Capelo pondera sobre riscos, mas se coloca a favor da SAF Vasco e explica os motivos

Restam poucas horas para Assembleia Geral Extraordinária (AGE), onde os sócios do Vasco da Gama votarão a proposta da 777 Partners para comprar 70% da SAF. Será neste domingo (06) e a expectativa da diretoria vascaína é pela aprovação da venda.

Sabendo disso, o jornalista Rodrigo Capelo, do Grupo Globo, mostrou a sua posição sobre a iminente mudança em São Januário. Vascaíno declarado, o profissional é um especialista em negócios do esporte e ponderou sobre os riscos que envolve a SAF.

– Não existe nenhuma garantia, a gente tem que deixar isso muito claro, que com a 777 o Vasco vai ser vencedor ou muito bem administrado. Essa garantia não existe em SAF alguma. Isso vai depender da governança, da forma como o processo será estruturado, da capacidade de administração dessas pessoas, das decisões que elas vão tomar. O vascaíno não deve crer em promessas muito escandalosas, vai vencer tudo, comprar tudo, não é assim que funciona – alertou.

Consciente de que não é garantia, Rodrigo Capelo, no entanto, se colocou favorável à vinda do grupo norte-americano. O jornalista argumentou que a associação faliu e que será positiva a injeção de recursos com o dinheiro da compra, dizendo que o Gigante precisa investir em estrutura, como exemplo do centro de treinamento, e em jogadores para potencializar o futebol.

– O que a gente sabe com certeza é que o modelo atual faliu. O Vasco associativo não deu certo. Pela primeira vez terá um proprietário que chega com R$ 700 milhões para investir, colocar em estrutura, em jogador, para fazer o Vasco voltar a ser competitivo e isso deve puxar as receitas para cima, e que também se responsabiliza por pagar a dívida que a associação fez. Então, pelas circunstâncias do negócio e pela certeza de que quem está lá não consegue fazer, se eu fosse associado aprovaria a venda – deu sua visão Capelo.

Corrida contra o tempo

Em outro momento, o profissional voltou a ressaltar a urgência de melhoria estrutural e esportiva, começando pelo retorno à Série A e, posteriormente, brigando por títulos por coisas grandes no cenário nacional. Rodrigo Capelo ainda citou que apenas com a esperança de dias melhores a torcida tem se engajado e citou os casos de outros clubes para dizer que o Cruzmaltino precisa correr contra o prejuízo.

– O Vasco precisa de centro de treinamento e de jogador. São duas urgências. Tanto para sair da Série B, chegar à primeira divisão, voltar a ser competitivo, empolgar seu torcedor e isso vai fazer com que a roda gire um pouco mais rápido. Você vê a torcida do Vasco está lotando São Januário, fazendo festas maravilhosas nesse ano também pela empolgação de saber que o Clube pode voltar a vida. O que está em jogo hoje é a sobrevivência do Vasco da maneira como a gente conhece. Se espera que o Vasco esteja entre os cinco maiores clubes do País, que seja competitivo, dispute títulos e o que se viu nos últimos 20 anos é um clube que está na Série B pela quinta vez, caiu quatro vezes e na última não conseguiu voltar. O Vasco está num lugar que não é o dele, mas se nada for feito agora e rápido, não vai conseguir voltar porque o cenário está cada vez mais difícil – completou o jornalista.

Caso tudo ocorra como esperado, os estadunidenses assumirão o futebol vascaíno e a primeira escolha deve ser o técnico. O argentino Marcelo Bielsa foi oferecido e conta com uma boa aprovação interna, embora o risco de trazer um estrangeiro na Série B seja grande. A intenção da 777 Partners é contratar um comandante já pensando em 2023.