Antony Menezes repassa carreira, celebra 10 anos de Vasco e projeta futuro

Técnico da equipe feminina, Antony Menezes completou 10 anos de Vasco da Gama e repassou a carreira em entrevista.

Antony Menezes é comandante da equipe feminina do Vasco
Antony Menezes é comandante da equipe feminina do Vasco (Foto: João Pedro Isidro/Vasco)

O treinador Antony Menezes celebrou esta semana um marco em sua carreira: 10 anos no comando do futebol feminino do Vasco. A história fora dos gramados pode ter começado em 2011, mas, dentro das quatro linhas, o clube carioca é um antigo conhecido. Antes de atuar com técnico, ele disputou campeonatos e defendeu as cores do time em diferentes modalidades: primeiro no futsal, depois no fut7.

Conhecido por Tony, ele iniciou sua trajetória em 1995, no futsal do Flamengo. Após a passagem pelo rival, o ex-jogador chegou ao Vasco em 2005. A modalidade influenciou bastante seus trabalhos como treinador, devido a necessidade de soluções rápidas em espaços curtos que o jogo na quadra proporciona. Depois de passar pelo Vasco, ele atuou por outros dois rivais: Fluminense e Botafogo.

O futsal proporcionou grandes momentos para o treinador do Vasco. Depois da passagem pelo Flamengo, o destino foi o Sul do País. Em Santa Catarina, atuou pelo Curitibanos. No Paraná, Antony jogou por Londrina e Toledo. Em 2004, depois da mudança de estado, o destino foi a Europa, mais precisamente Spartak Moscou, na Rússia.

No ano seguinte, o novo clube proporcionou um dos maiores momentos da carreira do ex-jogador. No Azerbaijão, Tony disputou o maior torneio de clubes do mundo, a Champions League de 2005. Com a camisa do Turan Air, o atual treinador do time feminino do Vasco viveu momentos inesquecíveis. O ex-jogador relembrou um duelo contra o Azirgnano Calcio (ITA) e a missão de levar o futsal brasileiro para contribuir com a evolução da modalidade no país, que se divide geograficamente entre Europa e Ásia.

– O jogo mais marcante foi contra o Azirgnano Calcio, da Itália. Enfrentei alguns amigos meus, que já tinham jogado comigo em algumas equipes no Brasil. Na ocasião, meu time perdeu, mas jogar contra eles que eram favoritos me marcou bastante. Era normal a derrota. O futsal no Azerbaijão ainda estava em crescimento. A Champions é o ápice de todo atleta, e no futsal não é diferente. Na verdade, eu estava levando o futsal brasileiro para o Azerbaijão. Eu me identifiquei muito com a equipe.

Ainda em 2005, Antony foi repatriado pelo Vasco. Depois de um ano no clube e uma breve passagem pelo Pato Branco (PR), retornou ao Flamengo. Após dois anos, retomou a turnê pelo Sul do país. Com passagens por Marechal Rondon (PR) e Garapuava (PR). O retorno para o Rio de Janeiro aconteceu com um convite do Botafogo, em 2010.

Porém, no ano seguinte, o Fluminense ofereceu a oportunidade de disputar o fut7 em paralelo ao futsal. A nova modalidade abriu as portas da seleção brasileira para Antony. O ex-atleta relembrou que a adaptação para a grama sintética foi bem tranquila. Tony foi vice-campeão mundial, perdendo a final do torneio para a Itália.

O atleta relembrou uma história que viveu com Edmundo, ídolo do Vasco. Na ocasião, Antony relatou uma jogada individual na qual driblou um adversário e teve a oportunidade de passar para o atacante, mas optou por finalizar e desperdiçou a chance.

– No primeiro jogo, entre Brasil e Bolívia. Eu tinha saído do banco, entrei no jogo, acho que foi 8 a 2. Eu dei uma caneta no meio do campo, o Edmundo estava no segundo pau. Eu não dei a bola. Fui fominha. Como a jogada tinha sido bonita, eu estava de frente e bati para o gol. Eu tinha até feito dois gols, mas é uma situação que nunca esqueço.

Depois do Mundial, Antony permaneceu no Fluminense e, em 2013, retornou ao Vasco. A carreira como atleta se encerrou no ano seguinte, em 2014, quando fez sua última temporada. Em paralelo ao fut7, Antony deu os primeiros passos para atuar na comissão técnica do Vasco, em 2011.

Para ficar próximo do futebol, o ex-atleta resolveu investir em conhecimento e iniciou os estudos na faculdade de Educação Física. Através de conhecidos que fez enquanto era atleta de futsal, Tony começou a estagiar no time feminino do Vasco. Ele confessou que ainda no primeiro ano recebeu o convite para ser treinador, porém declarou não estar pronto para assumir o cargo.

– Quando parei de jogar o futsal, voltei para o Rio, queria continuar no meio do futebol. Na época, minha mãe trabalhava no Vasco, perguntou se eu queria fazer estágio. O Coronel Tadeu, que era ligado ao feminino do Vasco, já me conhecia do futsal, e tudo foi acontecendo. Cheguei fazendo estágio, comecei a colocar alguns trabalhos do futsal, que eu adaptava para o campo. No meu primeiro ano como estagiário, já surgiu o convite para ser treinador. Fui conversar com amigos que também fizeram essa transição de dentro para fora das quatro linhas, todos me apoiaram muito.

Antony completou dizendo que o futebol feminino o escolheu. Em 2012, surgiu um novo convite, e ele aceitou prontamente. O treinador frisou a preferência pela modalidade, que apesar de oportunidades terem surgido no masculino, o feminino é uma modalidade que requer trabalho, atenção e paciência, mas que tudo fluiu em um casamento perfeito.

À frente do Vasco, o treinador ressalta dois grandes momentos. Em 2013, quando a equipe acabava de comemorar o título do Carioca Sub-17, houve a oportunidade de disputar a Copa do Brasil, em Aracaju (SE). Antony enfrentou seleções estaduais na competição, e o Vasco teve um bom desempenho e conseguiu conquistar o título. Em 2016, com o sub-20, o treinador lembrou o quarto lugar na Liga Nacional e o vice-campeonato do Carioca Adulto, no qual derrotou durante a campanha o então campeão Flamengo. Mas, na final, o resultado foi outro: 1 a 0 para as rivais.

O treinador também falou sobre a grande dificuldade de manutenção do elenco no feminino. Ele citou que as atletas formadas no clube não atuam pelo profissional, devido ao investimento maior de outras equipes nacionais, que contratam as jogadoras da equipe. Mas que segue em busca do objetivo: “Fazer o futebol feminino do Vasco mais forte”. E o técnico alega que o caminho é o investimento na base.

– O futebol feminino profissional precisa ser vistoso. Trazer emoção para o público. E já está assim, bem tático, principalmente os grandes jogos. Mas, para que outras equipes possam fazer o mesmo, é preciso investir na base. Mais competições estaduais de base, com mais categorias, para que mais meninas cheguem no adulto sem grandes dificuldades técnicas e táticas. É um projeto de longo prazo, para entregar um produto melhor.

Sobre a campanha atual da equipe no Carioca, o treinador enalteceu a cultura do Vasco de propor o jogo e ser ofensivo. O time de Antony já marcou 37 gols em oito jogos na competição, estreando com uma grande vitória sobre a Cabofriense por 15 a 0. Na partida, a centroavante Anny marcou cinco gols. O ataque também contou com a artilheira da edição de 2020, a atacante Bebel.

– A cultura do Vasco é de uma equipe que ataca bastante e gosta de fazer gol. Nós sabemos das limitações que nós temos, em questão de investimento comparado com as outras grandes equipes do Rio, mas mesmo assim buscamos a melhor performance possível. A gente zela por um ataque forte, que faz muito gol, e uma marcação agressiva, como fizemos no último clássico – partida que terminou empatada em 1 a 1 com o Flamengo – e a gente pretende continuar no mesmo ritmo para brigar pelo título da Taça Guanabara e entrar bem na final.

Fonte: Globo Esporte

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