Antônio Lopes analisa situação de Cristóvão e diz que escalaria Juninh

Antônio Lopes entende que Juninho e Felipe podem e devem jogar juntos, mas respeita as convicções, e pede vida longa a Cristóvão.

Os laços afetivos criados entre o técnico Cristóvão Borges e os jogadores do Vasco desde o afastamento de Ricardo Gomes já não bastam para criar uma atmosfera de cumplicidade em São Januário. A vaias da torcida e a expressão de contrariedade de Juninho ao ser substituído no empate sem gols com o Corinthians indicam que os vascaínos sabem separar o respeito pela pessoa do direito de questionar suas decisões. Pelas impressões de jogadores ou torcedores, Cristóvão é tido como um sujeito adorável mas o técnico nem sempre goza da mesma aprovação.

Campeão Brasileiro por Vasco e Corinthians e da Libertadores pelo time carioca, o técnico Antônio Lopes já sentiu na pele as pressões que agora estão sobre Cristóvão e Tite na disputa por vaga na semifinal da Libertadores. Ao contrário do atual comandante vascaíno, Lopes entende que Juninho e Felipe podem e devem jogar juntos, mas respeita as convicções, e pede vida longa a Cristóvão.

— O Vasco hoje tem um plantel de qualidade então é difícil colocar todo mundo junto. O Cristóvão gosta de um meio-campo mais forte, com três jogadores de marcação para poder jogar com três atacantes, porque para mim o Diego Souza hoje é um atacante. Para ter Juninho e Felipe juntos, teria que usar apenas um volante. Eu faria dessa forma — disse Lopes, num discurso que se choca com a escalação do seu time campeão de 1997 em que usava Nasa e Luisinho na proteção à zaga. — Era porque eu não tinha dois jogadores que desequilibravam no meio como o Vasco tem hoje.

Capaz de permanecer quatro anos no cargo, entre 1996 e 2000, o que faz dele o terceiro técnico mais durável da história do clube atrás de Ramon Platero (1922/27) e Harry Welfare (1927/37), Lopes não vê nas convicções táticas um problema para Cristóvão. Diante da impossibilidade de agradar a todos, o mais importante é a forma de tomar decisões e o respaldo dado pela diretoria:

— Os jogadores gostam dele. Cristóvão é um treinador educado e uma cara legal que procede corretamente. A insatisfação do jogador que sai é natural, mas não houve na reação do Juninho qualquer ato de indisciplina — disse Lopes lembrando que também sofreu questionamentos por iniciar o Brasileiro de 1997 sem vitória nas três primeiras rodadas. — As vaias da torcida fazem parte, acontecem em razão das partidas que o time não vai bem, como naquela em que o Vasco tomou um gol e perdeu a chance de encaminhar a classificação no Rio diante do Lanús.

Mesmo que discorde da escalação, Lopes se sente de alguma forma representado pelo atual time cruzmaltino. Depois de conquistaram diversos títulos sob o seu comando, Felipe e Juninho caminham para o fim da carreira como quem volta ao começo. Reunidos em São Januário, depois de correrem o mundo por caminhos diferentes, os veteranos têm a chance de sair de cena novamente como grandes campeões pelo clube.

— Torço muito para isso porque são vascaínos e pessoas de caráter excepcional — disse Lopes, prevendo a apoteose no lugar do ocaso da dupla. — Eles ainda têm muito a dar para o Vasco. Apesar da idade, são atletas exemplares. Não fumam, não bebem, não são bagaceiros.

o globo on line

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