Análise: permanência do Vasco na Série A depende do trabalho de Sá Pinto

O Vasco da Gama vive fase complicada no Brasileiro e depende demais do trabalho de Ricardo Sá Pinto para seguir na Série A.

Ricardo Sá Pinto conversando com os jogadores
Ricardo Sá Pinto conversando com os jogadores (Foto: Agência O Globo)

A permanência do Vasco na Primeira Divisão passa demais pelo trabalho de Ricardo Sá Pinto. O elenco está fechado e, dentro dele, não há ninguém que possa ser apontado como um jogador que, de uma hora para outra, vai se transformar num desequilibrante a favor da equipe. Nem Cano, que depende muito da chegada da bola em condições de finalização, nem Benítez, que por melhor que seja, já está perto de seu teto em termos técnicos e físicos.

É preciso que a torcida tenha paciência com alterações na escalação, na formação tática, de um jogo para o outro. Evitar tirar conclusões precipitadas, como as que surgiram depois do anúncio da escalação contra o São Paulo. O pessimismo, que já era grande antes da partida, se transformou em certeza de derrota quando saiu o time titular. Todos se enganaram. O futebol mudou, a pandemia acelerou esse processo e ficou para trás o tempo em que os jornalistas conseguiam ser os olhos do torcedor nos treinos, alguém que pudesse explicar as mexidas na equipe pelo desempenho nos treinamentos, no trabalho do dia a dia.

Com os preparativos para os jogos nas sombras, há que se oferecer o voto de confiança, o benefício da dúvida, diante de qualquer alteração. No caso de Sá Pinto, isso se torna ainda mais importante porque já está claro que uma escalação, uma formação apenas, não dará conta das carências que o Vasco tem. Nem das dificuldades que surgem.

O Vasco encontrou uma maneira de jogar contra quem está no topo da tabela. Isso ficou claro no desempenho da equipe no Morumbi. O esquema 3-4-3 com a bola se transforma num 5-4-1 sem ela e essa linha de cinco defensores, bem organizada, é um verdadeiro tormento para qualquer ataque. Foi contra o São Paulo, provavelmente será contra o Defensor y Justicia, quinta-feira, pela Sul-Americana.

Na frente, os desfalques pela Covid-19 obrigaram o Vasco a jogar com dois jogadores de arrancada ao lado de Cano, Vinícius e Gustavo Torres. E o trio funcionou. Se Vinícius erra o último passe ou o último drible, ou se Torres recebe no um contra um com o zagueiro adversário e finaliza para fora, a culpa não é do esquema. São carências de fundamento que, no caso de Vinícius, garoto recém-saído da base, ainda podem ser trabalhadas. Já no caso do colombiano, melhor esquecer e aceitar a limitação como ela é.

O problema é quando o Vasco é obrigado a atuar no campo adversário por mais tempo, circunstância recorrente quando joga em São Januário ou contra adversários que também preferem o estilo reativo – e não são poucos. Neste caso, o 3-4-3 pode se transformar em um 3-5-2, com a entrada de mais um jogador no meio, capaz de um passe vertical, de jogar entre as linhas. Benítez e Carlinhos são as melhores opções à disposição. Até Juninho entra nessa.

Com menos um homem à frente, Ricardo Sá Pinto precisaria de opções de jogadas mais abertas. E aí vem a troca de peças. Henrique foi uma boa escolha para enfrentar o São Paulo pela sua reconhecida capacidade defensiva. Em outra circunstância, quem deve entrar é Neto Borges, jogador de baixa intensidade, mas bom drible e chegadas à linha de fundo. E onde entra Talles Magno nessa equação? Depende do esquema. Em um 3-4-3 como o deste domingo, contra o São Paulo, ele se encaixaria perfeitamente no lugar de Vinícius. Em um 3-5-2, cabe a Ricardo Sá Pinto ponderar o que é melhor: a força e maior presença de área de Gustavo Torres ou a maior técnica da revelação vascaína.

Fonte: O Globo

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