o escopo dos serviços contratados e o preço praticado?
6 – Ainda, há evidência de tomada de preço quando da contratação deste serviço? Se sim, foi contratada a proposta de menor valor? Se não, houve justificativa plausível? Qual?
7 – A narração simula um diálogo. O interlocutor foi identificado?
8 – O conselheiro supostamente dono da agência de viagem foi identificado?
O oitavo questionamento já foi respondido, só que pelo departamento de integridade do clube, que emitiu um ofício na última quinta-feira (15), sobre o tema.
“A apuração inicial constatou que o contrato de prestação de serviço de viagem não fora celebrado com empresa vinculada a qualquer conselheiro do CRVG, em contradição ao alegado na entrevista”.
Com a resposta do departamento de integridade, o presidente do Conselho Deliberativo, Carlos Fonseca, pediu que Alexandre Pássaro se retrate publicamente sobre o ocorrido.
“Peço que tal fato fosse publicado pelo Clube em desagravo aos Conselheiros que se sentiram ofendido pela declaração, bem como seja notificado o Sr. Alexandre Pássaro para que se retrate publicamente”.
As declarações de Alexandre Pássaro motivaram os conselheiros a cobrarem explicações da diretoria sobre o tema. Na última quarta-feira, foi protocolado na secretaria um pedido para que se apure possíveis irregularidades nas contas de 2019, como trouxe em primeira mão o DIA.
O documento, que contava com 13 assinaturas, agora conta com 62 conselheiros, também pede que o presidente do Conselho Deliberativo convoque uma reunião para votar as contas. Esse pedido também foi tratado por Carlos Fonseca, que explicou que “a prerrogativa de contratação de serviços é exclusiva da Diretoria Administrativa” e afirmou que se dependesse dele, as apurações certamente já estariam concluídas.
O Conselho Deliberativo vai se reunir na próxima terça-feira, mas não para tratar sobre as declarações de Alexandre Pássaro. Os conselheiros vão se encontrar para conhecer as indicações para os cargos nos Conselhos de Administração e Fiscal da SAF, além de discutir proposta de alteração do Regimento Interno do Conselho Deliberativo.
O segundo tema é tratado como o mais importante, tendo em vista que as alterações no Regimento Interno daria ao Conselho Deliberativo ferramentas para apurações de irregularidades.
Entenda o caso
Em entrevista ao “Reis da Resenha”, da Jovem Pan Esportes, Alexandre Pássaro, ex-diretor de futebol do Vasco, revelou que uma taxa que era cobrada por uma agência de viagem, que seria ligada a um conselheiro do clube.
“Na primeira viagem, pra Goiânia, ficou R$ 200 mil. Ia assinar a nota e tinha “+ 16%”. Perguntei o que era. Era da agência de viagem. No São Paulo tinha um funcionário que fazia a logística. Até tinha uma agência, mas ela cobrava da companhia, não do clube. Falaram “Isso aqui já existe, é ligada a empresa do conselheiro”. E o Vasco não tem dinheiro, não temos R$ 200 mil. A empresa bota na frente, a gente viaja e um dia a gente paga. Fecha o mês e paga. Estão nos emprestando dinheiro a 16% ao mês. No banco é no ano. Falei “avisa que foi a última”. Eu sou assim”.
Fonte: O Dia